“Para muitas crianças, o hunsrik é a primeira língua, a que é falada em casa com pais e avós. Mas quando elas chegam à escola, aprendem o português, o que é muito difícil. Para elas, o português é a língua estrangeira’’, diz a professora Mabel Dewes, uma das idealizadoras do projeto. De acordo com ela, o hunsrik era um dialeto alemão até seu registro no Ethnologue, órgão da Unesco que cataloga as línguas vivas e mortas do planeta, em 2008.
Como as crianças já têm o hunsrik na cabeça, Mabel acredita que o ensino formal é a maneira mais adequada de mantê-lo vivo para as próximas gerações. Para isso, a professora e doutora em linguística e em fonética Úrsula Wiesemann, da Alemanha, coordenou, com a participação do linguista Martin Dillig, o desenvolvimento das normas para a língua escrita em 2004 em uma série de sessões com pessoas interessadas em Santa Maria do Herval. Com a participação de crianças e adultos, o novo código foi baseado na fonética da língua portuguesa, levando em conta a natural influência do meio devido à longa distância no espaço e no tempo dos primeiros falantes em solo brasileiro.
O código já está ativo, sendo usado em revistas e jornais locais, além de gibis para as crianças, que tem se mostrado um grande sucesso segundo a professora Solange Maria Hamester Johann. Também foram traduzidos textos bíblicos e teatrais.
Comunidade
pede reconhecimento oficial
Outra
conquista foi um decreto municipal de março de 2009 que permitiu que em Santa
Maria do Herval se fale 50% em hunsrik em salas de aula até a 4ª série. Segundo
Mabel Dewes, a força do hunsrik pode ser sentida no recreio, antes
e depois das aulas, pois é a escolha das crianças para se comunicar.
Os próximos passos são a tentativa de inclusão do estudo do idioma nas classes até a 4ª série e a formação de professores nativos, especialmente em universidades sediadas em regiões de colonização germânica. Solange Johann acredita que a mobilização tem trazido bons resultados. “Em Antonio Carlos, Santa Catarina, o hunsrik já é considerado como segunda língua. É usado em sala de aula, e no serviço público é necessário que pelo menos uma pessoa fale”, explicou.
Para Solange, é preciso mudar a ideia de que no Brasil só se fala o português. “Dados de 2006 apontaram a existência de 200 línguas indígenas e de 30 de imigração. O hunsrik é a língua germânica mais falada no Rio Grande do Sul e, mesmo assim, estamos participando de um censo em que não se pergunta se falamos mais de um idioma”, avaliou. (GUSTAVO DIEHL/JC no www.brasilalemanha)
Os próximos passos são a tentativa de inclusão do estudo do idioma nas classes até a 4ª série e a formação de professores nativos, especialmente em universidades sediadas em regiões de colonização germânica. Solange Johann acredita que a mobilização tem trazido bons resultados. “Em Antonio Carlos, Santa Catarina, o hunsrik já é considerado como segunda língua. É usado em sala de aula, e no serviço público é necessário que pelo menos uma pessoa fale”, explicou.
Para Solange, é preciso mudar a ideia de que no Brasil só se fala o português. “Dados de 2006 apontaram a existência de 200 línguas indígenas e de 30 de imigração. O hunsrik é a língua germânica mais falada no Rio Grande do Sul e, mesmo assim, estamos participando de um censo em que não se pergunta se falamos mais de um idioma”, avaliou. (GUSTAVO DIEHL/JC no www.brasilalemanha)
ESPN LANÇANOVA PLATAFORMA DE COMUNICAÇÃO
O fã de esporte já pode contar com mais uma
alternativa para acompanhar as noticias, jogos e curiosidades das principais
modalidades do mundo. Além dos quatro canais disponíveis, a ESPN no
Brasil anuncia a criação da RÁDIO ESPN, nos moldes online. Ela estará
disponível 24h por dia, dentro do portal ESPN.COM.BR.
Na primeira etapa,
seguindo a tendência mundial, serão produzidos podcasts com conteúdo
voltado ao fã dos mais variados esportes. O espaço vai falar de futebol,
NFL, NBA, MMA , entre outras competições. Os áudios poderão ser baixados
clicando com o botão direito no link download. Até o final da semana, os
podcasts estarão disponíveis também na página do iTunes.
