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GUIA DE CONDUTA E MELHOR PRÁTICA DA MÍDIA EXTERIOR
(Fontes: Jorge
Luiz Mussolin | EME | Portal da Propaganda)
Foi
lançado oficialmente o Guia
de Conduta e Boa Prática da Mídia Exterior, no hotel Pestana em Copacabana
(RJ), no último 22 de janeiro.
O evento
começou com um café da manhã para os convidados e, em seguida, a cerimônia foi
conduzida pelo presidente da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA Rio),
Sérgio Azevedo, que falou da importância de um lançamento como este para o Rio
de Janeiro.
O guia é fruto de iniciativa do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado do Rio de Janeiro (Sepex-RJ), da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA Rio), do Grupo de Mídia do Rio de Janeiro e da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro (ESPM).
O evento contou com as presenças especiais do secretário municipal de Ordem Pública do Rio, Alex Costa; da presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado do Rio de Janeiro, Teresinha Moraes Abreu; do presidente da Federação Nacional da Publicidade Exterior (Fenapex), Luiz Fernando Rodovalho; do presidente da Central de Outdoor Marcelo M. de Moura; do presidente do Sindicato dos Publicitários do Estado do Rio de Janeiro, Cleverson Valadão; e da presidente do Grupo de Mídia do Rio de Janeiro, Fátima Rendeiro dentre outros.
Em seu discurso, Teresinha Moraes Abreu, presidente do SEPEX-RJ, destacou que o guia é o resultado da parceria do Sepex-RJ com a ABA Rio, bem como dos esforços que estão sendo envidados para resgatar a publicidade exterior no município do Rio de Janeiro dentro de novos critérios e significados.
O guia é fruto de iniciativa do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado do Rio de Janeiro (Sepex-RJ), da Associação Brasileira de Anunciantes (ABA Rio), do Grupo de Mídia do Rio de Janeiro e da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio de Janeiro (ESPM).
O evento contou com as presenças especiais do secretário municipal de Ordem Pública do Rio, Alex Costa; da presidente do Sindicato das Empresas de Publicidade Exterior do Estado do Rio de Janeiro, Teresinha Moraes Abreu; do presidente da Federação Nacional da Publicidade Exterior (Fenapex), Luiz Fernando Rodovalho; do presidente da Central de Outdoor Marcelo M. de Moura; do presidente do Sindicato dos Publicitários do Estado do Rio de Janeiro, Cleverson Valadão; e da presidente do Grupo de Mídia do Rio de Janeiro, Fátima Rendeiro dentre outros.
Em seu discurso, Teresinha Moraes Abreu, presidente do SEPEX-RJ, destacou que o guia é o resultado da parceria do Sepex-RJ com a ABA Rio, bem como dos esforços que estão sendo envidados para resgatar a publicidade exterior no município do Rio de Janeiro dentro de novos critérios e significados.
A executiva salientou ainda que é preciso adequar este meio de comunicação a
uma nova ordem urbana, através, não só de uma legislação moderna, mas também de
mecanismos de gestão apropriados e eficientes.
“O maior
desafio do Sepex-RJ atualmente é deixar um legado para o Rio de Janeiro, que é
de poder colaborar com o poder público para o reordenamento da mídia exterior,
fazendo com que tenhamos uma nova legislação consolidada e de simples
aplicabilidade”, assinalou.
Luiz Fernando Rodovalho, presidente da Fenapex, afirmou que “a iniciativa do guia vai mais além das fronteiras do estado do Rio, devendo se expandir para o Brasil inteiro em breve, já que a federação planeja o lançamento do título nacionalmente”.
Para os demais participantes do evento, o Guia de Conduta e Melhor Prática da Mídia Exterior abre várias portas para novas possibilidades em um futuro próximo pois o Rio de Janeiro será palco de grandes eventos nacionais e internacionais, sendo necessário assim uma mídia exterior reordenada.
Luiz Fernando Rodovalho, presidente da Fenapex, afirmou que “a iniciativa do guia vai mais além das fronteiras do estado do Rio, devendo se expandir para o Brasil inteiro em breve, já que a federação planeja o lançamento do título nacionalmente”.
Para os demais participantes do evento, o Guia de Conduta e Melhor Prática da Mídia Exterior abre várias portas para novas possibilidades em um futuro próximo pois o Rio de Janeiro será palco de grandes eventos nacionais e internacionais, sendo necessário assim uma mídia exterior reordenada.
“A nossa cidade vai receber grandes eventos. Então, essa
política que o Sepex-RJ começa a implementar vai, obviamente, se converter em
benefício para toda a sociedade.
Com esse
conteúdo e com essa intenção, de melhorar a relação entre o privado, que
é legítimo, e o poder público, temos uma iniciativa de grande valia”,
declarou o secretário municipal de Ordem Pública do Rio de Janeiro, Alex Costa.
