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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A INOVAÇÃO QUE VEM DAS EMPRESAS

(Texto de Fábio de Castro, distrribuído pela Agência FAPESP)Um erro comum no Brasil costuma atrapalhar a relação entre empresas e universidades: supor que o sistema de inovação de um país funciona com instituições acadêmicas gerando integralmente o conhecimento e empresas apenas recebendo as novas tecnologias. Ao contrário: a empresa é um local privilegiado para gerar conhecimento.

A análise foi feita por Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, durante o Workshop FAPESP-ABC sobre Pesquisa Colaborativa Universidade-Empresa. Na abertura do evento, Jacob Palis, presidente da ABC, contou que uma série de simpósios sobre a relação academia-empresa começou a ser realizada há dois anos, por iniciativa da entidade.

“A ideia é fomentar o entrosamento do cientista com a indústria instalada no Brasil. Essa relação às vezes sofre com preconceitos de lado a lado. O cientista é visto como alguém dedicado somente a assuntos abstratos e a empresa como desinteressada pela pesquisa. Queremos mostrar que academia e empresas não têm mais interesses divergentes”, disse.

“A empresa é um lugar muito privilegiado de produção de conhecimento. Mesmo quando não há um centro de pesquisa formal, há gente resolvendo problemas e gerando conhecimento o tempo todo. Esse pesquisador que trabalha na empresa está sempre interagindo com as universidades, que auxiliam nas soluções de problemas dentro de uma pauta formulada pela própria empresa”, disse Brito Cruz.

Brito Cruz traçou um retrato do setor de inovação no Brasil e, em particular, das relações entre universidades e empresas. O dispêndio total de pesquisa e desenvolvimento (P&D) no Brasil em 2008 foi de 1,09% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 23 bilhões. Desse total, 54% vieram de fontes públicas e 46% do setor privado.

“Podemos verificar que a porcentagem do PIB que o Brasil aplica em P&D fica abaixo dos países com os quais queremos competir. No entanto, há uma grande heterogeneidade no país e, se observarmos os números de São Paulo isoladamente, vemos que o estado tem um dispêndio de 1,7%, maior que o da Espanha, da Itália e do próprio Brasil”.

Quando são comparados os quadros de dispêndio em P&D apenas no setor público, no entanto, as diferenças não são muito grandes entre os países. No dispêndio governamental, o Brasil investe 0,7% do PIB e nenhum país passa muito de 1%. “Como se vê, a restrição de investimentos governamentais não é o principal problema para nosso sistema de inovação”, disse Brito Cruz.

É no dispêndio do setor privado que se encontra a principal diferença entre os países. Enquanto o dispêndio empresarial em São Paulo é de 1% do PIB, nos Estados Unidos e Alemanha o investimento é de cerca de 2% e países como Japão, Coreia do Sul e Suécia investem mais de 2,5%.

“Entretanto, nesses países as empresas não enfrentam as graves restrições que as empresas brasileiras precisam encarar”, disse Brito Cruz. As três principais restrições são o custo tributário gigantesco, o custo dos juros e de um câmbio anômalo – vale mais a pena investir em aplicações que em pesquisa – e um custo trabalhista imenso.

“Não se trata de dizer que as empresas brasileiras não sabem ou não querem investir em pesquisa. O que ocorre é que elas não conseguem, porque o peso dessas restrições é muito grande. O ambiente é hostil.”

Uma das dificuldades enfrentadas pelo sistema brasileiro é o número de pesquisadores nas empresas: são poucos e com tendência de redução. “Temos cerca de 133 mil pesquisadores no Brasil, sendo 57% em universidades e 37% em empresas. A Pintec 2010 mostra uma redução na quantidade de pesquisadores na empresa”, disse Brito Cruz.

O número de pesquisadores nas empresas no Brasil aumentou até 2005, quando atingiu 50 mil – e caiu entre 2005 e 2008. “O Brasil tem hoje 45 mil pesquisadores em empresas. A Coreia do Sul, com um sétimo da população, tem 166 mil. E os Estados Unidos têm 1,1 milhão. Nosso pequeno dispêndio em P&D se manifesta concretamente no pequeno número de pesquisadores”, afirmou.

As patentes em empresas também são um indicador no qual o Brasil deixa a desejar. A China, segundo Brito Cruz, teve um crescimento espetacular nesse aspecto: o número de patentes em empresas foi multiplicado por 10 entre 1994 e 2004.

“O número de patentes chinesas registradas nos Estados Unidos em 2004 era de 404 e em 2009 passou para 1.655. O Brasil teve 106 patentes registradas nos Estados Unidos em 2004 e apenas 103 em 2009. Podemos verificar uma tendência à estagnação, nesse aspecto, a partir de 2003. A Espanha, que tem o mesmo número de pesquisadores que o Brasil, tem três vezes mais patentes”, disse.

A relação entre universidades e indústria não se limita aos estudos conjuntos. “Além de pesquisas conjuntas, as universidades e empresas também estabelecem suas relações na forma de um fluxo de estudantes, de contatos informais com pesquisadores da universidade e da empresa, de conferências, de revistas especializadas, de copublicação, de mobilidade de pesquisadores – que tiram licença para trabalhar na empresa, ou para fazer um doutorado –, de contratos de pesquisa, de contratos de patente e licenciamento, de spin-offs e da construção conjunta de laboratórios de pesquisa”, disse.

Brasil vai à guerra - A Apex Brasil está trabalhando na criação de núcleos de design com associações representantes de empresas exportadoras, com o intuito de agregar valor aos produtos nacionais. Ao todo, são entidades de 79 setores da economia brasileira, entre moda, casa e construção, alimentos, bebidas, agronegócio, máquinas e equipamentos.

De acordo com a Apex, a indústria nacional perde competitividade ao não investir em design para melhorar seus produtos e processos. “Recebemos diversas reclamações de compradores estrangeiros queixando-se de que nossos produtos não são ergonômicos ou não têm processos sustentáveis”, afirma Marco Lobo, gestor de projetos da entidade.

Com os núcleos de design, a agência espera levar rodadas sobre o tema para dentro das empresas  que, ao incorporá-lo, possam melhorar os produtos que vendem lá fora. Como exemplo, ele cita o setor de moda brasileira, que vem ganhando visibilidade no mercado externo, mas que peca ao não investir em embalagens adequadas e na apresentação do produto. “O Brasil não tem cultura exportadora, nem de design, e essa é a nossa política de fomento”, afirma.

Os núcleos serão focados em desenvolver projetos para exportação. “Esse é o nosso traçado para a política industrial”, diz Lobo. Associações de classes como Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas) e Abit (Associação Brasileira da Indústria Textil) foram convidadas para montar o projeto, que é condição necessária para as entidades renovarem seus contratos com a Apex.
(Keila Guimarães no PropMark)

400 vagas de estágio em todo o Estado -  O Instituto Euvaldo Lodi (IEL/SC), entidade do Sistema FIESC, está oferecendo cerca de 400 vagas de estágio em todo o estado. As ofertas são em mais de 30 cursos diferentes para estudantes de cursos de graduação, técnicos e superiores de tecnologia.  Para se candidatar a uma vaga é necessário que os estudantes tenham no mínimo 16 anos de idade e estejam regularmente matriculados em uma instituição de ensino. Detalhes: www.facebook.com\ielsc, www.ielsc.org.br/estagioresponsavel,  ou (48) 3231-4636
PD em genética de plantas com Bolsa da FAPESP  O Projeto Temático Homeostasia Energética e Sinalização por Açúcares  dispõe de  vaga para pós-doutoramento em genética molecular de plantas. Detalhes:  www.fapesp.br/bolsas/pd.
Prêmio vai dar 200 mil –  O CNPq lançou a edição 2011 do Prêmio Almirante Álvaro Alberto para a Ciência e Tecnologia. O objetivo é distinguir pesquisador com obra científica ou tecnológica de reconhecido valor para o progresso em sua área. Para a grande área de Ciências Humanas e Sociais, Letras e Artes, premiará com diploma, medalha e R$ 200 mil. Detalhes: www.cnpq.br/premios/2011/paaa/index.html
 Um erro mortal - No ESTADÃO, a confirmação de uma estratégia suicida de uma MARCA que se perdeu pelo caminho, a SONY. Depois que seu gênio criador AKIO MORITA partiu a empresa jamais foi a mesma. LG e SAMSUNG, que seguiram o mesmo caminho ensinado pela SONY de MORITA, hoje humilham a empresa que lhes serviu de referência. As coreanas deitam e rolam e levam a ex-referência ao desespero. A chamada da matéria do ESTADÃO, diz, “EXECUTIVOS JAPONESES PESQUISAM NOVA CLASSE MÉDIA E TENTAM POPULARIZAR A MARCA”. Traduzindo, JOGARAM A TOALHA. Adotam o BRANDICÍCIO para tentar salvar a empresa. Desferem tiros na cabeça, no pé, no corpo inteiro. SONY, uma empresa em que a sucessão jamais se concretizou. O epitáfio que me vem a cabeça, mesmo torcendo e rezando para que um dia, e numa crise de lucidez, consiga se recuperar. (Madia, no blog dele)
Lamentável -  O pouco caso e o cinismo com que políticos e autoridades tratam o problema da corrupção no pais, levam-nos à triste conclusão: o poder público deste país está podre!
A frase -  “Levaram nossas coisas,  mas não levaram nossas ideias.” (de um estudante norte-americano diante da ação da polícia em N.Y.)

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