Ao subir ao palco para receber seu prêmio de Destaque de Comunicação da ABP (Associação Brasileira de Propaganda) há algumas semanas, Ana Couto, da Ana Couto Branding, foi taxativa:
“Fui indicada três vezes e finalmente ganhei. Se
não ganhasse não viria mais à festa”. A impaciência procede: ela está no
mercado desde 1993 e foi a primeira designer do país a aplicar os conceitos de
branding a seu trabalho, quando sequer se falava do tema.
Ela comenta nesta entrevista que mais do que nunca
o branding se faz necessário.
Você
praticamente inventou o branding no Brasil. Ou pelo menos foi quem o trouxe
para perto do design?
Isso tem
um fio condutor bem claro. Na verdade, eu fiz antropologia e design, dois anos
de cada. Nos dois últimos anos de PUC eu já estava trabalhando, na época com o
designer Giovanni Bianco.
Quando
casei, meu marido foi fazer doutorado na Filadélfia e acabei indo morar nos
Estados Unidos por cinco anos, onde também fiz mestrado em design.
Foi um
novo mundo que se abriu: peguei a primeira turma da Pratt (Pratt Institute, NY)
com computador, e havia muitas mudanças acontecendo. Fiz uma grande imersão no
mercado americano, muito mais desenvolvido.
E ao
voltar, há 20 anos, como foi chegar com esses novos conhecimentos ao mercado
brasileiro?
Quando
voltei, trouxe alguns clientes americanos – de um mercado maduro e muito
globalizado. Montei a Ana Couto Design lá, na verdade.
Ao voltar
levei um choque ao me deparar com o desenvolvimento do serviço de design no Rio
de Janeiro. Era um serviço terceirizado da agência de publicidade, o below do
below the line.
Ao mesmo
tempo acontecia no Brasil algo interessante: alguns projetos de branding
entraram em cena como as mudanças de marcas do Bradesco, da Varig, com valores
de verdade.
Quem fez
os projetos foi a Landor, uma empresa grande, internacional. A Ipiranga também
realizou um job semelhante na época.
Me lembro
que, por estar muito confiante, ter trabalhado fora, procurei os diretores de
marketing dessas empresas e perguntei por que não haviam contratado a minha
empresa, por exemplo.
A
resposta foi que eles recebiam um serviço completamente diferente dessas
empresas, com uma grande estratégia por trás. Porque uma estratégia de marca
não é uma logomarca. Ali vi que realmente o gap de serviços era muito grande.
Não havia
ninguém que oferecia esse tipo de serviço no Brasil?
Não. Fiz
então um road show e fui falar com essas empresas internacionais, me apresentar
– a Landor e a Addison –, propondo uma parceria, uma joint-venture, disse que
achava que poderia ser uma boa candidata a parceira delas no Brasil, um mercado
promissor.
Fiz
associação com a Addison e realizamos alguns projetos juntos como Vésper, entre
outros. Foram dois ou três anos e aprendemos muito. Depois me associei à Landor
– e fizemos projetos para Embraer e Gerdau.
Cresci
muito e comecei a questionar: cadê as marcas brasileiras? Por que não somos um
país global?
E a
pergunta permanece atual. Por quê?
Pois é.
Cadê as marcas brasileiras? Existe um contexto. Nunca há uma razão só para as
coisas serem como são. Há um contexto econômico e outro cultural, ambos muito
fortes.
O
contexto econômico é que o Brasil era um país muito fechado, uma economia com
muitas barreiras. A gente esquece. Há 15 anos não se podia comprar nada – som,
TV, enfim. Agora podemos comprar qualquer marca.
A
globalização não havia passado pelo Brasil ainda. Ser um país globalizado, com
força global, veio pós-Brics, um marco, e com a revolução digital. Quando
voltei ao Brasil sempre ouvia: “Olha essa marca lá de fora, vamos fazer algo
parecido?”. Hoje isso acabou.
As marcas
de fora vieram com tudo. E as brasileiras não foram com tudo?
Não
chegamos às 100 mais valiosas do mundo. Os rankings são bons para lançar alguns
critérios no mercado.
O que não
existe e acredito ser esta a próxima evolução do branding é uma estratégia de
como medir o valor de uma marca.
Como isso
pode entrar em um balanço. A forma de gerir patrimônio hoje ainda é antiga, em
cima de valor de troca. Se você hoje olhar o balanço da Nike, consta o valor em
contrato da Nike, que é infinitamente inferior ao valor da marca Nike de fato.