LEGO BATE RECORDE NO MERCADO
BRASILEIRO
(Fontes: Alessandra Sabbag, Rodrigo Fonseca e Silvia Balzan | ADS Comunicação Corporativa | Portal da Propaganda)
(Fontes: Alessandra Sabbag, Rodrigo Fonseca e Silvia Balzan | ADS Comunicação Corporativa | Portal da Propaganda)
A Lego teve um crescimento recorde
no mercado brasileiro em 2013. Com alta de 61% em comparação com o ano
anterior, este excelente desempenho se deu sobre uma base considerada alta à
medida que a marca já havia crescido 50% no País em 2012. A informação é de Robério
Esteves, diretor de operações da LEGO no Brasil.
Segundo ele, alguns dos principais
fatores para este bom resultado foram o grande volume de lançamentos, os
investimentos em comunicação e a conquista de novos clientes no varejo, além do
fortalecimento das parcerias que mantém com as lojas especializadas em
brinquedos.
“Até 2011, a Lego cresceu ao ritmo
de 25% ao ano no Brasil. Em 2012, deu um impulso ainda maior e registrou 50%,
chegando ao recorde de 61% em 2013”, conta Esteves.
Em âmbito nacional, todas as regiões apresentaram crescimento significativo.
No mercado do Nordeste, a Legoregistrou uma alta de 111,18%; no Norte, de
85,06%; no Sudeste, 72,12%; no Centro-Oeste, 47,18%; e no Sul de 36,15%.
Entre as muitas linhas da marca
dispõe para as lojas brasileiras de
brinquedos, Esteves informa que a City, que
retrata o dia a dia das cidades, foi a que mais vendeu.
Ele também destaca as linhas Chima,
que foi o grande lançamento mundial da Lego em 2013, e a Friends, que é voltada
às meninas.
No mundo, a Lego manteve a liderança entre os “brinquedos de montar”, categoria do setor que se mantem como a de maior crescimento.
No mundo, a Lego manteve a liderança entre os “brinquedos de montar”, categoria do setor que se mantem como a de maior crescimento.
Com o resultado do seu último
balanço, divulgado em 2013, o faturamento mundial de US$ 4,1 bilhões em 2012
(17% a mais que no ano anterior) colocou a Lego na segunda posição global entre
as fabricantes de brinquedos; os números de 2013 devem ser divulgados pela
empresa nos próximos meses.
Ritmo acelerado no Brasil
Ao citar o volume de lançamen tos
como fator importante para o sucesso no mercado, Esteves lembra que, em 2013, a
Lego dispôs ao varejo nacional um total de 299 produtos, sendo 237 novidades,
que representam uma renovação de 84% do sortimento da marca no País em relação
ao ano anterior.
“A criação de linhas novas e com
temas distintos, peças e funções variadas, além do uso de tecnologia, garantem
a qualidade e o alinhamento com a expectativa das crianças da nova geração.”
“Para elas, a Lego oferece desde simples peças
de montar até conjuntos sofisticados, com funções robóticas, para proporcionar
muita diversão e aprendizado”, comenta.
Neste cenário, Esteves ressalta o
fato de os conjuntos da marca apresentarem excelente desempenho nas prateleiras
das lojas de brinquedos.
Segundo ele, este fato, inclusive,
contribui para o aumento contínuo do número de lojas que vendem os produtos por
todo o território nacional.
Além disso, o executivo chama a
atenção para a estratégia de ampliação da oferta de conjuntos com custos mais
acessíveis ao mercado nacional, que chegam ao varejo com preço a partir de
R$11,90.
“No Brasil, 70% dos produtos da Lego
são de conjuntos com preço de até R$100,00”, ressalta.
Outro ponto marcante que contribuiu para o bom desempenho comercial da marca no País foi o investimento em comunicação.
Outro ponto marcante que contribuiu para o bom desempenho comercial da marca no País foi o investimento em comunicação.
Entre os exemplos, Esteves destaca
os anúncios em canais de TV a cabo e ações promocionais e de merchandising em
pontos de venda, além da realização de um grande número de eventos, como as
Oficinas de Criação.
Além disso, cita a parceria com a
Raízen, licenciada da marca Shell no Brasil, para uma promoção especial em 2,7
mil postos de combustível, pela qual os clientes podem adquirir miniaturas
exclusivas da Ferrari feitas totalmente com Lego.
Lojas conceito estimulam o varejo de
brinquedos em regiões estratégias
A abertura de duas lojas conceito da
Lego também estiveram entre os pontos altos da marca em 2013. No Rio de Janeiro
(RJ), a Lego S tore chegou ao Rio Barra Design no primeiro mês do ano; em
Curitiba (PR), a loja abriu as portas no momento da inauguração do Shopping
Pátio Batel, em setembro.
“Abrimos as lojas com o objetivo de
criar uma referência de grife e do conceito da marca na região e, com isso,
estimular a venda de produtos em todo o varejo”, conta Esteves.
O executivo ressalta que este fator
é comprovado pelos resultados da Lego Store em São Paulo (SP), inaugurada em
2010, que impulsionou as vendas dos brinquedos e acessórios em todas as lojas
clientes.
