LEIA TAMBÉM:
. Smartwath 2
terá duas versões
. Animação e
Cidadania no Carnaval da Globo
. Afinal, a
criação pertence apenas ao publicitário?
.
Oportunidades
. Eventos
. Astronomia
está cada vez mais colaborativa
O VAREJO CONHECE O CLIENTE DELE?
(Artigo encaminhado ao Adnews por
Marcelo Murin, administrador de empresas com
especialização em marketing e sócio-diretor da SOLLO Direto ao Ponto)
Atualmente muito se fala sobre a relevância da
“propriedade intelectual”, e acredito que podemos também fazer um paralelo com
sua importância para o varejo na questão de conhecer ou não seu cliente.
Sim, torna-se parte da “propriedade intelectual” do
varejo, todo o conhecimento que ele possa ter ou adquirir de seus clientes, no
que se refere a perfil socioeconômico, demográfico, de consumo, interesses, e
tantos outros, uma vez que estas informações podem e devem ser utilizadas para
estabelecer um relacionamento contínuo e duradouro com os mesmos.
Em um mercado com a concorrência cada dia mais intensa,
onde se compete entre categorias diferentes, varejos diferenciados, lojas
físicas contra lojas virtuais, e na realidade todos estão buscando sua
participação nos bolsos dos consumidores, diria que é de extrema relevância
conhecer seu cliente. E por que é importante conhecê-lo?
O processo de vendas não se dá apenas no momento da
compra, isso já faz parte do passado. Por isso, torna-se cada dia mais
importante trabalharmos fortemente com o que conhecemos de pré-venda e
pós-venda.
E para tanto, é fundamental conhecer seu cliente e ter
uma boa base de informações sobre os mesmos, dessa maneira poder estar sempre
em contato oferecendo serviços diferenciados e gerar fidelidade.
Por isso faço uma pergunta: atualmente é possível
perceber este trabalhado diferenciado no Brasil? Acredito que estamos
caminhando nesta direção, mas ainda bem distantes de alcançarmos resultados
positivos no trabalho efetivo da pré-venda e do pós-venda, de uma forma geral.
Pouquíssimas empresas de varejo realizam ações
promocionais, apenas para citar um exemplo de atividade a ser realizada
direcionada a um determinado público de seu banco de clientes que tenha
interesses específicos, ou até mesmo possa efetivar uma ação em conjunto com um
fornecedor para divulgar uma marcar onde seus clientes sejam target.
Perdem-se grandes oportunidades na manutenção do
relacionamento. Quantos e quantos clientes não migram de lojas de varejo por
não terem recebido a devida atenção, ou simplesmente por desleixo no pós-venda?
Obviamente que a comunicação com o cliente deve ser
sempre medida de acordo com o perfil do público que se está falando, mas este é
um outro assunto.
O importante aqui e que gostaria de deixar claro, é que
todos sabem e dizem que seus clientes são a “peça” mais importante da
engrenagem de seus negócios, mas aí vem a pergunta: o varejo realmente conhece
seu cliente? E se conhece, o que está fazendo para retê-lo?
Investir no conhecimento do seu consumidor e em ações que
garantam a perenidade do mesmo junto de sua loja no varejo é garantir a
perpetuação de seu negócio. Pense nisso!
SMARTWATCH 2 TERÁ DUAS VERSÕES
Apesar do SmartWatch 2 não ter proporcionado grandes
mudanças para o mercado de acessórios eletrônicos, este ano ele terá uma edição
mais do que especial. Em março, a Sony irá homenagear a Copa com uma nova
versão do gadget.
Em referência ao Brasil, País sede do evento, o relógio
virá com uma pulseira verde e amarela. Porém, não se sabe se a “Fifa Edition”
chegará às lojas brasileiras, e a especulação é que o dispositivo chegue
primeiro ao Reino Unido.
O acessório tem resistência à água, bateria com ótima
duração e é compatível com qualquer celular Android nas versões 4.0 em diante.
Sua tela tem 1,6 polegadas, com resolução de 220 x 176 pixels.