Ela só
entra para o balanço contábil se é vendida. Eu acredito que é uma visão que
precisa evoluir. O intangível é difícil de ser avaliado se não tiver “valor de
troca”.
Rankings
servem em momentos de troca, venda, aquisição. Saímos de um século XX – em que
fizemos produtos – e entramos no século XXI com outras premissas, do
intangível, da comunicação virtual, do valor do planeta, do carbono.
São novas
questões e que justificam o valor do branding. Não se pode mais viver da
premissa apenas da venda de um produto. O valor vai além da troca.
O
branding tem que criar valor para todos os stakeholders – diferente do
marketing, cujo objetivo é fazer venda para seu consumidor: canal, preço,
promoção. Gestão de marca é diferente de gestão de comunicação, do negócio. É
um tripé que precisa estar bem azeitado.
O que
mudou no branding, ao longo do tempo?
Hoje o
nosso cliente é todo o time executivo da empresa. Todo o trabalho é feito para
o CEO da empresa com os diretores-executivos. Há vários encontros.
É uma
reflexão pesada sobre qual é o papel da marca no seu negócio. Ocupamos um
espaço muito diferente de quando éramos terceirizados por agências de
publicidade.
Acredito
que a gestão da marca tem que estar no centro do negócio. Não acho que o
branding esteja valorizado da forma que acredito, mas conquistamos esse
território e a parceria com os gestores do negócio, que é muito importante.
Marca tem cultura envolvida, valores, o que o gestor acredita, sua visão de
mundo.
Como é a
sua metodologia e como foi mudando, evoluindo?
Como
sempre fomos independentes, sempre fomos focados em aprender e desenvolver a
metodologia. Isso sempre foi uma questão muito forte. E o design thinking ajuda
muito.
É uma
metodologia de processos. A “onda” do design thinking vinculada à inovação tem
muito a ver com branding também.
O bom
design tem um processo de trabalho muito forte: análise, conhecimento do
consumidor, conhecimento do seu objetivo e desenvolvimento de cenários e
melhorias.
Acredito
muito – e dentro da visão do branding – que é algo que tem que durar, ter longo
prazo. Nenhum designer nunca fez uma marca para acabar em dois ou três anos. E
há marcas que duram 100 anos.
Temos
isso na nossa essência. Perguntam muito por que o branding veio para o design.
Creio em dois pilares fortes para responder isso: a questão do design thinking
e a longevidade da marca – que é diferente da propaganda, que é mais cíclica,
pontual, com discurso de venda. Fomos também evoluindo nosso time: hoje temos um
time de estratégia muito pesado – de estrategistas.
Isso
agrega muito. As pessoas vieram de marketing, de estratégia, de negócios. E
temos uma bibliografia muito profunda sobre branding.
Fiz
diversos cursos de especialização – em Kellogg e em Harvard, por exemplo. Minha
formação inicial em antropologia foi muito importante e estudei filosofia
durante anos. Não há design, afinal de contas, que não esteja inserido em uma
cultura.
O que é
novo na sua área?
Acredito
que o que há de novo e muito forte é trabalhar juntos. É o working in progress
com o cliente. Não trabalhamos para o cliente, trabalhamos com o cliente,
construímos juntos.
Em geral
faço seis reuniões com o time executivo e costumo dizer que é sempre uma
construção e desconstrução, construção e desconstrução.
Não
trazemos nada pronto, construímos juntos. Temos uma metodologia e o cliente
entende do negócio. Isso é muito potente. Porque no final do dia o cliente se
sente dono do processo.
Como
implementar, mudar a cultura de uma empresa?
Há dois
stakeholders muito importantes nos processos: os colaboradores. Faz-se
show-cases de lançamento de marca para os funcionários. Apresentações, palco,
muitas pessoas.
Empresas
que acreditam conseguem com isso transformações internas muito grandes, as
pessoas saem totalmente engajadas. É uma mudança forte, para dentro –
transformar a cultura da empresa com uma proposta de valor.
Que
valores se quer para uma marca? A Apple quer desafiar o status quo. É preciso
uma cultura de inovação, focada em criação e design para conseguir isso, na
dimensão interna.
E tem a
dimensão externa – como fazer dessa proposta de valor um discurso de venda. O
posicionamento. Não adianta prometer e não cumprir. É o segundo desafio:
cumprir sua promessa.
