AUDITORIA
DA COMUNICAÇÃO
AS
PALAVRAS
“Devemos
investir no cliente de forma sistemática e planejada. Este é o único caminho
para a competitividade das organizações.” (Oscar
Malfitano Cayuela)
HISTÓRIAS
MAL CONTADAS
Ano passado a ABA – Associação
Brasileira cdos SAnunciantes, desenvolveu um esforço no sentido de mostrar,
para os publicitários, a importância da história nas peças de comunicação.
Ultimamente, penso que por
influência dessa iniciativa, observa-se um esforço nessa direção.
No entanto, claramente nota-se,
também, um problema: quem faz essa tentativa, está tocando de ouvido.
Esquece-se de duas regras básicas:
1.
O produto tem de ser o grande ator nas histórias que as
peças de publicidade vão contar.
2.
A história tem de ser válida para todo o esforço de
comunicação que se fizer. Trocando em miúdos: é preciso ter uma grande ideia –
o famoso conceito – capaz de envolver o produto por inteiro, de estar presente
em todas as peças de comunicação. E a partir dela, variações que atendam as
características, que caibam na linguagem do meio que se vai utilizar.
É
PRA LER MESMO¿
A
ABA está conseguindo fazer uma coisa fantástica: veicular anúncios que não
podem ser lidos.
Refiro-me
à campanha para o II Fórum Internacional ABA Riode Sustentabilidade. Vi o
anúncio veiculado no O Globo. Todo borrado. Uma mancha só.
Achei
que era um escorregão do jornal. Afinal, a ABS reúne o pessoal acostumado a
aprovar anúncios. Não ia permitir isso.
Aí,
vi anúncio para o mesmo evento,
veiculado na Isto É. Com o mesmo problema.
É
assim que esse povo da ABA lida com os trabalhos realizados pelas agências que
o atendem¿
OS CARAS DE
PAU
Vi,
na TV, a presidente da República, o Governador e o vice do Governo do Rio, e o
prefeito de Petrópolis, um ao lado do outro, na missa em homenagem aos mortos
durante a última tragédia vivida por causa da chuvarada no Estado do Rio. Todos
sérios, compungidos. Com a cara de quem estava arrependidos por não terem
tomado providências capazes de evitar o ocorrido.
Ou
será apenas fingimento¿
A FARRA DO BOI
Já passou da hora de as autoridades
de Santa Catarina perceberem que estão lidando errado com a Farra do Boi. A ação policial já se mostrou
inútil. É preciso, isto sim, entenderem a Farra do Boi é um fenômeno cultural,
e como tal deve ser tratado.
Sem isso, já, já, a marginalidade
terá tomado conta do pedaço. Se é que ainda não tomou.
DEU
NA FOLHA
1.
“O Big
Brother Brasil 13 encerrou ontem a sua passagem pela Globo seguindo a tendência
de queda da atração, que acontece ano a ano. Perdeu metade do seu público. Mesmo
assim, a 14ª. Edição do reality show já está garantida na programação da Globo
em 2014.”
2.
“Edir Macedo
dá 5 anos para Record alcançar a Globo. Para elevar a audiência a emissora
anuncia meta de ter duas novelas no ar simultaneamente em 2014 e até três em
2015.”
PEDALADAS
Agora que se fala tanto em ciclovias, lembre-me de um
episódio que vivi anos atrás.
Quando comandei a diretoria de marketing do S. Paulo F.C.
preocupei-me com a falta de lugar para estacionar nos dias de jogos no
Morumbi. Criei, então, um projeto para estimular as pessoas, principalmente
as que moravam nas redondezas, a irem de bicicleta.
Preparei, no interior do estádio, um
lugar para alojar as bicicletas; esbocei percursos possíveis para propor
ciclovias; e fui falar com a Prefeitura. Ali, fui tratado como um et: as
autoridades me ouviam, faziam aquela cara de bobo de quem não quer nada com
o assunto mas eram obrigadas a me ouvir
porque eu estava representando um grande clube, sorriam e me pediam
tempo para uma resposta que nunca foi dada.
Pressentindo isso, fui pedir o apoio dos
fabricantes de bicicleta. Na época, duas marcas dominavam o mercado: Monark
e Caloi.
Nenhuma se interessou pelo projeto,
porque, como eram praticamente as únicas fabricantes, vendiam tudo o que
conseguiam produzir.