Para quem não gostar da versão especial, o SmartWatch 2
também lançará uma edição com uma pulseira de metal. Além disso, ele pode ser encontrado
em seu modelo original, com a pulseira preta. (Redação
Adnews via techtudo)
ANIMAÇÃO E
CIDADANIA NO CARNAVAL DA GLOBO
(Fontes:
João Veiga e Melina Nascimento | Approach Comunicação Integrada | Portal da
Comunicação)
A
Globo entra em ritmo de carnaval com uma série de ações que vão deixar a folia
do carioca ainda mais animada e consciente.
Além
de apoiar diversas festas nas ruas e nos salões, a emissora inicia a veiculação
de uma campanha educativa que tem como objetivo chamar a atenção do público
para três temas cotidianos fundamentais que ficam ainda mais evidentes durante
o carnaval.
E
eles surgem por meio de marchinhas irresistíveis: “Marcha do xixi”, “Se beber
não dirija” e “Não jogue lixo na rua”, entoadas em três filmes por integrantes
dos mais tradicionais blocos do Rio de Janeiro.
O primeiro lembra que xixi não deve ser feito em qualquer canto. Já “Se beb er não dirija” alerta o público sobre a combinação perigosa de álcool e volante, dando a dica: “Deixa o carro descansando em casa/ E vai pra rua/ De busão/ Bem tranquilo.”
O primeiro lembra que xixi não deve ser feito em qualquer canto. Já “Se beb er não dirija” alerta o público sobre a combinação perigosa de álcool e volante, dando a dica: “Deixa o carro descansando em casa/ E vai pra rua/ De busão/ Bem tranquilo.”
E
o filme “Não jogue lixo na rua”, por sua vez, frisa que o espaço público não é
lugar de sujeira, mas de bloco, beijo e festa. Carioca que é carioca – e no
Rio, durante o carnaval, todos são cariocas –, ao mesmo tempo em que se
diverte, nunca vai deixar de cuidar da Cidade Maravilhosa, do bem-estar de seus
companheiros de folia e, claro, de sua própria saúde.
Para
a gravação foram convidados 24 blocos que, vindos de diferentes regiões do Rio
de Janeiro, falam a mesma língua dos foliões: Empolga às 9, Mulheres de Chico,
Bangalafumenga, Orquestra Voadora, Barbas, Escravos de Mauá, Bola Preta, Suvaco
do Cristo, Bloco de Segunda, Céu na Terra, Quizomba, Monobloco, Meu Bem, Volto
Já!, Sargento Pimenta, Ansiedade, Bloco da Preta, Que Merda É Essa?!, Banda de
Ipanema, Fogo e Paixão, Simpatia É Quase Amor, Tim oneiros, Cacique de Ramos,
Gigantes da Lira e Carmelitas.
No Quiosque da Globo
A
campanha vai além das telas de televisão. Vários desses blocos passarão, entre
fevereiro e março, pelo Quiosque da Globo, na Praia de Copacabana.
Mais
do que cair na folia e cantar as marchinhas, o público vai receber kits da
campanha, estar com artistas do elenco da TV Globo e poder botar em prática
todas as dicas de cidadania que as canções não deixarão ninguém esquecer.
“A
Globo apoia diversas festas de Carnaval – seja nos blocos de rua, no Sambódromo
ou nos bailes –, mas nos unimos aos blocos que nasceram no Rio, se relacionam
com os cariocas e fazem parte da história da cidade.
E
queremos envolver as pessoas que querem curtir um Carnaval seguro e mais limpo
na cidade”, afirma André Dias, diretor de Projetos Especiais da Globo.
O
Quiosque da Globo já vem desde janeiro se firmando com um dos grandes points do
pré-carnaval no Rio. Os blocos da Sebastiana (Associaç ão Independente dos
Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São
Sebastião do Rio de Janeiro) vêm ensaiando no local e levando muita música e
diversão às areias cariocas.
Até
dia 23, sempre às tardes de domingo, Quiosque da Globo recebe ainda os blocos
Meu Bem, Volto Já, Escravos da Mauá, Bloco das Carmelitas, Simpatia É Quase
Amor, Bloco do Barbas e Bloco Virtual.