Como você
vê a construção – ou a falta de – da marca Brasil?
Acho que
a marca Brasil tem muitas associações boas, positivas. Tem crédito, um goodwill
bom, um campo associativo que tem uma ressonância na aspiração das pessoas
globalmente.
O estilo
de vida, a alegria, a simpatia do brasileiro. Só que toda marca tem uma
dimensão emocional e uma racional. Não acredito em “love brands” à toa. Elas
precisam estar muito bem embasadas em uma entrega.
Não
adianta não ter uma entrega racional que faça também um contraponto à entrega
emocional. Emocionalmente há um campo associativo positivo, mas racionalmente a
entrega é pobreza, violência, falta de infraestrutura, corrupção.
A marca é
um duelo entre o que se promete e o que se cumpre. Isso corrói o crédito
positivo. A Varig tinha um crédito emocional muito bom das pessoas – que foi
sendo gasto e não sobrou nada. Apenas dívidas.
E não há
branding que salve?
Não, o
branding ajuda a construir valor.
O Rio de
Janeiro, como marca, vem sendo bem trabalhado?
As duas
capas da Economist que tiveram o Brasil como tema são bem simbólicas. Fico
triste de estarmos sempre nessa marca que não acontece.
É um país
que vai e volta. Promessa quebrada em suas expectativas. É muito ruim. Por
outro lado nunca voltamos para o mesmo lugar, estamos sempre andando um pouco,
não é um caminho reto.
Andamos
10, voltamos 3, andamos 3, voltamos 1. Andamos bastante. O Rio e o Brasil
andaram bastante, deram passos de volta, mas não voltaram à estaca zero.
No
caminho, vamos implodindo certos viadutos. E é bom quando implode, porque não
há mais caminho de volta.
Você tem
marcas que trabalham há muito tempo com você. A Vale, por exemplo.
A Vale
foi meu primeiro cliente brasileiro, há 20 anos. Hoje fazemos só comunicação
com investidores. O branding vem muito nessa esfera de investimento, de bolsa,
de capital pulverizado, mais gente investindo, ócios da sociedade. Coca-Cola,
Itaú, Procter & Gamble também são clientes.
O que
acho bacana é trabalharmos com clientes grandes, internacionais, que já têm
instrumental de gestão de marca muito forte vindo de fora, clientes nacionais
em que implementamos gestão de marca e clientes de médio e pequeno porte – a
nova geração de marcas brasileiras, que cresce com essa visão de gestão de
valor.
Quem pode
fazer branding?
Acho
muito positivo que existam muitas empresas oferecendo o serviço de branding.
Não acho que virou moda, mas é uma necessidade e de longo prazo. Como todo
mercado, é muito grande, com empresas de perfis diferentes. (Propmark)
CARGA TRIBUTÁRIA SOBE MAIS EM 2014
“Apesar das
desonerações tributárias concedidas pelo governo e da economia mais fraca neste
ano, a carga tributária brasileira deve encerrar 2013 em alta e subir ainda com
mais força em 2014.
A carga fiscal
(soma de todos os tributos pagos em relação ao PIB) já subiu mais nos três
primeiros anos do governo Dilma (2,20 pontos percentuais) do que nos oito do
governo Lula (1,58 ponto)”.
“Em 2014, o
cenário é de ainda maior pressão. Mudanças tributárias feitas neste ano (e
outras em tramitação no Congresso que podem entrar em vigor) terão impacto no
bolso dos brasileiros e no caixa das empresas, o que deve contribuir para
elevar a carga de 0,3 a 0,5 ponto percentual, segundo previsão de economistas e
tributaristas.”
“A pedido da
Folha, o IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação) calculou a
carga para 2013 considerando o resultado do PIB até o terceiro trimestre e a
arrecadação até novembro. A previsão é que o país feche o ano com carga de
36,42% ante 36,37% em 2012.”
“Ou seja: de
cada R$ 100 gerados pela economia neste ano, R$ 36,42 viram tributos e vão
parar nos caixas dos governos. No cálculo, o instituto inclui valores de
multas, juros e correção pagos, além de contribuições.”
“Os dados da
Receita mostram que, pela primeira vez, a arrecadação de impostos atingiu a
marca de R$ 1,019 trilhão em novembro, alta real de 3,63% sobre 2012.”
