A Gamificação é a aplicação de mecânicas e dinâmicas de jogos, para influenciar comportamento, hábitos de consumo e motivar grupos de pessoas em ambientes que não são de jogos. É uma das mais importantes tendências em tecnologia. Pode ser aplicada a qualquer tipo de negócio para criar experiências divertidas e atraentes, convertendo usuários em jogadores. FIAT e a Nike, por exemplo, já fazem uso da Gamificação em suas estratégias de marketing para aumentar o engajamento de seus usuários, motivar ações e principalmente aumentar vendas.
Um exemplo bem conhecido desta aplicação é o famoso Foursquare. O aplicativo de geolocalização dá pontos e badges a cada interação. Atividades que você realizaria de qualquer forma no seu dia a dia, valem pontos, ranking e geram entretenimento na rede. É muito comum falar em badges quando se fala em gamificação. Popularizados através do Foursquare, estes selinhos servem de distintivos ou símbolos de status. Uma maneira fácil de representar e comunicar às outras pessoas o que você fez, conquistou ou mereceu, pelas suas atividades.
O diferencial da gamificação é o seu grande potencial de criação de conteúdo em conjunto com os clientes, de incentivar o cadastro e o acompanhamento das novidades da sua loja virtual, e principalmente de gerar o compartilhamento de links, aumentando a visibilidade, o número de conversões de sua página e fortificando comportamentos de compra. Há diversas possibilidades para a sua empresa ou loja atingir seus consumidores de maneira mais direta, mais lúdica.
Mas antes de partir para gamificação, pense bem o que exatamente você quer alcançar.
Você quer aumentar a notoriedade da marca, envolver os usuários, identificar seus consumidores existentes ou aumentar as vendas? Faça uma pesquisa e obtenha um feedback dos seus melhores clientes
A gamificação é legal, mas é muito fácil de fazer errado - Faça uma pesquisa e pergunte aos seus melhores clientes o que os motiva. Alguns deles podem ser motivados por prêmios físicos, alguns deles por reconhecimento social e outros apenas pela conquista. Se você realmente não tem certeza, faça um teste primeiro com um pequeno projeto de gamificação para ver as reações. Não force o usuário a realizar tarefas que aumentem o esforço para fazer uma compra.
Verifique se a sua gamificação está alinhada com a sua marca / loja
Existem muitos tipos de jogos, prêmios, concursos, troféus e outras formas de reconhecimento. Se o seu "jogo" não tem nada a ver com a sua marca ou seu setor, ele só irá confundir as pessoas. Além disso, certifique-se que é adequado para o seu público, uma vez que consumidores e empresas clientes e faixas etárias diferentes, se comportam de forma muito diferente. Os Recursos da gamificação são muito úteis para guiar os seus usuários para as ações que fazem sentido para o seu site, como encher o carrinho, compartilhar lançamentos, e qualquer outra ação que se converta em retorno financeiro para você.
Facilite o engajamento dos seus usuários/consumidores. As pessoas gostam de completar um jogo e chegar ao nível superior, mas elas adoram muito mais um desafio. É muito mais motivador para que os “jogadores” realmente se motivem para alcançar resultado, do que alcançá-lo com um pequeno esforço. Recompensas de primeiro nível são importantes para desencadear o interesse dos jogadores a seguirem no jogo e continuem em busca de novas conquistas.
Recompense com exclusividade. Todo mundo gosta de exclusividade. A Norte Americana Gilt, especializada em produtos de grifes famosas com grandes descontos, criou um sistema aonde usuários com maior número de pontos (ganhos a cada compra) tem 15 minutos de acesso a lançamentos antes de todos os outros usuários do site.
Não se concentrar apenas em recompensas extrínsecas Em gamificação é importante ter recompensas extrínsecas, como prêmios, posição no ranking, badging, troféus etc., bem como motivadores intrínsecos, como a autoconfiança, satisfação, amizade e lealdade, são igualmente importantes. Tente pensar uma maneira de combinar esses dois mundos para criar uma experiência ainda mais gratificante.
Use feedback em tempo real para melhorar a experiência. Apenas o lançamento de um "jogo" não é suficiente. Isso requer compromisso e assim que começar a ver resultados, você pode ver o potencial de crescimento. Uma recompensa básica pode funcionar como uma novidade entre os usuários, mas no longo prazo serão os usuários pedindo e esperando muito mais do que um troféu simplesmente. Obter um feedback do usuário e as ideias podem ajudá-lo a melhorar e oferecer a seus clientes ainda mais, envolvendo experiência. Faça extensões e melhorias para continuar a evoluir.
Segundo o relatório, gCommerce: os jogadores são formadores de opinião e têm 50% mais probabilidade de serem influenciadores entre seus amigos. Os jogadores também têm 20% mais probabilidade de serem compradores online do que a média entre não jogadores.
A Gamificação é uma técnica sólida, porém cada caso é um caso, cada negócio funciona diferente do outro. É o tipo de coisa que pode dar certo muito rápido, mas também dar errado muito mais rápido. E aí todo seu investimento vai por água abaixo. Lembre-se que como qualquer outra estratégia de marketing, é preciso muito planejamento. Caso contrário, não reverterá no seu principal objetivo: vendas. (Texto de Marcio Eugênio, sócio fundador da D Loja Virtual)
FALTA INFRAESTRUTURA PARA PESQUISA
(Texto de Fábio de Castro distribuído pela Agência FAPESP) – A inexistência de uma infraestrutura de dados espaciais integrada, aberta e atualizada está atrapalhando a pesquisa oceanográfica no Brasil, de acordo com o professor Jarbas Bonetti, do Laboratório de Oceanografia Costeira da UFSC.
