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quinta-feira, 8 de março de 2012

AS LIÇÕES DO CARNAVAL PARA AS EMPRESAS

O ano finalmente começou. Crianças de volta às aulas, equipes completas nas empresas e trânsito caótico para os moradores das grandes capitais. Com a apuração do último voto dos jurados a rotina enfim volta ao normal – mesmo em meio à vergonha ocorrida em São Paulo.



Apesar de grande parte dos brasileiros aproveitarem o carnaval para descansar, a beleza e criatividade dos nossos desfiles são incontestáveis. Quem já viajou para o exterior sabe que é sinônimo de brasilidade, assim como a Amazônia e com menor empolgação o futebol, o qual anda com a bola meio murcha nos últimos tempos. Fazendo uma analogia e aproveitando que é hora de voltar ao batente, que tal se perguntar como a empresa na qual trabalha ou dirige é vista por colaboradores, acionistas, sociedade, fornecedores e clientes?


Inovadora, original e criativa como uma escola de samba, importante e rara tal qual a floresta amazônica ou meio capenga como o futebol canarinho? Para ajudá-lo, trago a teoria VRIO, desenvolvida pelos professores Barney e Hesterly, cujo enfoque se baseia nos recursos que a empresa detém. Vamos à primeira letra do acrônimo.


Valioso. Os recursos que detém permitem que explore oportunidades e/ou neutralize ameaças do ambiente? Um caso clássico é o Cirque Du Soleil, o qual subverteu a lógica do ambiente que condenava os circos à extinção, criando um novo e inexplorado mercado, praticamente sem concorrentes.


Raro. Sua empresa controla recursos que poucas empresas possuem? Para identificá-los pense na cadeia de suprimentos. Num mundo em que tudo vira commodity na grande fábrica “Made in China”, poucas firmas ainda conseguem esta façanha. Patentes, inovações, poços de petróleo, minas e florestas são alguns exemplos.


Imitabilidade. Caso sua empresa possua os recursos mencionados, concorrentes conseguem desenvolvê-los ou imitá-los? Como paralelo, o negócio do futebol há tempos se profissionalizou no velho continente. Marketing, patrocínios, transparência e parcerias ganha-ganha são cada vez mais vistas por lá.


Organização. As políticas e processos estão organizados para suportar os recursos valiosos, raros e difíceis de imitar? Esta é a razão pela qual muitas vezes não conseguimos descobrir ou imitar o sucesso de algumas corporações. Já no caso do carnaval, creio que poderíamos explorá-lo de maneira mais apropriada pelos ministérios competentes.


Conseguiu identificar em quais pontos sua empresa se destaca? Com base em suas respostas você poderá classificá-la em cinco categorias, do pior para o melhor cenário:


Desvantagem competitiva: seus recursos são pouco valiosos.


Paridade competitiva: detém recursos valiosos, porém não raros.


Vantagem competitiva temporária: apesar dos recursos valiosos e raros, estes são passíveis de imitação.


Vantagem competitiva não explorada: não explora os recursos valiosos, raros e difíceis de imitar que possui.


Vantagem competitiva sustentável: reúne os recursos valiosos e raros, explorando-os através da organização.


Já arrancou seus cabelos? Procure não entrar em desespero. Saia em busca de novos mercados, recursos ou então copie, caso esteja posicionado no primeiro ou segundo item. Inove rapidamente para não perder a vantagem temporária como o futebol brasileiro.


Crie processos e comunique sua vantagem, tal qual o carnaval brasileiro deveria fazer. Ou então celebre os lucros de sua vantagem competitiva sustentável, mantendo sempre a atenção no espelho retrovisor. Caso contrário, poderá ter que se contentar em entregar a bola de ouro a uma japonesa ou pior ainda, a um argentino. Felizmente não permitem escolas estrangeiras na Sapucaí. Ainda. (Marcos Morita (professor@marcosmorita.com.br) é mestre em Administração de Empresas, professor da Universidade Mackenzie e professor tutor da FGV-RJ. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais (http://www.marcosmorita.com.br/ no Portal da Propaganda)

ENTREGA DE JALECOS


Quarta-feira que vem, dia 14, às 14 horas, no auditório do Bloco da Saúde, do campus Unisul Tubarão, Cerimônia de Entrega dos Jalecos. aos Calouros Amigos, pelos alunos do segundo semestre do Curso de Medicina Veterinária. O evento terá como palestrante o Med. Vet. Dr. Paulo Roberto Costa Leite Garcia, Presidente da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária – SOMEVESC.


DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL


Um grupo de especialistas mundiais em meio ambiente publicou um documento reunindo um conjunto de recomendações para os líderes governamentais sobre ações necessárias e urgentes para compatibilizar desenvolvimento econômico com a sustentabilidade ambiental e social do planeta. Intitulado Desafios ambientais e desenvolvimento: o imperativo para agir, o documento foi elaborado por 20 cientistas laureados com o Blue Planet Prize.


Concedido pela fundação japonesa Asahi Glass Foundation desde 1992 – por ocasião da realização no Rio de Janeiro da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, mais conhecida como ECO-92 –, o prêmio é considerado o “Nobel do Meio Ambiente”, dado que a máxima distinção científica concedida pela Fundação Nobel não premia essa área de pesquisa.


Entre as personalidades laureadas com o prêmio, cujo nome é inspirado na máxima “a Terra é azul”, cunhada pelo cosmonauta russo Yuri Gagarin (1934-1968) após viajar pelo espaço, em 1961, está Gro Harlem Brundtland.


A diplomata presidiu no início da década de 1980, quando era primeira-ministra da Noruega, a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento criada pela Organizaç]ao das Nações Unidas (ONU) e coordenou a realização do documento nomeado Nosso futuro comum, publicado em 1987 e mais conhecido como Relatório Brundtland, que popularizou a expressão “desenvolvimento sustentável”.


O prêmio também foi concedido em 2008 a José Goldemberg, professor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo (USP), que era secretário do Meio Ambiente do Brasil durante a ECO-92.


Algumas das recomendações dos cientistas no documento são eliminar os subsídios em setores como os de energia, transporte e agricultura, que, na opinião dos autores, criam custos ambientais e sociais, e substituir o Produto Interno Bruto (PIB) como medida de riqueza dos países.


Na avaliação dos autores do artigo, o índice é incapaz de mensurar outros indicadores importantes do desenvolvimento econômico e social de um país, como seu capital social, humano e natural e como esses dados se cruzam. Por isso, poderia ser substituído por outras métricas, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).


“O PIB só mede transações econômicas, que não é a única medida para se avaliar o progresso de um país. Há países como Cuba, que tem um desempenho econômico muito ruim e PIB e renda per capita baixos, mas cujo sistema educacional e de saúde são excelentes”, disse Goldemberg.


Outras recomendações dos cientistas são conservar e valorizar a biodiversidade e os serviços do ecossistema e criar mercados que possam formar as bases de economias “verdes” e investir na criação e compartilhamento do conhecimento, por meio da pesquisa e desenvolvimento, que, na opinião dos autores, permitirão que os governos e a sociedade, em geral, “possam compreender e caminhar em direção a um futuro sustentável”.


“Em síntese, a mensagem do documento é que não se pode seguir uma trajetória de desenvolvimento cujo único parâmetro seja o crescimento econômico”, avaliou Goldemberg.


“Isso é muito comum no Brasil, por exemplo, onde os economistas dizem que a economia do país deve crescer 5% ao ano, mas se nesse processo a floresta amazônica for destruída, para muitos deles está tudo bem, porque o PIB está aumentando e gerando atividade econômica. Porém, se por um lado é gerado valor econômico, o país perde sua biodiversidade e futuro”.


O documento foi apresentado aos ministros de mais de 80 países que participaram da 12ª Reunião Especial do Conselho de Administração do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e do Fórum Global de Ministros do Meio Ambiente em Nairóbi, no Quênia.


O cientista inglês Bob Watson, que coordenou a redação do documento e o apresentou em Nairóbi, presidiu o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e atualmente é o principal conselheiro científico do Reino Unido para questões ambientais.


De acordo com Goldemberg, um dos objetivos do documento é que a RIO+20, que será realizada no Rio de Janeiro de 20 a 22 de junho, resulte em resoluções concretas como as que emergiram na ECO-92, em que foi aprovada a Convenção do Clima.


“Os preparativos da conferência estão dando a impressão de que ela será mais um evento de natureza retórica, o que será muito ruim. Ainda não há nenhuma proposta de assinatura de uma nova convenção ou de protocolos”.


Goldemberg participará em 6 de março da abertura do evento preparativo para a RIO+20 “BIOTA-BIOEN-Climate Change Joint Workshop: Science and Policy for a Greener Economy in the context of RIO+20”, que a FAPESP realizará nos dias 6 e 7 de março no Espaço Apas, em São Paulo.


Em sua palestra, na abertura do evento, Goldemberg abordará o papel da biomassa no contexto do desenvolvimento tecnológico e apresentará alguns pontos do documento.


O artigo Environment and development challenges: the imperative to act, de Golbemberg e outros, pode ser lido em qualenergia.it/sites/default/files/articolo-doc/Blue-Planet-Synthesis-Paper-for-UNEP.pdf. (Texto de Elton Alisson, distribuído pela Agência FAPESP)

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