“O Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) também refez suas projeções. Até
outubro estimava carga de 35,5% do PIB (taxa média dos últimos 12 meses
encerrados no mês) ante 35,6% em 2012.”
C”om a
arrecadação extra do Refis, já estima carga de 35,8%. O resultado difere do
IBPT porque o Ipea, assim como a Receita, não considera os valores de multas e
contribuições no cálculo.” (Fonte: Folha
de S. Paulo)
BRASILEIROS SE DIVIDEM SOBRE PAPEL DO GOVERNO
“Nada divide tanto os brasileiros
como a concepção do papel que o Estado deve ter em suas vidas. (…) Para 47%,
quanto mais benefícios receber do governo, melhor. Para outros 47%, quanto
menos a pessoa depender do governo, melhor.”
“No Nordeste, a região mais pobre do
país, e entre pessoas que recebem até dois salários mínimos, estrato mais baixo
de renda, a preferência pela ajuda do governo atinge 53%.”
“Outra questão que divide bastante a
população tem a ver com a elevada carga tributária do país e a qualidade dos
serviços que o governo oferece. Para 49%, seria preferível pagar menos tributos
e contratar serviços particulares de saúde e educação.”
“É o que pensam 60% das pessoas que
ganham mais de dez salários mínimos. A formulação alternativa, pagar mais
impostos e ter saúde e educação gratuitas, é preferida por 43% da população.”
“O Datafolha faz pesquisas sobre as
preferências ideológicas da população desde setembro de 2012, mas esta foi a
primeira vez em que os assuntos econômicos foram incorporados ao questionário.
Foram realizadas 4.557 entrevistas em 194 municípios, nos dias 28 e 29 de
novembro.”
“Em todo o país, 41% identificam-se
mais com ideias de esquerda ou centro-esquerda. Outros 39% são mais simpáticos
aos valores de direita ou centro-direita.”
“A pesquisa deixa evidente a simpatia
que os brasileiros têm pela ação do Estado. Quase 70% acham que o governo
deveria ser o principal responsável pelo crescimento econômico do país, e não
as empresas privadas.”
“Além disso, 58% entendem que as
instituições governamentais precisam atuar com força na economia para evitar
abusos das empresas.”
“Um contingente de 57% diz que o
governo tem obrigação de salvar as empresas nacionais em apuros quando elas
enfrentam risco de falência. E 54% associam leis trabalhistas mais à defesa dos
trabalhadores do que à ideia de empecilho às empresas.” (Fonte: Folha de S. Paulo)
ANUNCIANTES NEGOCIAM MAIS
2013 não foi um bom ano para os anunciantes. A
opinião é de João Ciaco, presidente da ABA (Associação Brasileira de
Anunciantes) e diretor de publicidade e marketing de relacionamento da Fiat.
Ciaco destaca que os mercados sofreram diversas
variações e a economia como um todo cresceu muito pouco, o que se refletiu no
negócio da propaganda. “Pelo que registramos, raras foram as empresas que
escaparam das dificuldades.
Os custos da publicidade, por outro lado, não param
de crescer e, com verbas menores, essa situação tem obrigado tanto a fazer
cortes de investimentos como a negociar de forma exaustiva com todo a gama de
provedores e a mídia”, observa. O desafio, em sua visão, é cuidar de 2014
– ano que representa certa incógnita.
Ciaco acredita que a Copa do Mundo não deverá
atrair verbas adicionais de muitas empresas e os principais investimentos já
foram feitos – boa parte deles no exterior, junto à Fifa.
O executivo também crê que as eleições já não
afetam positivamente o mercado como antes. “A luz no fim do túnel”,
conforme descreve, tem a ver com o que ele chama de reinvenção da comunicação
de marketing.
Novas formas de pensar a comunicação e todo o
aparato ao seu redor. Missão para todas as partes envolvidas no processo.
“É muito evidente o fato de que estamos vivendo um
processo de reinvenção da área de comunicação de marketing, demandada
principalmente pelas novas atitudes e aumento do poder dos consumidores e pelo
crescimento da concorrência.
Essa reinvenção está em curso, mas ainda de forma
tímida, pois não são mudanças fáceis de serem pensadas, aceitas e executadas”,
diz Ciaco.
O executivo afirma que as áreas de marketing e
comunicação das empresas anunciantes e o mercado publicitário em geral começam
a viver um ciclo de aumento de relevância e necessidade.
