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domingo, 1 de dezembro de 2013

DOMINGO É DIA DE AUDITORIA


AUDITORIA DA COMUNICAÇÃO

AS PALAVRAS

O problema é que as empresas crescem e se perdem na burocracia (Lee Cockerell)

JÚLIO COZZI JR. FALECEU: UMA PERDA ENORME

Júlio Cosi Jr., de 81 anos, faleceu na manhã de segunda-feira passada. A causa da morte não foi informada. Filho do publicitário pioneiro, Júlio Cosi, da agência Eclética, ele foi presidente de duas agências e vice-presidente de três. 

Cosi formou-se pela Faculdade de Direito da UFF (Universidade Federal Fluminense) e foi aluno da primeira turma da Escola de Propaganda do Museu de Arte de São Paulo, hoje ESPM. Começou sua carreira aos 17 anos, em 1949, na agência de seu pai.

Posteriormente, trabalhou na McCann Erickson, Standard Propaganda e chegou ao cargo de vice-presidente desta, antes de ir para a  Almap. Fundou a Cosi Jarbas Sergino Propaganda em sociedade com Jarbas José de Souza e Sergino de Oliveira, em 1972, a agência que se tornou, em seguida, a Young & Rubicam Brasil. Após trabalhar na Editora Abril, fundou a Cosi & Associados.

O publicitário publicou três livros de culinária e tem sua trajetória grafada no livro de memórias Bonitinha ou ordinária. Ele também foi presidente da Associação Brasileira das Agências de Publicidade (ABAP) e um dos fundadores do Clube de Criação de São Paulo (CCSP). (Redação Adnews)

Não tive a sorte de conviver com ele, mas tenho as melhores recordações sobre o que meus amigos falavam quando se referiam a ele. Todos  com enorme admiração e o maior respeito.

Por isso, retirei da notícia distribuída pelo Adnews, a palavra morreu. Gente como o Júlio não morre. Falece, mas deixa um aura de extraordinários exemplos ficam para sempre.

Quando a gente tem dificuldade de pagar o banco, ele é implacável. Agora, diante da ameaça de que ele tem de pagar a gente, chora as pitangas

KOMBI DEIXOU TESTAMENTO


A Volkswagen do Brasil preparou uma nova campanha publicitária sobre o fim de produção da Kombi, que se despede de seus fãs em dezembro.

Ontem um anúncio, em formato de testamento, foi publicado na revista Veja e no jornal O Estado de S. Paulo, no qual o modelo agradece o carinho de quem fez parte de sua história e das pessoas que a escolheram como parte da vida delas.

O anúncio exibe uma lista com os últimos desejos da Kombi: oferecer uma lembrança às pessoas que, de diversas formas, viveram ou ainda vivem experiências inesquecíveis com o modelo.

O anúncio faz parte da campanha criada pela AlmapBBDO para homenagear o carro, produzido no Brasil desde a década de 50.

A última Kombi do mundo sairá da linha de montagem da Volkswagen do Brasil, em São Bernardo do Campo, em 20 de dezembro.

A primeira etapa da campanha, lançada em setembro, contava com um anúncio impresso que tinha como tema o deslançamento da Kombi e com o hotsite www.vw.com.br/kombi, onde usuários e fãs do modelo contam histórias vividas com ele, enviando textos, fotos ou vídeos.

A partir dos relatos feitos no site, que já somam centenas de histórias, foram selecionadas as pessoas que serão homenageadas pela Kombi, citadas no anúncio-testamento, que será publicado em outras revistas nas próximas semanas.

O novo anúncio tem as mesmas cores azul e branca da série especial Last Edition da Kombi, lançada pela Volkswagen e com produção limitada a 1.200 unidades.

Entre os homenageados que constam na lista da Kombi estão Seu Nenê, que levou a Kombi para ver a seleção brasileira jogar mundo afora; o australiano Jason Rehm, que viaja pelo mundo com a mulher e o filho em um modelo vermelho; Noel Villas Bôas, filho do sertanista Orlando Villas Bôas, que rodou o Brasil em uma Kombi; e até Miriam Maia, que nasceu em uma Kombi.
 