As
atrações anteriores foram Gigantes da Lira, Bloco da Ansiedade, Bloco de
Segunda, Que Merda É Essa?! e Suvaco do Cristo.
Carnaval na Cidade das Artes
Em
parceria com a Globo, a Fundação Cidade das Artes também antecipa a folia de
carnaval e realiza amanhã, 1 de fevereiro, um grande baile ao som do show da
tradicional Banda do Cordão do Bola Preta.
A
festa acontece entre 18:00 e 20:00, com entrada gratuita. Formado por
instrumentos de sopro (tuba, trombone e trompete), percussão e um cantor, o
grupo leva ao local toda a alegria do bom carnaval de rua do Rio de Janeiro por
meio das mais variadas músicas do cancioneiro carnavalesco.
O
Carnaval na Cidade das Artes, que terá ainda mais música, leituras e palestras
relacionadas à festividade, acontece aos sábados até 22 de fevereiro.
Mais carnaval
O
apoio ao carnaval carioca não para por aí. A Globo estará presente no Baile da
Sebastiana (fevereiro), na final do Concurso de Marchinhas (fevereiro), nos
Bailes do Rio (março) e em dois eventos que jogam confete no segundo semestre:
os debates do Desenrolando a Serpentina (outubro) e a final do Concurso Rei
Momo e Rainha (novembro). Outras ações serão divulgadas em breve.
AFINAL A CRIAÇÃO PERTENCE APENAS AO PUBLICITÁRIO?
(Artigo encaminhado
por Marina Pessoa, sócia e diretora da Famigerada Filmes)
Outro dia fuçando na internet me deparei com a descrição
de “publicitário” em um site de orientação profissional para jovens que estão
passando, assim como vários de nós outrora, pela obrigação (imposta por si ou
pelos outros) de escolher a profissão em tão tenra idade.
Dizia o site – “O publicitário cria, realiza e divulga
campanhas e peças publicitárias. Ele atua na elaboração de inovações. Para
isso, pesquisa, faz a arte, escolhe a abordagem, cria os textos e... acompanha
a produção.”
Fiz cortes desmesurados e propositalmente tendenciosos no
texto original porque quero correr urgentemente para a pergunta inicial – quem
produz não pode criar? E quem cria só acompanha?
Estamos vivendo um momento onde sobram especialistas e
faltam generalistas em todos os lugares. É sabido que, por exemplo, o
clínico-geral, o bom e velho médico da família, é uma espécie em extinção.
A molecada entra na faculdade já pensando na especialização
que irão fazer e se esquecem de pensar nos efeitos da interação entre os
múltiplos mecanismos do corpo. Buscam curar a doença, mas não exatamente deixar
um indivíduo saudável.
Ao mesmo tempo em que a colaboração instantânea pelos
meios digitais, o crowdsourcing e outras ferramentas extremamente baratas e
funcionais permitem que profissionais de diferentes áreas, em diferentes
lugares do mundo quebrem a cabeça e encontrem juntos as melhores soluções para
um problema, a publicidade tradicional ainda tende a se utilizar de estruturas
rígidas e em silos.
Já vi muita coisa acontecer na relação entre agência e
produtora, desde momentos onde o cliente nem sequer pisou no set até interações
que se iniciaram na fase do planejamento da comunicação.
Nesta segunda forma de trabalhar, já produzi e dirigi
focando na resolução do problema de venda e verba do cliente, escrevi e adaptei
roteiros para clientes diretos e agências e, sim, também já tive minhas ideias
questionadas.
Pela minha experiência, essa segunda forma de agir é a
que rende melhores resultados e menos retrabalho porque o processo fica mais
inteligente ao se distribuir a responsabilidade pela resolução dos problemas.
Além do que, quem colabora tende a ser mais engajado no processo.
E um time engajado num propósito único vai mais longe.
Deixa de olhar apenas para sua parte e colabora no desejo de atingir a
potencialidade máxima do resultado – um todo, acima de tudo, saudável.
OPORTUNIDADES
USP
abre inscrições para novo mestrado em Turismo - A Escola de Artes,
Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), na zona leste
de São Paulo, está com inscrições abertas, até 28 de fevereiro, para o programa
de pós-graduação – mestrado em Turismo. Há dez vagas.