STARTUPS
SELECIONADAS PARA O U-START CONFERENCE BRAZIL
Promovida
pela consultoria global U-Start, conferência cria oportunidades de negócio para
empreendedores que buscam investimentos. Evento levará quatro empresas para a
Europa, onde terão a oportunidade de se apresentar para investidores europeus.
A U-Start - uma
boutique advisory para investidores europeus interessados em investir em
startups digitais provenientes de mercados emergentes – anunciou as 20 empresas
selecionadas que irão participar da etapa nacional da conferência no dia 08 de
fevereiro de 2014, no auditório da Telefônica em São Paulo.
O evento
selecionará quatro dentre as 20 startups para participarem da etapa global da
U-Start Conference, conferência realizada em Milão, na Itália, em maio de 2014.
A etapa nacional
tem como objetivo principal avaliar projetos digitais em early stage
de empreendedores brasileiros que estejam prontos para alavancar seus negócios.
Os vencedores da
etapa brasileira terão todas as despesas pagas e vão apresentar seus projetos a
uma seleta banca de investidores europeus – o vencedor receberá um equity
commitment.
Selecionadas
Agenda Pet |
Ead Box |
Meia Bandeirada |
Smart Entrega |
Brasil By Bus |
Enac Medical |
Monograme |
Stayfilm |
CargoBr |
Hondana |
Near Bytes |
Wonference |
Clap Me |
Intoo |
Ocapi |
Zero Paper |
Convenia |
Kidoteca |
Slide Bean |
Zoemob |
Os participantes
devem enviar um e-mail para info.br@u-start.biz confirmando a participação na conferência. Além disso, devem enviar a
logo da empresa e uma foto do empreendedor – ambos em alta definição - que será
o responsável pela apresentação do pitch no evento do dia 8 o prazo para o
envio é de 30 de fevereiro.
Com etapas na África do Sul, na Rússia, no Brasil e na Suíça, a U-Start Conference é considerada uma “vitrine global” para empreendedores de diversos lugares do mundo, que buscam apoiadores para seus negócios.
Em cada uma dessas
conferências locais são formadas bancas de jurados, compostas por investidores
e experts locais e internacionais, para escolher e avaliar os principais
projetos que vão participar do evento na Europa.
Palestras,
mentorias e networking
Além da competição
entre startups brasileiras, a U-START Conference Brazil terá palestras sobre
negócios, especialistas e contará com a presença de investidores brasileiros e
estrangeiros, entre outras atrações. A etapa nacional será o local ideal para
quem busca um networking de qualidade.
U-START
Conference
As quatro startups brasileiras selecionadas
para a etapa mundial do evento, em Milão, terão passagens e hospedagem pagas
pela U-Start e ganharão uma training week – uma semana de treinamento
com mentores que será realizada antes da conferência.
Ao longo de três
dias serão oferecidas mentorias, consultorias, preparação para o pitch e um
pouco de turismo pela cidade de Milão.
Durante o evento,
diversas atividades exclusivas com parceiros estratégicos, almoços, mesas
redondas e happy hours serão criadas de modo a propiciar aos empreendedores
cada vez mais oportunidades de networking internacional.
Esta é uma
oportunidade única para que empreendedores possam ter contato com players de
diversas nacionalidades, e de quebra, poderem apresentar sua ideia para uma
seleta plateia.
"A U-START
Conference tem se firmado como um dos principais hotsposts de tecnologia e
inovação da Europa, e agora o Brasil está incluso nesta iniciativa",
comenta Luiz Rinke, country manager da U-Start no Brasil.
FACULDADES DE CURTA
DURAÇÃO VIRAM MODA NOS EUA
(Texto de José Tadeu Arantes, disrtribuído pela Agêncisa
FAPESP)
Metade
da educação superior dos Estados Unidos é provida por faculdades que oferecem
cursos de curta duração. Os community
colleges, com cursos de dois anos, recebem de 55% a 60% dos calouros.
E
essas escolas, que antes eram consideradas opções apenas para alunos pobres ou
provenientes das “minorias étnicas” (negros, latinos etc.), atraem cada vez
mais os filhos da chamada “classe média branca”, em um país em que todo o
ensino superior é pago e caro – e em que a dívida estudantil se tornou a
segunda maior dívida das pessoas físicas: perde para a dívida imobiliária, mas
é maior do que a dívida com cartões de crédito.
O
assunto foi tema da pesquisa Estados Unidos: educação superior como política de
desenvolvimento – papel dos community
colleges, de Reginaldo Carmello Corrêa de Moraes, professor titular
aposentado do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade
Estadual de Campinas (IFCH-Unicamp).
Realizado
com apoio da FAPESP, o estudo deverá ser publicado em livro
este ano, pela Editora da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Deverá sair
na coleção de estudos internacionais mantida pelo Instituto Nacional de Ciência
e Tecnologia para Estudos sobre os Estados Unidos (INCT-Ineu).
“Enfoquei
o papel dos community colleges na educação superior americana e o
papel da educação superior americana no desenvolvimento dos Estados Unidos.