No contexto do anúncio, a Kombi também avisa que realizará um encontro com todos os parentes na fábrica da Volkswagen, em uma exposição com vários modelos da marca a ser realizada no dia 8 de dezembro, além de também deixar para amigos e fãs um livro digital gratuito com histórias reais que recebeu no site.

No 15º e último item da lista de desejos, ela faz um pedido: voltar para casa. O desejo será realizado e todos acompanharão seu caminho de volta ao lar no filme criado pela AlmapBBDO e que estreará em janeiro de 2014. (Adnews)

Os criativos andam se esquecendo de duas leis básicas da publicidade: 1. As boas ideias são as mais simples. 2. Ficam ainda melhores se contarem uma história cujo personagem central é o produto. 

O VENTRÍLOQUO MORREU

1.   Ventríloquo foi uma figura comum, no passado. A gente ia ao circo, a qualquer circo, ou ao teatro pra ver um espetáculo de humor, e lá estava ele, sentado em uma cadeira, no palco, dando vozes a dois bonecos que trazia no colo.

Conta-se, a propósito, a história do Padre José.

Padre José era um ventríloquo que trocou essa vocação pela Igreja.

Ainda tomando contato com os fieis da paróquia onde havia recém chegado, recebeu um convite de um fazendeiro:

“Quero que o senhor reze uma missa na minha fazenda, para meus colonos.”

Não houve como recusar.

“Amanhã mando buscar o senhor.”

 Dia seguinte, bem cedinho, uma charrete parava em frente à casa do Padre José.

“O coronel buscar o senhor, seu Padre.”

A charrete era dirigida pelo Joãozinho, garoto esperto, hábil no manejo de um cavalo.

Surpreso ainda, Padre José subiu na boleia.

“É muito longe, meu filho.”

“É perto, seu padre. Umas duas horas daqui.”

“Duas horas”, pensou o Padre. “Preciso arranjar alguma coisa pra me distrair durante a viagem”.

Então, lembrou-se de que era ventríloquo.

“Você sabia que os animais falam, meu filho?

“Falam não, seu Padre!”

“Quer ver? Como se chama esse cavalo?”

“Né cavalo não, seu Padre. É égua.”

Padre José não perdeu a oportunidade.

“Explica pra ele, Joãozinho, a diferença entre uma égua e um cavalo.”

“Ela falou, seu Padre. A égua falou!”

“Eu não disse?”

Joãozinho nem tinha se recuperado da surpresa, quando passaram por um rebanho, que se comia capim ao lado da estrada.

Padre José aproveitou.

Olha aquelas duas ali, conversando.”

“Essa grama está muito seca.”

“Temos de falar pro coronel arranjá outro pasto pra nós.”

Joãozinho estava fascinado com  aquilo.

“Elas falaram, seu Padre. Elas falaram.”

Assim, de imitação em imitação, Joãozinho e Padre José foram chegando à sede da fazenda.

No caminho passaram por um grupo de cabritos.

Joãozinho se agitou:

“Seu Padre, não acredita em nada do que aquela cabrita disser.” (Contado por Rolando Boldrin, no Senhor Brasil e recontado aqui do meu jeito)

2.   Se você fizer uma pesquisa na publicidade veiculada a partir do final da década de 70, vai certamente reparar em uma coisa: os tipos utilizados na mídia impressa conversavam com o consumidor.

Havia, ali, uma arte, um cuidado especial de dar personalidade à peça, de passar uma mensagem ao consumidor, atrsvés de uma cuidadosa escolha dos tipos.

Comandando isso havia um maestro, chamado Jarbas José de Souza.

3.   Conversamos um sem número de vezes sobre essa arte de escolher o tipo. Capaz de dar a ele uma linguagem, de dialogar com o consumidor.

“É como se nós, a exemplo dos ventríloquos, falássemos com o consumidor através dos tipos”

Jarbas, sempre, falava do seu sonho: 

      “Um dia, vamos ter, nas agências,  o diretor de tipos”.