O
curso tem uma única área de concentração: desenvolvimento do turismo. Dentro
dessa área, os alunos poderão desenvolver seus estudos em uma das duas linhas
oferecidas: “Turismo: Conhecimento e Tendências”, que propõe o rompimento da
perspectiva da divisão entre teoria e prática e o desenvolvimento de
metodologias de avaliação do lazer e do turismo no país; e “Turismo: Processos
e Inovação”, que pretende abordar competências e habilidades de análise
voltadas para a compreensão da inovação em diversos setores do turismo.
A
seleção dos candidatos será feita em três fases. A primeira é eliminatória e
inclui a realização de um exame de proficiência em língua estrangeira, ficando
a critério do candidato optar entre inglês, francês ou espanhol. O idioma
escolhido deve ser indicado na ficha de inscrição.
A
fase seguinte é composta por uma prova escrita de conhecimento teórico e de
construção argumentativa. Ela deverá ser feita com base na bibliografia
indicada e somente os candidatos que obtiverem nota superior ou igual a 7
estarão classificados.
A
terceira etapa consiste na arguição oral do projeto de pesquisa e do currículo
cadastrado na plataforma Lattes. A banca avaliará a proposta do projeto de
pesquisa apresentado e sua articulação com o programa do curso e, por fim,
decidirá sobre o ingresso do aluno.
As
inscrições devem ser feitas exclusivamente pelo correio (Sedex), endereçada ao
Serviço de Pós-Graduação da EACH/USP - Sala T03, Edifício I1, Rua Arlindo
Bettio, 1000, São Paulo (SP), CEP 03828-000. No envelope deve contar a
informação “Inscrição no Processo Seletivo 2014 – Mestrado em Turismo”.
.
Unicamp seleciona professores de Sociologia e de História – O Instituto de
Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas
(IFCH/Unicamp) está com inscrições abertas para os concursos que selecionarão
professores doutores para as áreas de Teoria Sociológica e História do Brasil.
Os
selecionados podem ser contratados em regime de turno parcial (RTP), com
remuneração mensal de R$ 1.592,14, mas a opção preferencial é para o regime de
dedicação integral à docência e à pesquisa (RDIDP), com salário mensal de R$
9.185,10.
Com
inscrições abertas até 14 de fevereiro, a área de Teoria Sociológica busca um
professor doutor para as disciplinas Sociologia de Durkheim, Sociologia de Marx
e Sociologia de Weber. É desejável que o candidato tenha produção científica em
Sociologia, Ciências Sociais ou áreas afins.
O
Departamento de História aceita inscrições, até 21 de fevereiro, dos
interessados em preencher a vaga de professor doutor na área de História do
Brasil, para ministrar a disciplina História do Brasil II.
O
curso tem como objetivo analisar a produção historiográfica sobre o século XIX
no Brasil, com ênfase na relação entre as transformações políticas do período e
a questão da organização das relações de trabalho (processo de crise e abolição
da escravidão).
Para
concorrer às vagas, os candidatos deverão realizar prova específica, de
didática, de títulos e de arguição. A prova de títulos é a que tem maior peso
na avaliação final e será baseada na análise do memorial elaborado e comprovado
pelo candidato.
As
inscrições serão recebidas na secretaria do IFCH, que fica Rua Cora Coralina,
100, na Cidade Universitária, em Campinas.
Os
editais podem ser conferidos em: www.sg.unicamp.br/dca/concursos/abertos/concursos-para-professor-doutor/instituto-de-filosofia-e-ciencias-humanas
EVENTOS
7º
Congresso Nacional de Serviço Social em Saúde – A Universidade Estadual Paulista (Unesp), a
Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
promovem, entre os dias 9 e 11 de abril, o 7º Congresso Nacional de Serviço
Social em Saúde (Conasss), em São José dos Campos.
Assistentes
sociais e profissionais de saúde estarão reunidos no congresso que oferecerá
capacitação e fortalecimento da ação profissional frente as demandas emergentes
da sociedade contemporânea, promovendo uma reflexão sobre a atuação do
assistente social na saúde e suas interfaces com os demais setores.
