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Compartilho com vocês e-mail que recebi
de um leitor muito especial!! Hernanda e eu ADORAMOS... ah fiquem a
vontade para enviar críticas e sugestões :-) Quem sabe para uma próxima
edição... segue texto que recomendo, pela leveza e bom humor :-)
" Abraço, Elisa,
Enfim consegui um tempinho aqui e acolá para começar a ler o seu livro.
De vinho não tenho capacidade para distinguir mais do que os vermelhos
e dos brancos.
Lá no interior de Goiás lembro que minha mãe comprava ali pelos anos 60
e 70 um vinho que ela chamava de rosê.
A marca era chatô duvaliê.
É claro que não esqueço também de uma surra que ela me deu quanto eu
tinha uns onze ou doze anos.
Eu não conseguia abotoar uma calça ou camisa porque tinha traçado uns
goles de um vinho bem docinho que estava de bobeira numa festa.
O nome era de santo. Não tenho certeza. Acho que era São Rafael, ou
coisa parecida.
Nas festas de igreja ou nos churrascos comemorativos de alguma coisa na
minha cidade volta e meia apareciam garrafões envoltos em alça de
palha, com a marca Sangue de Boi.
Todos (os adultos) bebiam à farra. Era divertido de ver.
Este é todo o meu repertório.
Pois então, com bem já o sabes, minha leitura é de leigo total, e li
muito mais como um livro de viagem, de apresentação ao que não se sabe,
do que com uma capacidade de análise ou de crítica.
Não sei distinguir um premier cru de um premier assado.
Bebo um golinho de cada um, gostando, simplesmente.
Vamos lá:
Gostei da sua boa prosa.
Nada de academicismos, ou de vinherês na linguagem.
Isso espantaria os curiosos, como eu. Na real li num jornal nesta
semana que menos de 1% daqueles que se apresentam entendedores de fato
entendem de vinho.
E os tais cheiradores de rolha em restaurantes?
Estes, então, blergh!!!
Daí que já te admiro de partida, por dominar o que quase ninguém
domina, e que é objeto de curiosidade para tantos – como eu.
Logo no começo achei dez total a história e a geografia do vinho.
Quando, onde, por que povos, e com que usos, costumes e rituais.
Para a segunda edição as únicas sugestões seriam umas duas ilustrações
com uma espécie de ‘mapa’ pontilhando os primeiros caminhos dos vinhos
nas civilizações de outrora.
No estilo da redação, nada a mudar. Apenas colocar na primeira
definição não a legislação, mas aquelas bem-humoradas da joint-venture
entre homem e natureza, por exemplo, já que o texto é para leigos.
Fiquei intrigado com o etanol.
De tão idiota que sou nunca liguei o tal “teor etílico” das bebidas ao
etanol.
Acho que fiquei impressionado há uns dez ou vinte anos quando morreram
muitas pessoas intoxicadas por batidas ou caipirinhas feitas com álcool
de posto de gasolina – o tal etanol.
É o mesmo produto, certo, pois vem das frutas no vinho, e da
cana-de-açúcar para a cachaça e os tanques de combustível?
- Por que o do posto mata, e o da cachaça não mata assim tão
facilmente?
E o tal do Baco, que coisa mais fofa!!!
E as festas de embalo dele, então. De fazer inveja ao Tim Maia!!!
O Dionísio era mais comportado. Mas, sinceramente gostei dos dois.
Aquele médico, o Hipócrates, o que não fazia com as pacientes após
medicá-las com sucessivas doses do remédio dos deuses?
Hoje ele estaria processado, coitado. Tristes estes dias atuais do
politicamente correto.
Espertos mesmo foram os padres, que deram tom sagrado ao golinho de
cada dia.
Quantas noviças e freirinhas não cairam no conto de beber um pouco do
'sangue de cristo'!!!
Você já foi no Hôtel-Dieu?
Gostei mais do outro nome, Hospices de Baune. Baune deve ser nome de
alguém ou do lugar, e isso não sei.
Mas, suponho, que Hospices é hospício mesmo. Ai estou em casa!
Consegui chegar até o trecho da introdução das uvas no Brasil, e do
trocadilho europeu de os italianos passarem a perna nos alemães ao
utilizar a uva isabel para produzir vinho, já que as mudas dos gringos
carcamanos tinham secado na viagem!!
Fiquei com dúvida para saber quais são as uvas finas e quais são as
uvas ‘americanas’.
A uva isabel, que deu origem ao vinho no Brasil, era americana, ou
europeia, que tinha vindo com os alemães?
Bem, até aqui adorei.
Na próxima viagem, leio mais.
Parabéns, e obrigado."
Nós que agradecemos ;-)
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