Como
pano de fundo para a investigação dos community
colleges, procurei fazer uma reconstrução da educação superior americana
desde o início do século XIX: como as velhas faculdades da época colonial se
encontravam quando os Estados Unidos conquistaram sua independência; quais eram
os desafios enfrentados pelo sistema educacional; e como ele se estruturou,
etapa por etapa, a partir de então”, disse Moraes à Agência FAPESP.
Os community colleges surgiram no começo do século XX, com o
objetivo de transpor o fosso que havia entre o ensino médio e o ensino
superior.
“A
escola média norte-americana, a high
school, que se massificou no começo do século XX, não é bem uma escola
preparatória para o ensino superior.”
“Ao
contrário do que ocorre no sistema europeu, sobretudo o francês e o alemão, em
que o ensino médio é muito importante e de muito alta qualidade, a high school norte-americana era, e continua sendo,
muito frágil”, disse Moraes.
Uma
formação equivalente à do liceu francês ou à do ginásio alemão, de acordo com
Moraes, só é obtida, nos Estados Unidos, nos dois primeiros anos da faculdade.
“Os community colleges surgiram para cobrir esse vão,
cumprindo papel propedêutico. Na ocasião, chamavam-se junior colleges, em contraponto
às faculdades de quatro anos, chamadas desenior colleges”, disse
Moraes.
Os community colleges modificaram-se ao longo do tempo,
agregando cursos com vocação profissionalizante, e deslancharam depois da
Segunda Guerra Mundial, quando o Estado federal assumiu um papel muito grande
na massificação do ensino superior.
Até
essa época, o ensino superior norte-americano era dominado pelas universidades
privadas, que são, até hoje, as instituições de maior prestígio, como Harvard,
Stanford, Columbia, Princeton, Yale, MIT, entre outras.
“O
núcleo duro da educação superior norte-americana era esse setor privado. Isso
mudou completamente depois da guerra.”
“
Houve uma massificação muito grande, promovida pelo governo federal por meio de
políticas de inclusão. Por exemplo, foram distribuídas maciçamente bolsas aos
soldados veteranos para que eles pudessem cursar faculdades.”
“Foi
uma revolução que mudou a composição do ensino superior, que passou a ser
predominantemente público”, disse Moraes.
No
setor público cresceu, concomitantemente, o ensino superior de curta duração.
Ele confere um diploma ao fim de dois anos e possibilita que o indivíduo tente,
depois, uma complementação de dois anos em uma faculdade de longa duração.
Há
programas muito detalhados de articulação e transferência, permitindo que,
mediante avaliação, os dois anos feitos nos community
collegessejam reconhecidos nas faculdades de longa duração.
Segundo
Moraes, os estudantes de cursos superiores norte-americanos distribuem-se,
grosso modo, na seguinte proporção, segundo dados de 2011:
·
Escolas privadas sem fins lucrativos mantidas por fundações (como
Harvard, Stanford, Columbia, Princeton, Yale e MIT): 19% dos estudantes
·
Escolas privadas com fins lucrativos mantidas por grupos
empresariais: 9%
·
Escolas públicas (englobam as grandes universidades estaduais,
como a Universidade da Califórnia, a Universidade do Texas, a Universidade da
Flórida, e cerca de 1.100 community
colleges): 72%
Vale
lembrar que as escolas públicas também são pagas, embora haja elevado número de
bolsistas. E que os recém-formados já ingressam no mercado de trabalho com
grandes dívidas resultantes do custeio de seu estudos.
“É
um sistema contraditório, que, por um lado, resolveu de modo satisfatório o
problema da descentralização geográfica, elemento fundamental de
democratização, propiciando ao candidato ter uma escola a pelo menos 50
quilômetros de sua casa, de modo a não precisar mudar de cidade para acessar o ensino
superior; e que, por outro lado, possui distorções gravíssimas, sendo muito
elitizado, hierarquizado e dependente de recursos problemáticos, como a
economia da guerra, antes, e o endividamento estudantil, agora”, disse Moraes.
O
pesquisador citou o caso de Harvard como exemplo da elitização. “Uma graduação
em Harvard custa, em média, US$ 40 mil anuais (quase R$ 8 mil reais por mês),
só com o preço da faculdade, sem contar moradia, alimentação, material didático
e outras despesas – o que, para a média das famílias americanas, constitui um
gasto absolutamente inviável”, disse.
“Claro
que as universidades públicas são bem mais baratas, mas seu custo subiu muito
mais do que o aumento da renda média das famílias nos últimos anos.”
Perto
de 120 universidades compõem o pelotão de elite do sistema – e incluem grandes
universidades estaduais. São elas que concentram cerca de 70% dos doutorados,
70% das verbas de pesquisa e de onde saem os principais quadros intelectuais do
país, afirmou o pesquisador.
Publicação
Conforme
escreveu Moraes no livro que será publicado (ao qual a Agência FAPESP teve acesso), a pesquisa realizada
por ele buscou compreender a estrutura e a história da educação superior
norte-americana, tentando mostrar como se formou, passo a passo, “um conjunto
de dispositivos que enfrentavam desafios mutantes: formar as elites, incorporar
os imigrantes e americanizá-los, fornecer força de trabalho qualificada,
inventar e inovar, gerar uma cultura hegemônica para uma nação com inclinação
imperial”.