Conferências,
mesas-redondas, sessão de pôsteres e minicursos estão programados para os três
dias de congresso, que terá como tema "As repercussões da crise do capital
nas políticas de saúde e as ações do serviço social nas efetivações do
direito".
As
inscrições devem ser feitas até 14 de março e os trabalhos podem ser submetidos
na forma de resumos ou trabalhos completos até o dia 14 de fevereiro.
O
evento será realizado no Centro de Convenções do Parque Tecnológico de São José
dos Campos, situado na Estrada Doutor Altino Bondensan, 500, em São José dos
Campos (SP).
.
20º Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico - Abertas, até 3 de
abril, as inscrições para o 20º Congresso Brasileiro de Trauma Ortopédico, que
ocorrerá entre os dias 8 e 10 de maio, na cidade de Gramado, no Rio Grande do
Sul.
Realizado
pela Sociedade Brasileira de Trauma Ortopédico (SBTO), o evento abordará casos
do cotidiano do traumatologista, como fraturas expostas, fraturas no
idoso/osteoporose e tratamento de fraturas complexas.
Entre
os convidados estrangeiros com presença confirmada estão David Templeman, da
University of Minnesota, nos Estados Unidos, e Vilmos Vécsei, da Medical
University Vienna, na Áustria.
Além
das palestras, o evento prevê a apresentação de trabalhos científicos em forma
de pôster. A data-limite para envio é 14 de março.
O
congresso será realizado no Serrano Resort Convenções & SPA, localizado na
Avenida das Hortências, 1480, em Gramado.
A
programação completa e informação sobre inscrições estão disponíveis no www.traumaortopedico.med.br/index.php
ASTRONOMIA ESTÁ CADA VEZ MAIS COLABORATIVA
(Texto de Elton Alisson,
distribuído pela Agência FAPESP)
O
pesquisador paulista Dimitri Alexei Gadotti costuma passar acordado ao menos
100 noites intercaladas durante o ano, com os olhos voltados para monitores que
mostram uma série de gráficos e imagens de objetos astronômicos capturados, em
tempo real, por alguns dos maiores e mais potentes telescópios em operação no
mundo.
Graduado
em Física Teórica e Experimental e com mestrado, doutorado e pós-doutorado em Astronomia pela Universidade de São
Paulo (USP) – os dois últimos com Bolsa da FAPESP –, Gadotti está entre os 25
astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) em Paranal, no Chile.
Para
realizar seu trabalho de apoio às observações realizadas no conjunto de
telescópios do Observatório Paranal, Gadotti permanece por períodos de uma
semana a dez dias no complexo astronômico situado em uma montanha de 2,6 mil
metros de altitude no meio do deserto do Atacama e a 130 km da cidade litorânea
chilena de Antofagasta.
Semelhante
a uma base militar, o Observatório funciona 24 horas por dia,
ininterruptamente, com mais de 100 profissionais, entre astrônomos,
engenheiros, físicos e técnicos de manutenção, trabalhando em turnos.
Os
profissionais ficam hospedados na Residência Paranal – um sofisticado hotel
construído nas dependências do Observatório, cujo projeto ganhou prêmios
internacionais de arquitetura. A residência já foi até usada como locação de Quantum of Solace, o 22º filme
do espião britânico James Bond.
Em
entrevista concedida à Agência
FAPESP durante visita
realizada por jornalistas brasileiros às instalações do ESO no Chile, em
novembro, Gadotti conta como se tornou astrônomo da instituição de pesquisa e
sobre o trabalho que desempenha no Observatório.
Agência FAPESP – Como o senhor se tornou astrônomo do ESO
no Chile?
Dimitri
Alexei Gadotti – Fiz meu doutorado no IAG [Instituto
de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP] com Bolsa da
FAPESP e, durante minha pesquisa, fui duas vezes ao Chile para realizar
observações nos telescópios do Observatório do ESO em La Silla, [a 600
quilômetros ao norte de Santiago].