“Sabemos que as estratégias de crescimento por
aquisição estão se esgotando, da mesma forma que a possibilidade de aumento de
resultados pela redução de custos não tem mais um potencial tão grande como há
poucos anos.
Restam, portanto, os movimentos de conquista de
novos mercados, de ganho de share e de ampliação do valor das marcas para os
consumidores.
Todos esses são movimentos de ativação, que fazem o
marketing ser mais importante e tendem a aumentar o volume de recursos
aplicados em publicidade”, avalia.
Segundo
Ciaco é de responsabilidade de todo o mercado – de cada dirigente de
anunciante, bem como da ABA, coletivamente – trabalhar para que esse “momento
de transformação” aconteça de forma positiva.
“Nós, da
ABA, estaremos nos empenhando para ajudar nossas associadas e o conjunto do
mercado a transformar essa perspectiva de dificuldade em inspiração e esforço
para virar o jogo. É preciso inventar o futuro no lugar de remoer o passado –
que não volta mais. Acreditamos que 2014 e 2015 serão anos críticos para
fazermos essa inflexão para cima e não deixarmos as dificuldades nos puxarem
para baixo e para trás”.
Busca pela relevância
Eduardo Tracanella, superintendente de marketing
institucional do Itaú Unibanco, diz que 2013 foi um ano difícil, de muito
trabalho, mas com saldo amplamente positivo tanto para o negócio como no
processo de construção de marca.
O que parece ter dominado a cena no ano foi a busca
das marcas por um propósito e maior relevância junto às pessoas. No caso do
Itaú Unibanco, a plataforma #issomudaomundo ampliou o foco para causas ligadas
à educação, cultura, esporte e mobilidade urbana, buscando mostrar os lugares
onde a marca transcende o core.
“Acho que
as marcas de forma geral estão cada vez mais atentas à necessidade de se
estabelecer uma conversa mais relevante, mais próxima com os consumidores.
O futuro
do nosso segmento, e de todos outros também, está em entender esse movimento,
essa mudança de comportamento e aprender com o consumidor, falar de coisas que
interessem e de um jeito relevante e surpreendente.
Aqui
reside um desafio, mas, sobretudo, uma oportunidade única de mudar o patamar do
relacionamento”, opina.
Ciaco
afirma que 2013 foi, para a Fiat, de planos de marketing mais conservadores,
apesar da forte concorrência entre marcas no setor, com a entrada de novos
players.
“O ano de
2013 foi um ano de maior cautela, com estratégias tradicionais, com o foco nos
investimentos de resultados mais esperados e previsíveis, o que leva a planos
de marketing mais conservadores no tocante aos investimentos e escolhas da
mídia”, ressalta, dizendo-se satisfeito com os resultados alcançados, uma vez
que a Fiat se mantém na liderança de vendas do mercado pelo 12º ano
consecutivo.
Marco
Simões, diretor de comunicação e sustentabilidade da Coca-Cola, diz que este
foi um ano, de uma maneira geral, difícil e de queda para a indústria de
bebidas.
“Estamos
tendo um ano de acomodação, pois viemos de alguns anos de muito crescimento.
2013 não foi brilhante, mas lidamos sempre com o potencial de crescimento do
Brasil partindo das perspectivas da entrada da classe C no mercado de consumo,
a ampliação da oferta de emprego, entre outros fatores que nos deixam
otimistas”, reforça Simões.
Marcelo
Tucci, gerente corporativo do projeto Copa do Mundo da Ambev, diz que de fato
em volume de vendas o cenário tem se mostrado desafiador.
“No
Brasil, a inflação de alimentos em alta e o tímido crescimento de renda
disponível do consumidor têm influenciado nosso desempenho ao longo de 2013”,
disse.
Ainda
assim, no caso da Ambev houve um crescimento orgânico de 8% no terceiro
trimestre do ano em relação ao mesmo período de 2012. Confiante, a empresa
pretende realizar um investimento recorde no Brasil até o final deste ano: R$ 3
bilhões.
Copa traz oportunidades e otimismo
Apesar
das incertezas em relação ao ano que vem, os fantasmas da inflação e do aumento
dos impostos, a Copa do Mundo no Brasil certamente movimentará as marcas e há
muito otimismo no ar.
“Temos
que lembrar que a oferta de mídia continuará a mesma, e o que deve mudar é como
as marcas vão aproveitar essa oferta de forma criativa e inovadora, em um
momento ímpar no país”, diz Ciaco.
Tracanella,
do Itaú, considera 2014 um ano desafiador e de oportunidades para os
anunciantes. Ele crê numa importante retomada do crescimento da economia.
“Todas
nossas projeções apontam para um crescimento nos mais diversos setores da
economia durante a Copa. Sabendo disso, estamos já há algum tempo orientando nossos
clientes sobre como aproveitar melhor esse momento e extrair dele as melhores
oportunidades”.
Para
Luciano Bottura, gerente de comunicação e marketing da Sony – uma das parceiras
da Fifa na Copa do Mundo de 2014 –, o grande desafio das marcas será se
destacar no meio de tantas mensagens semelhantes durante a Copa do Mundo no
Brasil.
A Sony já
deu o pontapé inicial e realiza ações relacionadas à Copa desde junho. “Desde a
Copa das Confederações a Sony teve exposição de marca muito grande, pelo
próprio contato com a Fifa. Estávamos em placas de jogos, banners, plataformas
digitais e ações promocionais. Com isso, tivemos uma visibilidade de marca
muito grande, apesar de não termos comprado pacote de Copa com os veículos”,
conta Bottura.
Victor Bicca, diretor de assuntos governamentais,
comunicação e sustentabilidade da Coca-Cola Brasil para a Copa do Mundo da Fifa
Brasil 2014, diz que o primeiro grande evento de 2014 será a volta ao país da
taça da Copa do Mundo, para percorrer 27 capitais brasileiras.
Crescimento sempre está previsto em anos de Copa e
Olimpíadas. “São os dois mais importantes momentos para a Coca-Cola, e
naturalmente estão incluídos em nossas metas de crescimento”, revela Bicca.
Segundo
ele, a empresa está realizando uma série de ações para alavancar esse
crescimento – como trocar geladeiras e investir em qualificação. Vale lembrar
que a Coca-Cola é, historicamente, o patrocinador mais antigo desses eventos
esportivos e também o mais ativo ao longo do tempo.
“O nosso
investimento em marketing é crescente. Acreditamos profundamente no marketing
de uma forma bastante abrangente. Em momentos mais desafiadores, investimos
mais – até porque somos uma empresa saudável.
Todo
movimento da economia é cíclico e pendular, e na crise deve-se investir no
mercado para sair melhor quando o mau tempo passar”, diz Simões.
A Ambev
tem quatro prioridades para sua estratégia comercial no ano que vem: inovações;
foco em marcas premium; crescimento nas regiões Norte e Nordeste; e embalagens
econômicas.
Volume
incremental de vendas por conta da Copa do Mundo está previsto – bem como
também triplicou o próprio investimento da Ambev em marketing em relação ao
investido esse ano.
“A
preparação da Ambev para a Copa do Mundo começou há mais de três anos e a Copa
das Confederações foi o nosso grande pontapé. Budweiser é patrocinadora oficial
da Copa do Mundo e em nossa negociação temos o direito de ativar a Copa no
Brasil com a marca Brahma.
Durante
toda a Copa do Mundo e em todos os estádios das cidades-sede serão
comercializadas as cervejas Budweiser, Brahma e Brahma 0,0%, cerveja sem álcool
que foi um grande sucesso durante a Copa das Confederações e continua sendo uma
grande aposta”, diz Tucci.
O receio em relação a novas ondas de manifestações
durante a Copa paira no ar. A Ambev, por exemplo, se diz preparada
operacionalmente para garantir o abastecimento e a realização dos eventos em
caso de protestos. Tucci afirma ter aprendido bastante durante a Copa das
Confederações.
Ciaco conta que a Fiat está atenta. “Na Fiat,
qualquer iniciativa terá o foco apenas em comemorar a paixão que os brasileiros
têm pelo futebol”, conclui. (Propmark)
65% DOS VIAJANTES
LEVAM ITENS DOS HOTEIS
“Estudo
da Tripadvisor mostrou que dois a cada três (65%) viajantes internacionais e
64% de viajantes brasileiros admitem levar alguma coisa do hotel após sua
estadia, sendo artigos de toalete os itens ‘furtados’ mais populares.
Três a cada cinco (58%)
hoteleiros internacionais e 54% de proprietários de hotéis no Brasil informam
que seus hóspedes levam com frequência uma variedade de itens ao partirem.
A pesquisa revela algumas
divergências entre o que os viajantes afirmam terem levado e o que os
hoteleiros informam estar faltando nos quartos dos hotéis quando os hóspedes
partem.”
“Apesar
de apenas 7% dos viajantes internacionais afirmarem que levam toalhas dos
quartos de hotéis, um número alarmante de 1 em cada 4 hoteleiros afirma que
detectam a falta de toalhas após a estadia de um hóspede.
Alguns viajantes têm ideias
peculiares sobre o que é uma boa lembrança de viagem – 1 em cada 10 hoteleiros
informa o sumiço de cabides de roupas e 7% descobriram que as baterias dos
controles remotos de TV foram removidas após o check out dos hóspedes.”(Fonte: Mercado e Eventos)
O VAIDOSO
E O OPORTUNISTA
O vaidoso sucesso concorre com o oportunista
dinheiroSempre que pensamos em uma vida com fartura, associamos a situação ao sucesso e ao dinheiro, correto?
Podemos considerá-los irmãos e amigos manhosos e ciumentos.
O sucesso gosta de ser alimentado pelo dinheiro, este, por sua vez, espera ser alimentado pelo sucesso. Uma irmandade que pede e cobra reciprocidade.
Uma sombra ronda suas origens. Ninguém sabe qual dos dois nasceu primeiro.
O sucesso é tímido, vaidoso, muitas vezes arrogante. Cauteloso para se mostrar, embora se regozije com os aplausos.
Seu humor oscila muito. Sem aconchego se afasta, mas ao menor sinal de carinho está de volta. Sente-se solitário quando não é reconhecido e se encontra distante do dinheiro. Apesar das broncas, o rabugento irmão lhe dá segurança e incentivo, embora muitas vezes não possa protegê-lo.
Gosta de se vestir bem, por isso leva uma vida cara e dispendiosa. As luzes e as cores o atraem.
O dinheiro tem outro comportamento. Oportunista, sempre quer se dar bem, por isso procura situações favoráveis. Extremamente covarde, foge ao menor sinal de perigo. Genioso, dificilmente volta quando maltratado.
Não se importa com o visual, por isso é sempre criticado e orientado pelo sucesso.
Aparece em público apenas quando necessário e não gosta de exposição.
Sente-se responsável pelo sucesso, por essa razão, mesmo contra sua vontade, investe em sua carreira.
Seu gosto pela segurança o leva a criticar duramente o irmão. Este, por sua vez, também dá sua parcela de contribuição, mas não se contenta com pequenas mesadas, pedindo com freqüência de volta tudo que ofereceu e às vezes um pouco mais.
O dinheiro é competitivo, não gosta de perder. O sucesso é fútil, se aborrece com as perdas, mas se arrisca quando tem oportunidade, ainda que com insensatez.
Que paradoxo! Corpos resistentes para frágeis saúdes. Oscilam entre vitalidade e debilidade.
O dinheiro reconhece e se preocupa com a capacidade de trabalho do sucesso, por essa razão está sempre em vigília, incentivando, apoiando sua reciclagem, procurando não deixar lhe faltar nada. O sucesso é criativo e genial quando se empenha. Chato e aborrecido quando se deixa levar pela vaidade.
O sucesso teme perder o apoio do dinheiro, por essa razão quando desperta dos sonhos e se vê ameaçado resolve trabalhar.
Bons momentos os aproximam e estes se permitem situações prazerosas, riem, conversam, contam histórias. Maus momentos os afastam, ficando o sucesso acabrunhado e o dinheiro terrivelmente irritado.
Sabem que a parceria pode mudar o rumo da situação, mas nem sempre o dinheiro mostra sua disposição.
Esse é o momento em que o sucesso para recuperar sua amizade se coloca em ação e surpreende a todos.
Com grade alarido ou esgueirando-se nas sombras faz sua aparição: “Ele está de volta, com grande pompa, luzes e sons”. Maravilhando, arrancando aplausos e atraindo a amizade do irmão pela cobiça.
Os olhos do sucesso brilham pelo reconhecimento, do dinheiro pelas vantagens.
O tempestuoso relacionamento é mantido pela mútua dependência, ainda que para eles seja difícil reconhecê-la.
E como estão hoje? Neste momento estão bem.
Veja, lá vai o dinheiro, carrancudo, com a mão no ombro do sucesso, que feliz corteja todos que passam, arrancando aplausos, sorrisos, e alguns comentários... (Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 ) 9645 4652
www.postigoconsultoria.com.br - ipostigo@terra.com.
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