Segundo Bonetti, pela falta de acesso a uma plataforma estruturada, que disponibilize dados de referência com acesso aberto, muitos cientistas e alunos de pós-graduação acabam investindo grande parte de seu tempo de pesquisa na geração de informações básicas, limitando o alcance de seus estudos.
“Muitos doutorandos gastam boa parte do seu tempo de pesquisa na estruturação de uma base primária de dados. Com frequência, esse esforço não seria necessário, porque os dados já existem, mas estão dispersos, não são interoperáveis, ou não estão disponíveis de forma aberta. Assim, durante anos, o aluno se dedica a um esforço exaustivo e no fim, na fase de interpretação, sobra pouco tempo e energia para que seja possível contribuir de forma efetiva para o avanço do conhecimento por meio de análises mais sofisticadas”.
Bonetti analisou o impacto da falta de uma base de dados estruturada a partir de sua própria experiência de pesquisa, em um pós-doutorado realizado no Instituto Francês de Pesquisa para a Exploração do Mar, em Brest (França).. No estudo, ele cruzou diversas bases de referência para elaborar um mapa aplicando o conceito de paisagens marinhas. Mais tarde, ao tentar replicar o trabalho no Brasil, esbarrou em sérias dificuldades.
“A instituição francesa tinha uma base de dados estruturada, por isso tive muita facilidade em chegar a resultados conclusivos e úteis para os gestores. A maior parte do meu esforço consistiu em desenvolver um arcabouço conceitual e propor uma alternativa metodológica para integrar diversos dados espaciais”, disse.
Dentro do conceito de paisagem marinha, segundo Bonetti, é possível partir de uma série de dados relativamente genéricos – como profundidade, temperatura de fundo, tipo de substrato, penetração da luz e intensidade de correntes – para compreender como a comunidade biológica se organiza em função das características ambientais que dão suporte ao estabelecimento dos diversos habitats.
“Com essa metodologia, a partir de dados relativamente simples, é possível obter um primeiro diagnóstico da estrutura da camada de fundo dos oceanos. Com isso, pode-se otimizar a escolha de locais sensíveis para gestão mais efetiva ou fazer pesquisas mais verticalizadas”, disse.
A partir dos dados básicos que estavam disponíveis na região do Parque Marinho do Iroise, , Bonetti construiu um modelo de paisagens marinhas em uma área do litoral da Bretanha, na França. “Quando terminei o pós-doutorado, fiquei empolgado com os resultados e tinha a perspectiva de replicar o estudo no Brasil, em uma área bastante importante do ponto de vista do sistema brasileiro de unidades de conservação, que é a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, em Santa Catarina.”
No entanto, Bonetti logo percebeu a dificuldade para encontrar no Brasil esse tipo de dados em formato acessível. O cientista teve que se dedicar exaustivamente a levantar dados de referência. “Dependi de muito trabalho braçal para gerar informações extremamente básica e da colaboração de colegas que cederam dados brutos, a partir do contato com ex-orientandos que tinham ainda disponíveis suas tabelas originais. Foi preciso aprender muitas coisas secundárias à investigação propriamente dita e gastar um bom tempo que poderia ter sido investido em análises mais profundas”.
“Existem dados que têm um caráter mais preciso e específico. Mas me refiro aos que são primários e fundamentais, como batimetria – os dados relacionados à profundidade”.. Segundo ele, não há uma base de dados batimétricos aberta disponível online. As cartas náuticas existentes, por exemplo, são disponibilizadas em formato semelhante ao de fotografias digitais e não em formato vetorial, que permitiria seu reprocessamento.”
“Quando precisamos desses dados, temos que carregar as cartas náuticas no computador, georreferenciá-las, criar um mosaico e clicar com um mouse em cada um dos pixels que têm valor de profundidade. Isso transforma uma tarefa de dias em um trabalho de semanas ou meses”, afirmou.
As folhas topográficas em escala mais usadas nos projetos de pesquisa oceanográfica associada à plataforma continental interna, segundo Bonetti, baseiam-se em fotografias aéreas da década de 1960, com problemas de articulação – o que gera dificuldades para emendar as linhas de costa de uma carta em outra. Também são escassos os dados de altimetria nas áreas costeiras, fundamentais para quem trabalha na dinâmica de praias e avaliação da suscetibilidade costeira à subida do nível do mar.
“Algumas prefeituras têm esses dados. Muito do esforço de coleta está associado a projetos de pesquisa individuais. Os dados acabam ficando restritos aos que os produziram e o acesso depende de contatos pessoais”.
Outro problema, é a falta de metadados – as informações que explicam e contextualizam os dados. “Sem os eles, o dado perde confiança.”
Bonetti acha que o poder público deve invistir em programas de pesquisa que tenham continuidade e no qual os serviços de provisão de dados funcionem de maneira regular e eficiente. “Dados de referência como linha de costa, altimetria, batimetria, tipo de fundo e uso do solo precisam estar disponíveis para qualquer cientista ao alcance de um clique”, disse.
Segundo Bonetti, é fundamental também criar uma consciência de que o dado produzido por pesquisas financiadas com dinheiro público precisa ficar publicamente disponível.
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