4.   Não tiveram.

Antes que os diretores de tipo chegassem, o computador se introduziu nas agências. E trouxe toda uma maldição, a do excesso de conforto, a da preguiça.

Diretores de arte passaram a usar o que está neles. Esqueceram-se de que, se quiserem que suas criações comunicassem de verdade, teriam de cuidar dos detalhes. Dos tipos.

Resultado: a mídia impressa virou essa coisa horrível que anda sendo veiculada por aí.

E os diretores de arte deixaram de ser ventríloquos. De conversar com o consumidor.

Tá brem que gtrem de copiar o que os americanos fazem. Mas que tal chamar o Black Friday de Blue Friday?

O PARADOXO DO NOSSO TEMPO

Hoje temos edifícios mais altos, mas pavios maus curtos.

Temos estradas mais largas. Mas pontos de vista mais estreitos.

Gastamos mais, mas temos menos.

Compramos mais, mas desfrutamos menos.

Temos casas maiores e famílias menores.

Temos mais conhecimento e menos poder de julgamento.

Temos mais medicina e menos saúde.

Hoje bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma excessiva, rimos menos, dirigimos rápido demais, nos irritamos facilmente.

Ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais.

Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores.

Falamos demais, amamos raramente e odiamos com frequência.

Aprendemos as ganhar a vida, mas não vivemos essa vida.

Fazemos coisas maiores, mas não coisas melhores.

Limpamos o ar, mas poluímos a alma.

Escrevemos mais, mas aprendemos menos.

Planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a correr contra o tempo, mas não a esperar com paciência.

Temos maiores rendimentos, mas menos padrão moral.

Temos avanços na quantidade, mas não na qualidade.

Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta.

De homens altos e caráter baixo.

De lucros expressivos, mas relacionamentos raros.

Mais laser, mas menos diversão.

Maior variedade de comida, mas menos nutrição.

São dias de viagens rápidas, fraldas descartáveis, moralidade também descartável e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar (autor desconhecido)

 Efeito colateral: agora que o governo de evitar que médicos formados em outros paísess façam  exa,me de suficiência, muitos jovens estão se preparando par estudar na Bolívia.

 SHOW DE BOLA

Vale a pena ver a TV Cultura de S. Paulo aos domingos. Às 9 tem Viola, minha Viola, com Inezita Barroso; às 10, Senhor Brasil, com Rolando Boldrin. E  após o almoço, Prelúdio, um programa de calouros de música classe.

 Efeito rádio: a Zoom apresenta, na TV, uma beleza de jingle. Pena que o pessoal de criação não soube o que fazer com a imagem.

 COISA SÉRIA

Vale a pena ler, na Veja, a entrevista do jogador de futebol Paulo André sobre o Bom Senso F.C. Coisa de gente madura, inteligente.

 E o Projeto (Florianópolis) Cidade Limpa. Vai ou não vai sair da gaveta?

 DESPERDÍCIO

Volvo (anúncio do novo Volvo XC60T5 R), Stage Music (anúncio SCMC Record Culture Club, Rede Dor São Luís (anúncio ?) e Petronas (anúncio Syntium) não deviam pagar a veiculação, porque é impossível ler o texto.

 A RESPONSABILIDADE DE UMA AGÊNCIA
 
“Assim como as Artes Gráficas são ml empregadas pelos falsários. a Medicina pelos charlatões e o Direito pelos advogados inescrupulosos , a Publicidade é vítima dos que a praticam  de forma irresponsável; mas nem por isso podemos condená-la, como não podemos condenar toda a Igreja por culpa de meia dúzia de oportunistas que abusam de seu ministério e esposam teorias extremistas.” (Abap, dezembro de 1986)

 
MUITO BOM!

Tirando fora a insistência do diretor de arte de botar o texto em um corpo bem pequeno pra dificultar a leitura, o anúncio da Meio&Mensagem veiculado no jornal Valor Econômico de sexta-feira,  22, merece destaque pela ideia. Esse eu pagaria com gosto.

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