O projeto foi para a gaveta.
CIRCULANDO NA INTERNET
NÃO SOU:
NEM NEGRO, NEM ÍNDIO, NEM ASSALTANTE, NEM GUERRILHEIRO, NEM
INVASOR DE TERRAS.
Como Faço Para Viver No Brasil Nos Dias Atuais???
Na Verdade Eu Sou Branco,
honesto, professor, advogado, contribuinte, eleitor, hetero...
E Tudo Isso Para quê???
Meu Nome é:
Ives Gandra da
Silva Martins*
Hoje, tenho eu a impressão de que no Brasil o "cidadão
comum e branco" é agressivamente discriminado pelas
autoridades governamentais constituidas e pela legislação
infraconstitucional, a favor de outros cidadãos, desde que eles
sejam índios, afrodescendentes, sem terra, homossexuais ou se
autodeclarem pertencentes a minorias submetidas a possíveis
preconceitos.
Assim é que, se um branco, um índio e um afrodescendente
tiverem a mesma nota em um vestibular, ou seja, um pouco acima
da linha de corte para ingresso nas Universidades e as vagas
forem limitadas, o branco será excluído, de imediato, a favor
de um deles! Em igualdade de condições, o branco hoje é um
cidadão inferior e deve ser discriminado, apesar da Lei Maior
(Carta Magna).
Os índios, que, pela Constituição (art. 231), só deveriam ter
direito às terras que eles ocupassem em 05 de outubro de 1988,
por lei infraconstitucional passaram a ter direito a terras que
ocuparam no passado, e ponham passado nisso. Assim, menos de
450 mil índios brasileiros - não contando os argentinos,
bolivianos, paraguaios, uruguaios que pretendem ser
beneficiados também por tabela - passaram a ser donos de mais
de 15% de todo o território nacional, enquanto os outros
195 milhões de habitantes dispõem apenas de 85% do restante
dele. Nessa exegese equivocada da Lei Suprema, todos os
brasileiros não-índios foram discriminados.
Aos 'quilombolas', que deveriam ser apenas aqueles descendentes
dos participantes de quilombos, e não todos os afrodescendentes,
em geral, que vivem em torno daquelas antigas comunidades, tem
sido destinada, também, parcela de território consideravelmente
maior do que a Constituição Federal permite (art. 68 ADCT), em
clara discriminação ao cidadão que não se enquadra nesse
conceito.
Os invasores de terras, que
matam, destroem e violentam, diariamente, a Constituição, vão
passar a ter aposentadoria, num reconhecimento explícito de que
este governo considera, mais que legítima, digamos justa e
meritória a conduta consistente em agredir o direito. Trata-se
de clara discriminação em relação ao cidadão comum,
desempregado, que não tem esse 'privilégio', simplesmente
porque esse cumpre a lei.
Desertores, terroristas, assaltantes de bancos e assassinos, que, no passado, participaram da
guerrilha, garantem a seus descendentes polpudas
indenizações, pagas pelos contribuintes brasileiros. Está, hoje, em torno de R$ 4 bilhões de
reais o que é retirado dos pagadores de tributos para
'ressarcir' aqueles que resolveram pegar em armas contra o
governo militar ou se disseram perseguidos.
E são tantas as discriminações, que chegou a hora de se
perguntar: de que vale o inciso IV, do art. 3º, da Lei Suprema?
Como modesto professor, advogado, cidadão comum e além disso
branco, sinto-me discriminado e cada vez com menos espaço nesta
sociedade, em terra de castas e privilégios, deste governo.
(*Ives Gandra da Silva Martins,
é um renomado professor emérito das Universidades Mackenzie e
UNIFMU e da Escola de Comando e Estado Maior do Exército Brasileiro
e Presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do
Comércio do Estado de São Paulo ).
Para os que desconhecem o Inciso
IV, do art. 3°, da Constituição Federal a que se refere o Dr.
Ives Granda, eis sua íntegra:
"promover o bem de
todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação."
Assim, volta a ser atual, ou melhor
nunca deixou de ser atual, a constatação do grande professor e
orador Rui Barbosa:
"De tanto ver triunfar
as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver
crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas
mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se
da honra, a ter vergonha de ser honesto". (Senado Federal,
RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86).
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