Na
primeira vez fiquei duas noites, e na segunda, seis. Depois de concluir o
doutorado, realizei pós-doutorado no IAG, também com Bolsa da FAPESP, no
Laboratório de Astrofísica de Marselha, na França, e no Instituto Max Planck de
Astrofísica em Garching, perto de Munique, na Alemanha, onde fiquei por quatro
anos.
Por
coincidência, a sede do ESO na Alemanha fica na mesma rua do Instituto Max
Planck de Astrofísica. Por essa razão, eu tive muito contato e sempre quis
trabalhar no ESO, por ser uma instituição internacional de pesquisa e que faz
astronomia de altíssimo impacto.
Por
conta disso, eu me inscrevi em 2009 para o programa de fellowship do ESO e fui selecionado para ir ao
Chile, onde fiquei por três anos e meio. Um pouco antes de terminar meu fellowship, candidatei-me a uma
vaga na equipe de astrônomos do ESO no Chile, fui aprovado e em abril de 2013
comecei a fazer parte oficialmente da equipe.
Agência FAPESP – A
equipe de astrônomos do Observatório do ESO em Paranal é composta por quantos
integrantes?
Gadotti – São cerca de 25 astrônomos. Há muito
mais engenheiros do que astrônomos porque nós, astrônomos, só trabalhamos à
noite, na operação dos telescópios. Já os engenheiros trabalham tanto à noite
quanto de dia, fazendo a manutenção dos 16 instrumentos científicos acoplados
aos telescópios.
Agência FAPESP – Quais
são as responsabilidades de um membro da equipe de astrônomos do ESO?
Gadotti – Dois terços do tempo de um membro da
equipe de astrônomos do ESO devem ser dedicados ao trabalho no Observatório,
que consiste, basicamente, em dar apoio às observações.
Temos
que passar 105 noites por ano no observatório para executar os projetos de
pesquisa aprovados pelo ESO a cada semestre. A cada noite selecionamos quais
projetos serão realizados, dependendo das condições de observação e da
prioridade de cada um deles.
Normalmente
as observações são realizadas em bloco e intercaladas, mais ou menos, a cada
duas horas. Durante as observações, temos de verificar se estão ocorrendo da
forma esperada, se os dados fornecidos possuem a qualidade necessária e se há a
ocorrência de algum imprevisto, por exemplo.
Se
há algum problema durante as observações, precisamos tomar medidas.
Agência FAPESP – De
que modo vocês atuam durante as observações?
Gadotti – De duas formas. A primeira é no modo de
serviço: o astrônomo que escreveu o projeto não está presente e, por isso,
executamos as observações para ele.
A
outra forma é no modo visitante: o astrônomo autor do projeto vem para cá para
realizar as observações e ficamos à sua disposição para tirar dúvidas e ajudar
no que for necessário, já que a operação dos telescópios é muito complexa.
Os
astrônomos de fora do ESO não podem vir para cá e operá-los sozinhos.
Agência FAPESP – Além
de dar apoio às observações, quais outras funções vocês desempenham?
Gadotti – Cada membro da equipe de astrônomos do
ESO é responsável por um dos 16 instrumentos científicos dos telescópios. Isso
significa que temos de garantir, entre outras questões, que o instrumento opere
de maneira adequada, que não percamos tempo por problemas técnicos e que os
dados cheguem com a qualidade esperada.
Além
disso, temos de pensar no que pode ser feito para melhorar o instrumento e
zelar pela sua manutenção, de forma que não apresente problemas técnicos.
Agência FAPESP – Por
qual instrumento você é responsável?
Gadotti – Pelo Flames [sigla, em inglês, de Fibre Large Array Multi Element
Spectrograph]. Esse
instrumento é um espectrógrafo multiobjeto, que permite obter mais de 130
espectros [imagens] para 100 diferentes objetos de uma vez, e facilita a
realização de estudos que precisam de muitos dados.
Hoje
em dia, a maior parte da pesquisa em astronomia é feita do ponto de vista
estatístico e existe muito erro envolvido por conta da própria natureza das
observações.
Só
conseguimos coletar alguns dos fótons que estão disponíveis no céu e temos de
extrair deles uma quantidade enorme de informações. Como observamos no limite
da tecnologia disponível para essa finalidade, há muitos “ruídos” eletrônicos,
de tratamento dos dados e de postulação de hipóteses.