Boletins especiais de
cada clube começarão a ser produzidos com o início dos campeonatos estaduais,
com análises exclusivas dos comentaristas da ESPN. Para quem gosta de história,
a nova página da Rádio ESPN terá os momentos mais marcantes dos esportes, como
um compacto da decisão da última Uefa Champions League e da conquista do
Corinthians no Mundial de Clubes. É possível também, por exemplo, ouvir e
baixar uma edição do GP do Brasil de Fórmula 1 em 2012.
O SportsCenter Notícias, com edições durante todo o dia, vai
atualizar as principais informações esportivas do dia.
CURSOS
A Escola S. Paulo está oferecendo
alguns cursos. Enre eles:
. UTILIZAÇÃO DE APLICATIVOS
SOBRE O CURSO: O curso é dividido em 3 partes de igual importância: Evolução: como
era, como é, e como serão os aparelhos, serviços, e interatividade no celular; Mercado:
cadeia de valores, tipos de empresa, funções exercidas, ferramentas utilizadas,
plataformas existentes, tecnologias e “players” deste mercado mundial; Criatividade:
o que existe, o que pode ser feito, integrações com serviços existentes, e como
criar um aplicativo partindo da idéia até o planejamento do projeto.
. SHOW
BUSINESS - um Panorama sobre o entretenimento ao vivo
SOBRE O CURSO: As aulas traçam um panorama das maiores questões e dificuldades
deste mercado hoje, abordando assuntos como produção técnica, financiamento,
booking, escolha do artista, divulgação, público alvo e comunicação direcionada
para o mercado musical, história da mídia musical e os novos críticos.
A RELIGIÃO E O PAPA
O público brasileiro, a cada dia que passa mais se surpreende com a
clareza de ideias e a abertura do primeiro homem da Igreja católica, terá em
suas mãos o documento que fundamenta as posturas do Papa sobre o tema
religião. A Área de Estudos Interculturais do Instituto Raimundo Lúlio
decidiu editar este livro pela sua profundidade na abordagem do diálogo
inter-religioso entre judaísmo, cristianismo e islamismo.
A origem e a
diversidade das religiões, as três religiões monoteístas e suas relações
intrínsecas, a existência de uma religião verdadeira e a pretensão à
universalidade da religião cristã. Estes e outros temas são examinados com a
profundidade que caracteriza o teólogo alemão. Responde às perguntas que
obrigatoriamente se colocam as pessoas que gostam de transcender os
condicionamentos próprios das sociedades consumistas e tecnicistas. O livro
destina longas páginas à análise da Teoria da Libertação, que influiu e ainda
influi em muitos países da América Latina; e contempla alguns tópicos
teológicos, como o das religiões asiáticas, a New Age e as causas da
helenizaçã o do cristianismo. Os t emas da relação entre a razão e a fé, os
fundamentos da democracia, a liberdade e o marxismo são exaustivamente
estudados. Para entender todas essas questões, Joseph Ratzinger nos explicará antes o que é a cultura e
como as religiões são um elemento constituinte das mesmas. Terminará o seu
texto vinculando a Verdade e o Amor: “A verdade e o amor são idênticos”. Esta
proposição - compreendida em toda a sua profundidade - é a suprema garantia
da tolerância que todas as sociedades livres devem praticar. É com grande
satisfação que lhe apresentamos uma das obras centrais do pensamento de Joseph Ratzinger, o livro: Fé, Verdade, Tolerância.
Y-MIND SÃO PAULO OF ADVANCED SCIENCE FOR PREVENTION OF MENTAL
DISORDERS
A Y-Mind São Paulo
School of Advanced Science for Prevention of Mental Disorders será realizada
de 25 a 29 de março na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na
capital paulista.
O evento
tem apoio da FAPESP por meio do programa Escola São Paulo de Ciência Avançada
(ESPCA), que oferece recursos para a organização de cursos de curta duração
em pesquisa avançada nas diferentes áreas do conhecimento no Estado de São
Paulo.
As aulas
da Y-Mind São Paulo School serão ministradas por pesquisadores renomados de
diversos países, entre os quais Bruce Cuthbert (National Institute of Mental
Health), Hakon Hakonarson (The Children’s Hospital of Philadelphia), James
Frauenthal (New York University) e Maria Oquendo, (Columbia University), dos
Estados Unidos.
Graham
Thornicroft (King’s College London, Reino Unido), Gustavo Turecki (McGill
University, Canadá), Helen Herrman (University of Melbourne, Austrália), Jim
Van Os (Maastricht University, Holanda) e John Andreas Rønning (University of
Tromsø, Noruega) serão outros dos docentes participantes.
Os
organizadores selecionaram, para participar da escola, 100 estudantes, do
Brasil e do exterior, com desempenho acadêmico de destaque e que integrem
programas em neurociência e em outras áreas relacionadas à saúde mental.
Serão
concedidas aos estudantes selecionados que venham de outras cidades, estados
e países passagens aéreas, despesas de transporte terrestre local e diárias,
com apoio da FAPESP.
PESQUISA INTEGRADA PARA APLICAÇÃO NA SAÚDE PUBLICA
(Texto de Washington Castilhos,
distribuído pela Agência FAPESP) – A medicina
translacional visa agilizar a transferência do conhecimento produzido na
bancada para a aplicação na investigação clínica e saúde pública.
Em outras
palavras, a ideia é estabelecer a conexão entre a criação e a aplicação do
conhecimento, integrando pesquisadores das áreas básica e clínica para uma
melhor assistência à população.
O marco
histórico da medicina translacional ocorreu quando o Instituto de Medicina da
Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos passou a realizar simpósios
a fim de discutir a importância da investigação clínica para que ela tivesse
capacidade de transformar o conhecimento advindo da área básica, visto que o
desenvolvimento alcançado pela investigação clínica não era adequado para
fazer isto na velocidade e com a eficiência necessárias.
Assim,
começou-se a discutir por que a investigação clínica no país não avançava
tanto quanto a pesquisa básica biomédica. Posteriormente, os Institutos
Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos colocaram
como uma das metas, em 2003, promover a “reengenharia” da investigação clínica
no país e criaram um programa para financiar a organização de centros de
medicina translacional nas universidades. Hoje, existem cerca de 60 centros.
“O
objetivo era estimular a formação de equipes multidisciplinares e criar uma
cultura de aproximação da área básica com a área clínica e, principalmente,
fazer com que aquilo que resultou da pesquisa básica – e que foi visto como
útil na pesquisa clínica – chegasse até o paciente. O desafio era também
levar o conhecimento produzido na universidade para a saúde pública”, disse
fisiologista Eduardo Moacyr Krieger, professor emérito da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Krieger,
que também é vice-presidente da FAPESP, coordenou o Simpósio de Medicina
Translacional, realizado no dia 29 de novembro na Academia Brasileira de
Ciências (ABC), entidade que presidiu por 14 anos.
Embora o
termo seja novo, na prática a ideia de pesquisa translacional é antiga.
Eduardo Krieger citou a criação do Vale do Silício em parceria com a Universidade
Stanford, durante a Segunda Guerra Mundial, como um exemplo da rapidez com
que o conhecimento foi transferido da universidade para o setor privado para
suprir a demanda por tecnologia militar.
“A
medicina demorou para fazer isso”, observou, citando como exemplo a
descoberta dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA),
fármacos usados no tratamento da hipertensão arterial.
“Foram
dez anos de pesquisa básica até se chegar ao medicamento”, disse Krieger, um
dos maiores especialistas no campo da fisiologia cardiovascular, com foco na
pesquisa dos mecanismos de regulação da pressão arterial.
“Hoje,
mudou fundamentalmente a velocidade com que a pesquisa feita na bancada e o
conhecimento chegam à aplicação. A própria universidade leva o conhecimento
para a indústria, ou a indústria vai buscá-lo”, observou.
Eduardo
Krieger, que criou o Programa de Cardiologia Translacional do Instituto do
Coração (InCor), o mais importante grupo de medicina translacional do Brasil,
citou como marco no campo o apoio da FAPESP por meio de Projetos Temáticos,
que incentivaram a pesquisa multidisciplinar envolvendo profissionais de
diferentes origens.
“Também a
USP criou um programa de Apoio à Pesquisa para incentivar projetos
multidisciplinares e promover a integração em assuntos temáticos”, disse à Agência FAPESP.
“No plano
público, o Ministério da Saúde criou a Rede Nacional de Pesquisa Clínica, que
congrega cerca de 35 hospitais universitários e que, inicialmente, forneceu
financiamento para que os hospitais criassem uma infraestrutura capaz de
fazer a pesquisa clínica. E as grandes universidades também estão criando os
seus centros – em Porto Alegre, a Finep financiou a construção de um prédio
para investigação clínica”, disse.
Atualmente,
Eduardo Krieger coordena um Projeto
Temático por meio do qual pesquisa a obtenção de biomarcadores da
evolução terapêutica dos pacientes – para saber se um paciente responde
melhor ou pior a um determinado tratamento.
O
pesquisador também coordena um projeto do Ministério da Saúde e do CNPq que
investiga a porcentagem de brasileiros resistentes à terapêutica da
hipertensão e qual a melhor quarta droga a ser administrada aos pacientes do
SUS. O objetivo é transformar o que se vê na pesquisa clínica em medidas para
a saúde pública. “Isso é um dos objetivos da medicina translacional”, disse.
ESTUDO
SOBRE O RECONHECIMENTO NA POESIA GREGA
(Texto de
José Tadeu Arantes distribuído pela Agência FAPESP) – O reconhecimento e o autorreconhecimento, isto é, a descoberta
da identidade, do outro ou de si mesmo, são temas recorrentes na mitologia,
no folclore e na literatura – tão antigos quanto os primeiros épicos e tão
atuais quanto as mais recentes produções televisivas.
Já no
Mahabharata, a milenar epopeia indiana, que descreve a grande guerra entre os
Pandavas e os Kauravas – duas famílias principescas unidas pelos laços de
sangue, mas antagonizadas pela conduta moral –, um dos personagens centrais
luta a guerra toda do lado errado por desconhecer sua verdadeira identidade,
que só lhe é revelada tardiamente.
O livro Cenas de reconhecimento na poesia grega, de Adriane da Silva Duarte, professora
de língua e literatura grega na USP, é dedicado às cenas de reconhecimento na
poesia grega, arcaica e clássica.
O livro tem por eixo o conceito de anagnórisis
(reconhecimento), tal como foi definido na Poética de Aristóteles. E investiga as
antológicas cenas de reconhecimento que aparecem nos grandes épicos de Homero
– Ilíada e Odisseia –, nas tragédias de Ésquilo, Sófocles e
Eurípedes, e nas comédias de Aristófanes e Menandro.
“Além de
ser um recurso estruturador da narrativa, capaz de promover o desenlace de um
conflito e dotado de grande apelo emocional, sugere que o reconhecimento seja antes uma
resposta às inquietações do homem acerca de sua origem e de sua identidade”,
escreveu a autora.
O caso
mais famoso de reconhecimento na tragédia grega, magistralmente explorado por
Sófocles, é o de Édipo, o príncipe de Tebas, que, por ignorar sua verdadeira
identidade, mata o pai, Laio, e se casa com a mãe, Jocasta, com quem tem
quatro filhos. Ao reconhecer como pai o homem que matou e como mãe a mulher
que desposou, Édipo fura os próprios olhos – “para não ter que contemplar as
consequências de ser quem é”, explicou Duarte.
A trama,
como se sabe, impressionou profundamente Freud (1856-1939), que fez do
chamado “Complexo de Édipo”, que considerou universal, o mecanismo
fundamental da psicanálise.
No livro,
ela menciona o fato de o termo “reconhecimento” ser hoje de uso corrente no
universo jurídico, quando se fala em “reconhecimento de uma prova”,
“reconhecimento de um cadáver” ou “reconhecimento da paternidade”.
Mas seu
estudo concentra o foco, criteriosamente, na poesia grega. “Procurei explorar
o conceito a partir da perspectiva aristotélica, que restringe o
reconhecimento à identificação entre indivíduos. Exclui da análise, portanto,
os casos em que um personagem reconhece um erro ou uma verdade – embora
Édipo, além de reconhecer que Jocasta é sua mãe, toma consciência de quem de
fato é”, disse Duarte.
E por que
um tema tão antigo, ambientado em sociedades em tudo diferentes da atual,
continua reverberando intensamente no mundo contemporâneo? “Entendo a
permanência do motivo como uma resposta à nossa necessidade de saber quem
somos e, assim, orientarmos nosso comportamento em sociedade”, disse.
“Hoje, a
ideia do auto(re)conhecimento tem um apelo muito forte por conta do impacto
da psicanálise. Pressupõe-se que o indivíduo nunca é passível de
reconhecimento pleno, nem pelos outros, nem por si próprio, havendo camadas
ocultas da psique que eclodirão um dia. É o mito do Dr. Jekyll e Mr. Hyde.
Assim, se na Antiguidade o reconhecimento estava mais em função do outro (e
da relação que estabelecemos com ele), hoje ele se centra mais no eu”,
destacou . Detalhes: www.editora.unicamp.br/lingua-e-literatura/cenas-de-reconhecimento-na-poesia-grega.html
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