A
narrativa, que segue a ordem cronológica, deixa de lado o período colonial e
toma como ponto de partida o momento de formação da jovem república, nas
primeiras décadas do século XIX. E delimita as etapas subsequentes com base em
dois grandes eixos conceituais.
Primeiro,
os fatos notáveis que constituem a superfície visível e imediata da história,
como a Lei Morrill, que criou uma rede de escolas superiores no país mediante a
doação de terras federais, ou o ato de reinserção dos veteranos, o G.I. Bill,
que massificou o sistema de ensino superior depois da Segunda Guerra Mundial,
colocando o setor público e, principalmente, o governo federal e os governos
estaduais como protagonistas da expansão.
O
segundo eixo abrange as transformações de longo prazo da sociedade
norte-americana, com redirecionamentos e efeitos perceptíveis a cada três ou
quatro décadas, como as mudanças demográficas, econômicas, na estratificação
social, no aparecimento de processos e produtos marcantes, identificadores de
uma era (a ferrovia, o automóvel, o avião, a informática e a telemática, a
biotecnologia etc.).
OPORTUNIDADES
OPORTUNIDADES
. Newton
International Fellowships seleciona bolsistas - Fruto de uma
parceria entre a British Academy e a Royal Society, o programa Newton
International Fellowships seleciona, até 10 de março, candidatos não britânicos
interessados em fazer pesquisa no Reino Unido.
A
iniciativa tem como objetivo atrair pesquisadores de excelência em nível de
pós-doutorado, em início de carreira, nas áreas de humanas e de ciências
sociais, físicas e da natureza. Com isso, o programa busca promover relações de
longo prazo entre seus bolsistas e pesquisadores britânicos.
A
bolsa oferecida ao longo de dois anos é de 24 mil libras por ano, mais 8 mil
libras anuais para gastos com pesquisa e 2 mil libras para despesas de mudança.
Serão disponibilizadas aproximadamente 40 bolsas.
Para
se inscrever, o candidato deve apresentar um projeto de pesquisa e ter um
orientador no Reino Unido. O resultado da seleção será divulgado em outubro e o
início do programa será em janeiro de 2015.
As
informações completas para a submissão dos trabalhos podem ser conferidas no
sitewww.newtonfellowships.org/
. Centro
de Energia Nuclear na Agricultura tem vaga para professor – A divisão de
Desenvolvimento de Métodos e Técnicas Analíticas e Nucleares do Centro de
Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo (USP), em
Piracicaba, está com inscrições abertas, até 14 de março, para o concurso que
busca preencher uma vaga para professor doutor.
A
vaga é para atuar em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa
(RDIDP), com remuneração mensal de R$ 9.184,94. O conteúdo programático é baseado
nas disciplinas “Métodos Instrumentais de Análises Químicas”, “Metodologia de
Radioisótopos” e “Física Atômica e Nuclear”.
Espectrometria
de emissão óptica, de absorção atômica, de fluorescência de raios X e análise
por ativação neutrônica estão entre os tópicos do programa que serão exigidos
no concurso.
Dividido
em duas fases, o concurso primeiro avaliará o candidato por meio de uma prova
escrita sobre assunto de ordem geral. Ela terá caráter eliminatório e somente
os que atingirem nota mínima 7 estarão habilitados para a próxima fase.
A
segunda fase envolve o julgamento do memorial com prova pública de arguição e
prova didática. Com duração entre 40 e 60 minutos, a prova didática será
pública e o candidato estará livre para utilizar o material que julgar
necessário.
As
inscrições devem ser feitas pessoalmente ou por procuração na Secretaria da
Divisão Acadêmica do Cena, situado na Avenida Centenário, 303, em Piracicaba
(SP).
O
edital pode ser conferido em www.cena.usp.br/pt/concurso-publico/36-portugues/instituicao/concursos/400-edital-cena-11-2013-professor-doutor-1-dvtec
Inova
Unicamp recebe inscrições para competição de TI - Abertas, as inscrições para a Competição de TI e Inovação para o Reino
Unido, que selecionará sete empresas empreendedoras e inovadoras do setor de
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) interessadas em globalizar seus
negócios.
A
Agência de Inovação Inova Unicamp recebe as inscrições das empresas sediadas no
Estado de São Paulo. Podem participar desde startups incubadas até empresas mais
amadurecidas, sem restrição mínima de faturamento nem de número de
funcionários.
A
competição é uma iniciativa do UK Trade & Investment (UKTI) e do Consulado
Geral Britânico. Além de São Paulo, os estados de Minas Gerais, Paraná,
Pernambuco, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul também
receberão inscrições. Cada um desses estados fará uma etapa regional, que terá
um vencedor.
O
representante da empresa vencedora ganhará uma viagem ao Reino Unido para
participar do Rio Info Europe 2014, bem como da programação a ser desenvolvida
pelo UKTI, com as principais despesas pagas.
A
inscrição deve ser feita pela internet e, além dos dados da empresa, será
exigida uma descrição do plano de negócios da empresa no Reino Unido,
destacando estimativas de valor de investimento, número de empregos gerados e
valor médio dos salários dos funcionários para o período de três anos.
O
anúncio das empresas selecionadas será feito no dia 10 de fevereiro. No dia 18,
será divulgado o nome a empresa vencedora.
.
Escola de Enfermagem da USP busca professor doutor – A Escola de
Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE/USP) está com inscrições abertas,
para o concurso que selecionará um professor doutor para o Departamento de
Enfermagem Materno-Infantil e Psiquiátrica.
A
vaga é para atuar em regime de dedicação integral à docência e à pesquisa
(RDIDP), com salário mensal de R$ 9.184,94, na área de conhecimento “Enfermagem
em saúde mental na saúde do adulto”, que inclui a assistência a pessoas com
mais de 18 anos com agravos ou riscos de agravos à saúde mental.
O
programa da disciplina compreende ensino, pesquisa e extensão em enfermagem nas
políticas de saúde mental no Brasil; enfermagem e reabilitação psicossocial;
enfermagem e os fundamentos da reforma psiquiátrica no Brasil e processo de
enfermagem em saúde mental na saúde do adulto.
O
concurso envolve a realização de prova didática, prova escrita e julgamento do
memorial com prova pública de arguição. Este último terá peso maior na
avaliação geral e deverá refletir o mérito do candidato.
A
prova didática será pública e possibilitará que o candidato use o material
didático que julgar necessário em sua exposição. A prova escrita terá duração
de cinco horas a contar do momento em que o tema for sorteado. Nos primeiros 60
minutos será permitida a consulta a livros, periódicos e outros documentos
bibliográficos.
As
inscrições devem ser feitas na Secretaria da Assistência Técnica Acadêmica da
Escola de Enfermagem, situada na Avenida Dr. Enéas de Carvalho Aguiar, 419,
sala 12, em São Paulo.
|
PESQUISADORES DESENVOLVEM
ESPECTRÔMETRO MULTIFUNCIONAL
(Texto de Noêmia Lopes, distrribuído pela Agência FAPESP)
Um grupo de pesquisadores do Instituto de
Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu um
espectrômetro de ressonância magnética digital e multifuncional, capaz de
desempenhar diferentes funções de maneira mais amigável e eficiente que um
espectrômetro convencional.
O
novo equipamento, que tem estrutura de hardware dentro de um chip, é
completamente adaptável às demandas de cada usuário.
Para
isso, os pesquisadores lançaram mão da chamada tecnologia de lógicas
programáveis (Field Programmable Gate Arrays/FPGA).
“Um
chip de FPGA é como um cérebro de bebê, com neurônios cujas sinapses ainda não
foram treinadas. O que se faz é estabelecer interconexões entre as portas
lógicas desse chip e atribuir a ele uma funcionalidade digital.”
“No
nosso caso, transformamos um chip com configuração genérica em um dispositivo
capaz de atender a diferentes funcionalidades”, explicou Alberto Tannús,
coordenador do Centro de Imagens e Espectroscopia in vivo por Ressonância Magnética (CIERMag) do
IFSC, à Agência FAPESP.
O
espectrômetro foi desenvolvido no âmbito de um Projeto Temático coordenado por Tannús e vinculado ao
programa CInAPCe da
FAPESP e contou ainda com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (Capes), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
O
dispositivo pode ser customizado para atuar como um relaxômetro – utilizado,
por exemplo, na indústria do petróleo para caracterizar fluxos multifásicos de
óleo, água e gás ou a porosidade de rochas.
Outra
funcionalidade do equipamento é operar como instrumento analítico de
ressonância magnética, usado em laboratórios de química orgânica.
Serve
ainda para espectroscopia in
vivo eex vivo (humana e animal) por ressonância
magnética e como escâner de imagens, o que viabiliza análises variadas, como
para a obtenção do grau de contaminação por óleo ou querosene em asas de avião
ou para a análise morfológica de danos e viabilidade em sementes na
agricultura.
“Um
dos principais objetivos era tornar o espectrômetro uma ferramenta de
investigação científica não limitada à área médica. Os equipamentos comerciais
hoje são projetados para exames clínicos, ou seja, não são ideais para outras
áreas”, disse Tannús.
De
acordo com o pesquisador, desenvolver uma nova funcionalidade para um hardware
convencional – que não é multifuncional – ou fazer um upgrade em sua programação são processos
demorados e dispendiosos, desde o layout,
passando pela fabricação até os testes do produto.
Além
disso, esbarram em restrições impostas pelas licenças dos fabricantes. O
resultado, muitas vezes, é a obsolescência do equipamento.
“Com
lógicas programáveis, é possível estabelecer uma nova funcionalidade de um dia
para outro. Basta desenhá-la, compilar a nova versão do espectrômetro que vai
executá-la e, em cerca de duas horas, o sistema está pronto.”
“Dessa
forma, um mesmo sistema pode continuar funcional por muitos anos, sendo
aprimorado pela incorporação de novas funções”, afirmou Tannús.
Os
pesquisadores buscaram criar um ambiente de desenvolvimento que representasse
uma plataforma estável e sem limitações de usabilidade, conhecido como IDE (do
inglês Integrated Development Environment).
“O
ambiente que criamos é muito parecido com o de desenvolvimento de aplicativos
de software que existem à disposição dos desenvolvedores.”
“Ele
facilita muito a programação e a criação de projetos de metodologias em
ressonância magnética, da mesma forma e com a mesma facilidade com que um
programador cria uma nova peça de software”, disse Tannús.
Outro
resultado destacado pelo pesquisador é a criação de uma linguagem para a
programação de sequências de pulsos (linguagem “F”, de propriedade do CIERMag)
e de seu respectivo compilador, que gera códigos para uma configuração
heterogênea de múltiplos processadores de sinais digitais, que constituem o
espectrômetro.
“Uma
sequência de pulsos é, para uma metodologia de ressonância magnética, o
equivalente a uma partitura para uma peça executada por uma orquestra. Um dos
processadores, no papel de ‘maestro’ (Timing Sequencer), determina a
cadência, amplitude e repetição, enquanto os outros, ‘músicos’, desempenham
determinado papel na execução – geradores de pulsos, gradientes, aquisição de
dados etc.”
“O
papel do compilador é transcrever as instruções nessa linguagem em diversas
versões de ‘partituras’ executadas pelos diferentes processadores, todos
controlados peloTiming Sequencer”, explicou Tannús.
O
pesquisador também destacou a capacidade do sistema de gerar dados de forma
homogênea:
“Até o momento, todos os dados gerados por
sistemas convencionais carecem da interpretação do usuário que fará o
pós-processamento – nas imagens obtidas, por exemplo – sobre como esses dados
estão organizados.”
“
No sistema do CIERMag, a estrutura dos dados é extraída diretamente da
sequência de pulsos pelo compilador, utilizando complexos algoritmos de análise
de semântica e, assim, fornecendo a informação diretamente ao usuário.”
Aplicações
Os
trabalhos começaram em 2008, com a prospecção e posterior aquisição de kits de
desenvolvimento que permitiram criar a primeira versão do hardware, em 2010.
“Neste
momento, temos definido e sintetizado o hardware do novo espectrômetro. Todas
as camadas de software estão também definidas e funcionais. Agora, começamos o
desenvolvimento das suítes de metodologias para as diferentes aplicações”,
afirmou Tannús.
Uma
delas, na área de equipamentos médicos, já tem projeto de desenvolvimento
contratado pela Finep dentro do Programa Sistema Brasileiro de Tecnologia
(Sibratec), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em Redes de
Centros de Inovação para Equipamentos Médicos, Odontológicos e Hospitalares
(Rede EMOH). Outras, em andamento, envolvem Relaxometria e Espectroscopia
Analítica.
“Os
últimos resultados de desenvolvimento estão sendo preparados para serem
submetidos a registro, tanto do hardware como dos diversos subsistemas de
software – são cinco registros de software e três de patentes dos conceitos de
hardware. A publicação desses resultados estará vinculada a esse procedimento”,
disse Tannús.
Além
dos ganhos em pesquisa e inovação, a equipe também prevê aplicações na área de
ensino.
“Há
uma perspectiva sólida de se utilizar versões de bancada de um sistema de
imagens com o propósito de treinamento em laboratórios que atendam a cursos de
Física Médica, de forma que os estudantes possam ter acesso irrestrito aos
conceitos em todos os níveis de operação de tais sistemas.
Por
outro lado, versões adaptadas tanto para imagens como para espectroscopia
analítica podem constituir ferramentas para laboratórios avançados de Física,
como os que existem no IFSC”, disse Tannús.
NOVO
BIOMARCADOR PARA NEFROPATIA DIABÉTICA
(Texto de Karina Toledo, distribuído
pela Agência FAPESP)
Uma nova pesquisa revelou que a análise
dos níveis de uma proteína conhecida como angiotensinogênio, produzida nos rins
e detectada na urina, pode ser uma forma de diagnosticar mais precocemente a
nefropatia diabética – uma das complicações mais graves do diabetes.
Resultante de
alterações nos vasos sanguíneos renais, a doença faz com que o órgão perca a
capacidade de filtrar adequadamente o sangue e deixe escapar na urina proteínas
importantes para o organismo. Caso não seja tratada, pode progredir até se converter
em insuficiência renal crônica.
Atualmente, o
diagnóstico é feito pela análise de albumina na urina. No entanto, quando essa
proteína é detectada nos testes, é sinal de que já existe lesão no tecido
renal.
“Achamos que a
análise do angiotensinogênio renal na urina poderia ajudar a identificar o
problema em um estágio mais inicial, quando há tempo de o dano ser revertido”,
disse Ovidiu Constantin Baltatu, professor na Universidade Camilo Castelo
Branco (Unicastelo) e coordenador da pesquisa apoiada pela FAPESP.
Os ensaios
pré-clínicos realizados com ratos contaram com a parceria de pesquisadores do
Centro de Medicina Molecular Max-Delbrück, na Alemanha, e do Instituto de
Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP).
Atualmente, o grupo
busca novos parceiros para a realização dos ensaios clínicos necessários para a
caracterização e validação do novo biomarcador.
De acordo com
Baltatu, o objetivo inicial do projeto era investigar se o diabetes afetava
diferentemente homens e mulheres.
“Os estudos de gênero
são algo recente, surgiram nos últimos 10 ou 15 anos e têm como foco
encontrar tratamentos personalizados”, comentou o pesquisador nascido na
Romênia.
A linha de pesquisa
começou quando Baltatu morava em Berlim, na Alemanha, e investigava no centro
Max-Delbrück as diferenças de gênero relacionadas à cardiopatia e à nefropatia
hipertensivas.
“Demonstramos que os
hormônios masculinos ou andrógenos estimulam a atividade do sistema
renina-angiotensina (conjunto de peptídeos, enzimas e receptores envolvidos
no controle da pressão arterial), contribuindo para o desenvolvimento da
hipertensão e, consequentemente, da cardiopatia e da nefropatia hipertensiva”,
contou Baltatu.
Os resultados –
divulgados em artigos publicados na revista Hypertension e no Journal of The American Society of Nephrology –
suscitaram a hipótese de que o mesmo poderia ocorrer no caso da nefropatia
causada pelo diabetes.
Para confirmar a
suspeita, em experimentos realizados no Brasil, os cientistas induziram em
ratos um quadro similar ao do diabetes tipo 1 (insulino-dependente) por meio de
uma injeção do antibiótico estreptozotocina.
A estreptozotocina
causa a destruição das células do pâncreas responsáveis pela produção de
insulina e, poucos dias depois, os animais apresentam aumento sustentado nos
níveis de glicose no sangue. Doze semanas após a injeção, já era possível
detectar a presença de albumina na urina dos roedores.
Os animais foram
divididos em seis grupos: machos controle (que não receberam injeção para
induzir o diabetes); machos diabéticos; machos diabéticos tratados com
flutamida (droga antiandrogênica); fêmeas controle; fêmeas diabéticas e fêmeas
diabéticas tratadas com flutamida.
“Uma das primeiras
diferenças que observamos foi que os níveis de albuminúria eram muito maiores
nos machos do que nas fêmeas, sinal de que a doença estava progredindo mais
rapidamente nos machos”, disse Baltatu.
Diferentemente do que
havia sido observado na pesquisa sobre nefropatia hipertensiva, porém, a
flutamida foi capaz de proteger apenas os machos contra a progressão da doença,
mas não as fêmeas.
“Isso mostra que são
mecanismos diferentes por trás do desenvolvimento da nefropatia hipertensiva e
da nefropatia diabética”, disse.
Expressão gênica
O passo seguinte foi
analisar a pressão arterial e os níveis circulantes das enzimas do sistema
renina-angiotensina e de sua proteína precursora: o angiotensinogênio.
“O angiotensinogênio
é convertido em angiotensina-I por meio da ação da enzima renina.
A angiotensina-I
sofre então a ação da enzima conversora de angiotensina e vira angiotensina-II
– uma das substâncias vasoconstritoras mais potentes já descritas”, explicou
Baltatu.
Na pesquisa sobre
hipertensão, o grupo havia observado que os andrógenos elevavam os níveis de
renina circulantes. No caso do diabetes, porém, é comum haver um nível baixo de
renina plasmática. E isso foi confirmado nos grupos de ratos diabéticos.
“Mas, além desse
sistema renina-angiotensina circulante ou endócrino, existem também sistemas
locais em cada órgão.
Extraímos então o
tecido renal dos ratos para fazer uma análise de expressão gênica e ver como
estava a produção local das enzimas.
Observamos que, nos
machos, a síntese de angiotensinogênio renal estava significativamente
aumentada”, explicou Baltatu.
Ao comparar os níveis
de angiotensinogênio renal dos ratos com os níveis de albuminúria, os
pesquisadores verificaram a existência de uma forte correlação.
“Nossa hipótese é que
a maior produção de angiotensinogênio no rim leva a um nível maior de
angiotensina-II local e isso induz a nefropatia e explica o aumento da
albuminúria.”
“Acreditamos que o
angiotensinogênio renal, portanto, pode revelar a nefropatia diabética antes
que os níveis altos de albumina apareçam nos exames”, disse o pesquisador da
Unicastelo.
Embora a correlação
entre os níveis de angiotensinogênio e de albumina só tenha sido verificada nos
ratos machos, Baltatu estima que o biomarcador possa ser eficaz para
diagnosticar tanto homens como mulheres.
“Possivelmente, a correlação não tenha
sido observada em fêmeas porque elas tinham níveis baixos de albuminúria.”
“É necessário realizar um novo estudo –
que já pode ser um ensaio clínico – para analisar mulheres com uma escala maior
de albuminúria (um estágio mais avançado da patologia).”
“O objetivo será esclarecer se para diagnosticar a nefropatia os valores de corte do angiotensinogênio seriam os mesmos para homens e mulheres”, disse Baltatu.
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