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terça-feira, 22 de maio de 2012

VI SEMINÁRIO GLOBO INTERCOM

Estão abertas até o dia 31 as inscrições para o “VI Seminário Temático Globo/Intercom”, que acontece entre os dias 18 e 21 de julho, no Rio de Janeiro (RJ), na Central Globo de Produções, o Projac. O evento este ano abordará o tema “Esportes na Idade Mídia: diversão, informação e educação”, o mesmo escolhido para o Congresso Nacional da Intercom.

Em sua sexta edição, o Seminário Temático Globo Intercom é resultado de uma parceria entre a entidade e a Globo Universidade, que integra a Academia e os profissionais da Rede Globo de Televisão. Os interessados devem ser sócios da Intercom, estar com o pagamento das anuidades em dia até o ano de 2011 e não ter participado dos seminários anteriores.

Para participar da seleção às 20 vagas, os associados devem enviar a ficha de inscrição disponível no site da Intercom e um texto de no máximo dez laudas sobre a pesquisa que desenvolvem na área da comunicação. Após a realização do seminário, os textos selecionados poderão ser editados e publicados eletronicamente.

A organização prevê o primeiro e quarto dias para deslocamento dos participantes e o segundo e terceiro para as atividades do Seminário, que serão realizadas na sede da emissora, no Jardim Botânico. Não haverá apresentação dos textos durante o seminário.

O Programa Globo Universidade oferece aos participantes: passagem aérea, traslado no Rio, hospedagem e alimentação. A Intercom fornecerá Certificado de Estudos Avançados. O comitê de seleção dos candidatos está constituído pelos seguintes membros: Marialva Barbosa e Rosa Maria Cardoso Dalla Costa, respectivamente vice-presidente e diretora cultural da Intercom.

Mais informações na Intercom Estação Brigadeiro, com Jovina Fonseca, pelo e-mail bibliocom@intercom.org.br Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou pelo telefone (11) 3892-7558.

PROGRAMA DE BIOSIESEL AINDA NÃO ATINGIU META SOCIAL

(Texto de Karina Toledo, distribuído pela Agência FAPESP) – Desde que foi lançado, em 2004, o Programa Nacional de Uso e Produção de Biodiesel (PNPB) ampliou significativamente o mercado para esse biocombustível no país. Mas a iniciativa do governo federal ainda não conseguiu cumprir uma de suas principais metas: promover o desenvolvimento regional em áreas carentes por meio da inclusão de agricultores familiares na cadeia produtiva.

A conclusão é da pesquisa "Análise de competitividade da cadeia produtiva de biodiesel no Brasil", coordenada por Mario Otavio Batalha na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e financiada pela FAPESP.

“A produção do biodiesel é mais cara que a do diesel comum e, ainda hoje, não é sustentável do ponto de vista econômico. A grande justificativa para o PNPB foi esse viés social”, afirmou Batalha.

Por essa razão, completou, o programa buscou incentivar a produção do biocombustível a partir de diversas oleaginosas, especialmente a mamona no Nordeste e o dendê no Norte.

Também foram criados mecanismos para favorecer a inclusão do pequeno agricultor, como o Selo Combustível Social. Essa acreditação é concedida a produtores que compram matéria-prima diretamente da agricultura familiar em quantidades predeterminadas pelo governo. Isso lhes garante benefícios fiscais e o direito de participar dos maiores lotes para venda de biodiesel nos leilões da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural eBiocombustível.

Mas, ao longo dos anos, a soja foi se revelando a matéria-prima mais competitiva do mercado, contou o pesquisador. Atualmente, 80% do biodiesel no país deriva desse grão. “Os produtores de soja podem até ser pequenos, mas são altamente treinados e organizados em cooperativas. É uma cultura madura no país”, disse Batalha.

Segundo ele, os incentivos fiscais dados aos produtores de biodiesel não cobrem, muitas vezes, os custos de comprar matéria-prima da agricultura familiar no interior do Norte e Nordeste.

“A escala de produção é pequena, a qualidade é ruim, há restrições tecnológicas, manejo inadequado e alta sazonalidade. Além disso, as famílias ficam dispersas, o que aumenta muito o gasto com transporte e favorece a atuação de atravessadores”, disse.

Há ainda casos em que os próprios agricultores não se interessam em fechar o negócio. “É mais vantajoso vender um litro de óleo de mamona para a indústria ricinoquímica – que utiliza a oleaginosa para produzir lubrificantes, cosméticos e alimentos – que para os produtores de biodiesel. O agricultor pode ser pobre, mas não é bobo. Vai vender para quem pagar mais”, afirmou.

No caso do dendê, a grande concorrente é a indústria de alimentos, que usa o óleo de palma em diversos produtos. “A produção, que ainda é pequena, precisa se expandir muito e vender o excedente para a produção de combustível. Isso resolveria o problema de abastecimento de combustível nas comunidades isoladas da região Norte”, disse o pesquisador.

Além dos incentivos fiscais, o PNPB criou outros mecanismos para estimular o mercado de biocombustíveis. Por meio da Lei nº 11.097, de 2005, tornou-se obrigatória a adição de um porcentual mínimo de biodiesel ao óleo diesel vendido no país. Em 2008, o teor mínimo era 2% e, hoje, é 5%. Isso criou uma demanda sustentada anual de 2,5 milhões de litros e fez o setor avançar rapidamente.

“As empresas já possuem capacidade superior a 5 milhões de litros por ano, o que permitiria dobrar a porcentagem obrigatória estipulada. Mas isso exigiria adaptações no motor dos veículos, o que seria inviável”, explicou Batalha.

Na opinião do pesquisador, para que o PNPB realmente cumpra seu papel social, é preciso diversificar as matérias-primas usadas na produção de biodiesel.

“A soja está mais concentrada no Sul e Sudeste. Para atingir o pequeno agricultor da Bahia, tem que ser usada a mamona. Na Amazônia, pode ser o dendê. Temos de investigar qual é a oleaginosa mais adequada em cada região”, destacou.

O monopólio da soja teria desvantagem também do ponto de vista econômico, pois o custo de produção do combustível fica sujeito à variação de preço do grão no mercado internacional.

Segundo a pesquisa, esforços têm sido feitos para reverter o quadro. O número de famílias integradas à cadeia produtiva do biodiesel vem crescendo desde 2009, em boa medida graças à entrada da Petrobras no setor. A conclusão, no entanto, é que no curto e médio prazo a soja deve continuar a ser a principal matéria-prima usada no país.

Os resultados da investigação deram origem à tese de doutorado "Competitividade da produção de biodiesel no Brasil: a inserção e os impactos da agricultura familiar", realizada por Aldara da Silva Cesar com Bolsa da FAPESP.

Renderam também artigos em revistas no Brasil e exterior e o livro Biodiesel de mamona no Brasil: realidades e perspectivas, publicado pela editora Lambert.

LIVRO

O semanário de língua alemã Brasil Post é hoje a publicação mais importante neste idioma no Brasil. Publicado há 62 anos em São Paulo, conta com leitores em todo o território brasileiro, bem como no exterior.

Nos últimos 15 anos, o jornalista Eckhard E. Kupfer, Diretor do Instituto Martius-Staden, vem escrevendo matérias para este jornal, abordando temas no âmbito político, econômico, social, cultural e esportivo. Muitas dessas matérias apareceram como artigo principal, na primeira página. No decorrer do tempo, foram mais de 700 matérias publicadas. Dessas, 140, das mais significativas, foram agora selecionadas e juntadas num livro, sob o título "Weltgeschichten" ("Histórias do Mundo", em tradução literal),

Contém matérias sobre o Brasil, a América Latina, os Estados Unidos, a Europa, a Alemanha, o mundo, a economia e finanças, sobre sociedade e meio ambiente, ciências e futuro, cultura e esporte. O autor aborda acontecimentos do dia a dia, sobre escândalos e tragédias, assim como sobre eventos esportivos, além de reflexões culturais.



Ao longo de 361 páginas, o livro reproduz trechos da história recente, na perspectiva de um jornalista engajado, em uma linguagem acessível e, por vezes, até polêmica. O livro pode ser encomendado na Livraria Revisal Brooklin Ltda. Rua José dos Santos jr. 68 04645-011 São PauloTel.: (11) 533 6469 E-mail: pedidosrevisal@ig.com.br Preço: R$ 35,00.

Eckhard E. Kupfer é também comentarista do programa radiofônico semanal "A Hora Alemã Intercomunitária - AHAI/Die deutsche Stunde der Gemeinden). Seus qualificados comentários podem ser acompanhados em Colunistas >>> Eckhard E. Kupfer, no endereço www.brasilalemanha.com.br e no bloco 06 do Programa AHAI.


RASTROS DO POVO PESCADO NO IGARAPÉ

Quando em julho de 1962 o jovem historiador Sílvio Coelho dos Santos viajou para o território Ticuna em uma expedição arriscada pelo alto rio Solimões, tinha o desafio de agregar experiência prática à sua formação teórica como antropólogo. Ao chegar ao município de Benjamim Constant, ao lado da colega Cecília Maria Helm e do etnólogo Roberto Cardoso de Oliveira, que o orientava na pesquisa, encontrou um povo massacrado pelo avanço violento dos seringueiros e madeireiros sobre suas terras após o boom da exploração da borracha. Desfigurado pelo álcool e pela miséria, os Ticuna lutavam para perpetuar a prática de suas tradições. Mas o pesquisador também encontrou um grupo de riqueza cultural fascinante, que organiza todos os seres vivos, inclusive os humanos, em duas grandes linhagens, a das aves e a das plantas, e cujas máscaras, desenhos e pinturas ganhariam, por sua força e originalidade, fama internacional. Muito além da prestação de contas de um trabalho acadêmico exploratório, a coleção de objetos etnográficos e os registros de campo inéditos deixados pelo antropólogo representam a retribuição emocionada de um jovem de 24 anos ao povo pacífico, mas não passivo, que o acolheu por três meses e o fez selar o pacto de toda uma vida em defesa dos povos indígenas brasileiros.

Desde a vivência com os Ticuna (Túkuna, na grafia original) até o dia de sua morte, em outubro de 2008, de câncer, Sílvio Coelho dos Santos dedicaria sua inteligência e energia física à compreensão do modo de ser índio. O Museu de Arqueologia e Etnologia Professor Oswaldo Rodrigues Cabral (MArquE) apresentou ao público a coleção com 53 objetos recolhidos entre os Ticuna e os registros de campo, compostos por 135 diapositivos (slides) e dois diários produzidos pelo antropólogo catarinense no coração da selva amazônica.

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