Por
isso, é necessário aumentar o tamanho da amostra, do número de dados e de
pontos de observação para reduzir esses ruídos e obter respostas muito mais
robustas.
O
Flames é fundamental para isso porque, em vez de fornecer um espectro para uma
estrela, após uma hora de observação ele fornece mais de 130 espectros. Com um
espectro não é possível fazer praticamente nada, mas com 130 pode-se responder
a uma série de perguntas. Além disso, também otimiza o tempo de observação no
telescópio.
Agência FAPESP – Que
tipo de pesquisa astronômica o senhor realiza no ESO?
Gadotti – Estudo a evolução de galáxias,
principalmente do ponto de vista estrutural. O que faço é analisar imagens ou
espectros de galáxias e a estrutura de galáxias, principalmente as das mais
próximas da Terra, aquelas que podemos ver com mais detalhes.
Também
estudo a cinemática [movimento] das estrelas na galáxia. A ideia é tentar
entender como as galáxias evoluem no tempo, porque elas não são nada estáticas.
Vemos
que há galáxias que possuem braços espirais e barras, por exemplo, que se
desenvolvem e também afetam a vida da galáxia de maneira fundamental,
produzindo novas estrelas e mudando a distribuição de massa dentro da galáxia.
A
matéria escura que está ao redor da galáxia também influencia sua dinâmica e
sua estrutura e nós ainda não sabemos o que é a matéria escura.
Dessa
forma, podemos estudar um pouco a matéria escura, entender o que ela é por meio
do que acontece na galáxia queestá dentro de um halo de matéria escura e esse
halo influencia em suas dinâmica e na estrutura.
Obter
respostas sobre o que é a matéria escura é importante não só do ponto de vista
da Astronomia, mas também da Física. A matéria escura é uma partícula que os
físicos também têm buscado e não encontraram. Ela representa um tópico da
ciência hoje que é muito fundamental.
Agência FAPESP – Como
são suas colaborações em pesquisa?
Gadotti – Trabalho, fundamentalmente, em
colaborações internacionais. Algumas iniciei durante o pós-doutorado na França
e outras são mais recentes, como o Spitzer Survey of Stellar Structure in Galaxies (S4G), do qual sou um dos
pesquisadores principais.
Essa
colaboração começou em 2010, reúne um grupo de mais 40 pesquisadores do mundo
inteiro e tem trazido resultados muito bons.
O
que temos feito nesse projeto é obter imagens de todas as galáxias que estão
dentro de um certo volume ao redor da nossa. Com essas imagens no infravermelho
podemos estudar as estruturas dessas galáxias de maneira que não poderia ser
feita antes.
O
Sptizer é um telescópio espacial da Nasa [agência espacial dos Estados Unidos].
Eles me convidaram para fazer parte dessa colaboração por conta da pesquisa que
faço com estruturas de galáxias.
No
Chile, com os telescópios do ESO, também fazemos muitas investigações
relacionadas a dinâmicas de galáxias.
Com
o Flames, temos feito observações para estudar a dinâmica de diferentes regiões
de uma galáxia para entender por que as galáxias são como são, por que apresentam
as estruturas que vemos hoje e como essas estruturas se formam, se vão ficar
para sempre aí ou vão desenvolver e se transformar em outras estruturas. E só é
possível realizar esses estudos em colaboração.
Agência FAPESP – Quais
as vantagens da realização de pesquisas astronômicas em colaboração?
Gadotti – No caso do S4G, por exemplo, conseguimos
mais de 600 horas de tempo de telescópio, algo dificilmente concedido para um
ou dois astrônomos, por exemplo.
Para
utilizar esse tempo de observação é preciso juntar forças, ter uma equipe
bastante grande, capaz de explorar os dados de maneiras diferentes.
Ao
juntar um grupo grande de especialistas em diversos aspectos, cada um deles
pode usar os mesmos dados para responder a diferentes perguntas.
Com
isso, é possível maximizar os resultados de um projeto e o tempo de utilização
de um telescópio, que é bem caro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário