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reúne memórias da USP
CINEASTAS
E PUBLICITÁRIOS: TUDO A VER?
Cinema e publicidade há tempos caminham de mãos dadas, feito Charles
Chaplin e Paulette Godard no final de Tempos Modernos. Cineastas
dirigem comerciais, publicitários migram para o cinema, e as linguagens de um e
outro meio estão cada vez mais próximas.
Mas é preciso ressaltar que esse relacionamento íntimo não vem de hoje.
Diretores renomados como Federico Fellini já fizeram filmes publicitários, e no
Brasil um cineasta como Carlos Manga, responsável por algumas das mais
conhecidas chanchadas da Atlântida comoMatar ou Correr (1954)
e Nem Sansão Nem Dalila (1955), trabalhou anos com
publicidade.
Afirmou Manga: “A diferença entre cinema e propaganda é que no cinema
conto uma história em 90 minutos, enquanto na propaganda tenho que fazer isso
em 30 segundos”.
Diretores, roteiristas, câmeras e profissionais de cinema especializados em
áreas como fotografia, montagem, figurino, som e direção de arte, dentre outros,
buscam colocações em outras áreas do campo audiovisual, como programas de TV,
produção de videoclipes ou, principalmente, de comerciais, campo em que o
mercado de trabalho é maior.
É até natural, pois, que a linguagem cinematográfica influencie a publicitária
e vice-versa. No Brasil, alguns dos principais cineastas da atualidade, como
Fernando Meirelles (Cidade de Deus), Breno Silveira (2 Filhos de
Francisco) e Andrucha Waddington (Casa de Areia) ganharam
experiência dirigindo comerciais antes de se aventurarem na tela grande.
O caminho inverso também ocorre. Vide a campanha The Hire da BMW,
que bancou uma série de 8 curtas-metragens, dirigidos por cineastas do naipe de
Ang Lee, Wong Kar-Wai e Alejandro González Iñarritu. Cada diretor ganhou
liberdade criativa para desenvolver seu próprio filme, desde que usasse os
carros da BMW como elementos importantes na narrativa.
Resultado: uma campanha extremamente bem-sucedida: os filmes foram
visualizados mais de 100 milhões de vezes, a campanha recebeu o Grande Prêmio
do Cannes Cyber Lion de 2002 e, de quebra, passou a integrar a coleção
permanente do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
Vale a pena lembrar também daquele que talvez seja o comercial mais famoso da
história, recentemente parodiado pelas campanhas para as prévias previdenciais
do Partido Democrata dos pré-candidatos Hillary Clinton e Barack Obama: 1984, peça de 1 minuto de duração.
O comercial, que marcou o lançamento do computador pessoal Macintosh da
Apple, foi veiculado uma única vez na televisão, durante a final do Super Bowl,
e faz referências ao livro homônimo de George Orwell.
A direção ficou a cargo de um cineasta consagrado em Hollywood: Ridley
Scott, de filmes como Blade Runner e Gladiador.
Em tempos nos quais espectadores são cada vez mais resistentes ao apelo das
mídias tradicionais, ganha força no mundo da publicidade o conceito de branded
entertainment: peças publicitárias que escapam do formato
tradicional de comerciais de 30 segundos, veiculando marcas e produtos ao
roteiro dentro do contexto de programas de TV, filmes ou produções feitas
especialmente para a Internet.
É o caso da campanha de lançamento do Office 2007, da Microsoft. Composta por cinco
filmes dirigidos por Stacy Wall, a série, exclusivamente veiculada na Internet,
tem poucos traços da publicidade tradicional: os curtas, de linguagem
cinematográfica, poderiam ser exibidos no Festival de Gramado.
Os cinco filmes dessa campanha, devidamente integrados com a proposta de branded
entertainment, narram as tragicomédias de funcionários de escritório que
passam por situações que poderiam ser descritas por aquele locutor da Sessão da
Tarde como “altas confusões de uma turma do barulho”.
Pesadelo, por exemplo, mostra um executivo alemão que,
durante a apresentação de uma conferência, é sabotado pelo seu software de
apresentação de slides a ponto de ficar, literalmente, sem calças na frente de
uma platéia.
Já em O Divisor, os protagonistas são dois
funcionários de uma mesma empresa que, apesar de compartilharem mesas no mesmo
escritório por 32 anos a fio, jamais haviam se conhecido.
E assim, ao exibir histórias de forte apelo emocional ou humorístico, a
campanha do Office 2007 busca passar o conceito de que
sua nova versão facilitará a vida de todos, adotando a seguinte assinatura: “Um
novo dia. Uma nova empresa”.
Diversas outras empresas no Brasil adotaram a mesma estratégia da Microsoft,
optando por divulgar suas marcas fugindo aos modelos publicitários
tradicionais.
Exemplos: BrasilTelecom, Sagatiba,SuperBonder, Nissan e Coca-Cola. Filmes no YouTube, ações em
programas como Big Brother Brasil e a gravação de canções
compostas por músicos conhecidos foram algumas das interfaces adotadas por
essas campanhas, que buscaram aliar publicidade com um conteúdo que fosse capaz
de trazer entretenimento e diversão.
Sobre a intertextualidade crescente entre cinema, publicidade, televisão e
outras linguagens, a publicitária com especialização em cinema na Universidade
da Califórnia Alessandra Moretti, ementrevista concedida a Rogério Covaleski, afirmou:
“Acho que qualquer interação entre publicidade e cinema, ou pintura e
cinema, artes e cinema ou artes em si é positiva”.
Mais adiante, complementa: “Se existem diretores de publicidade partindo
para o cinema, isso há de ser positivo, principalmente no Brasil onde a gente
teve por anos uma limitação grande de produção. Acho que a diversidade é sempre
positiva, e a linguagem publicitária é bem-vinda dentro desse contexto todo”.
CONSUMO
INTELIGENTE DURANTE O MÊS DE CARNAVAL
(Fontes:
Leandro Bornacki, Renata Antoniassi e Vanêssa Rochha Rêgo | MSLGROUP Andreoli |
Portal da Propaganda)
A
Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) aproveita a festa mais popular do
País para promover a plataforma “Sem excesso”, a primeira do país voltada para
o consumo responsável.
Representante
de importantes marcas do setor de bebidas, a associação reafirma seu
compromisso por meio de uma série de iniciativas com a mensagem de que o
“Carnaval sem excesso = sucesso”.
Foram preparadas diversas ações de comunicação que começam com a mudança na
página do Facebook – hoje com mais de 523 mil seguidores –, um visual novo,
capa customizada e posts temáticos.
No
portal, as matérias também serão temáticas, com dicas e informações uteis para
com foco em segurança e cuidados para quem for pegar estrada durante o carnaval
e também para o consumo moderado de bebidas.
No Youtube, será
possível assistir a uma animação especial para a data. No vídeo, que trás uma
dinâmica interativa, é possível definir como será o Carnaval de Mário e seu
grupo de amigos – com ou sem excesso – e observar se eles terão sucesso ou não,
dependendo de suas escolhas.
No Rio de Janeiro, a Abrabe promoverá o “Sem excesso” nas praias cariocas. Um
avião carregará uma faixa com a mensagem "Carnaval sem excesso =
sucesso!", o mesmo conceito usado no vídeo interativo.
Além disso, mais de duas mil rádios transmitirão, em território nacional,
boletins informativos com dicas de segurança e de consumo responsável para quem
for curtir a festa mais popular do País.
A
rádio de maior audiência jovem em São Paulo veiculará spots lembrando a
importância de se divertir, mas com responsabilidade.
Sobre o portal
Lançado em novembro
de 2011, o Sem excesso é a consolidação de um esforço coletivo de 50 grandes
empresas do setor de bebidas representadas pela Abrabe.
Voltado
para o público jovem, traz conteúdos relevantes e atuais sobre comportamento,
saúde, curiosidades e legislação, sempre com embasamento de especialistas e
pesquisadores de cada área. O espaço é um lugar onde jovens, pais, educadores e
profissionais de saúde podem interagir e tirar dúvidas.
"Toda a plataforma é desenvolvida a partir da premissa de que iniciativas
de educação e prevenção são mais eficazes e indispensáveis para construção de
uma cultura de moderação.”
“Pensando nisso desenvolvemos um espaço
inédito que supre uma lacuna no Brasil, em que há um grande número de
informações circulando na rede, muitas dúvidas sem resposta, apontando para a
importância de iniciativas como essa", destaca o presidente executivo da
associação, José Augusto Rodrigues da Silva.
As ações educativas promovidas pelo “Sem excesso” tomaram força e importância
e, em fevereiro de 2012, uma página do portal foi criada no Facebook (www.facebook.com/semexcesso).
O Sem
excesso ainda conta com outros canais de comunicação que colaboram na formação
de jovens mais conscientes a cerca do consumo moderado de bebida alcoólica,
como o canal no Youtube, onde são reunidos vídeos educativos.
As campanhas
Tudo começou quando em 1996, com o slogan que se tornou famoso: Se beber, não
dirija. Em 2010, houve necessidade de outra campanha, mas que fosse destinada a
alcançar o público jovem. Criou-se então o concurso cultural "Comemore com
sucesso, sem excesso", recompensado com o 30º prêmio POP de Opinião
Pública.
Desde então, o “Sem excesso” promove constantemente ações que visam levar ao
público em geral conhecimento, interação e reflexão acerca do consumo
inteligente de bebida alcoólica, integrando de maneira efetiva os universos on
e offline.
Em vésperas de feriados e datas comemorativas, como Corpus Christi, Natal e Ano
Novo, por exemplo, são distribuídos boletins informativos em mais de duas mil
rádios do Brasil, convidando os ouvintes a acessar o portal, e alertar para os
perigos de consumir bebida alcoólica e dirigir.
Também
oferece dicas sobre cuidados na hora de pegar a estrada, manutenção de veículos
e preparo de roteiros para o viajante não ser pego de surpresa, sempre com
responsabilidade e moderação.
Pelo segundo ano consecutivo, o SemExcesso.com.br foi convidado, pelo Governo
do Estado de São Paulo, sob a coordenação do Detran.SP, a participar das
iniciativas da Semana Nacional de Trânsito.
Um
reconhecimento pelo trabalho de conscientização desenvolvido pelo Sem excesso,
que posiciona a indústria como parceira e reitera o que já foi definido pela
OMS (Organização Mundial da Saúde) – que o setor é parte da solução, não do
problema.
Para promover um trânsito mais seguro, foram assinados pelo "Sem
excesso" spots em rádio de audiência jovem em São Paulo; veiculações de
vinhetas em prédios comerciais da capital paulista.
Além
disso, customizou-se os canais do Sem Excesso nas mídias sociais e o portal Sem
Excesso publicou conteúdos temático sempre com especialistas como fonte.
E, durante a Virada
da Mobilidade, o Sem Excesso apoiou uma ação do site Caronetas, em que mapas
dos arredores da Vila Madalena, em São Paulo, foram posicionados em bares da
região, incentivando os frequentadores a assinalarem seus pontos de origem e
destino, bem como o meio de transporte usado.
Tudo
isso para motivar o compartilhamento de caronas entre os participantes.
Festividades típicas
de São João em Caruaru e Campina Grande – spots exclusivos foram veiculados em
rádio jovem do Recife e de João Pessoa, cujas saídas em direção às tradicionais
festas do interior, receberam outdoors.
Ilustrações
e frases bem humoradas deram o tom das peças, como "Exagere só na
diversão, na bebida não. Sem excesso o São João é tudo de bão" ou
"Seja consciente. Comemore o São João sem acidentes". Em 2013 foi
realizada a terceira ação consecutiva desse trabalho na região.
Carnaval – Pelo segundo ano consecutivo, a cidade do Rio de Janeiro, recebe mídia
aérea, em que um avião com faixa sobrevoa as praias e divulga o Portal. E
boletins para mais de 2 mil rádios em todo o país são distribuídos com atenção
para o consumo consciente.
Construção de uma música colaborativa – A partir de um refrão,
os participantes sugeriram frases que refletiam sobre o consumo consciente de
bebidas alcoólicas em continuidade às sugestões de outros usuários. As pessoas
cujas frases foram selecionadas terão seus nomes registrados na qualidade de
coautores, junto à Biblioteca Nacional.
MARKETING
ESPORTIVO PARA A IMPRENSA
(Renato Rogenski no Adnews)
A ESPM
(Escola Superior de Propaganda e Marketing) iniciou o curso gratuito “Imprensa
na Escola” para jornalistas interessados em aprofundar os seus conhecimentos
sobre marketing esportivo, e mais especificamente sobre os investimentos e
negócios gerados com a Copa do Mundo 2014, que terá o Brasil como sede.
Destaque
para a participação de alguns dos grandes patrocinadores oficiais do maior
campeonato de futebol do mundo, representados por David Grinberg, gerente
sênior de marketing esportivo do McDonald´s e Mariana Nadruz, diretora de
marketing da VISA do Brasil.
Os
assuntos mais comentados e debatidos do curso foram ativações de patrocínio
para a competição, a preparação do poder público de São Paulo para receber o
evento e proteger os patrocinadores, o legado que ficará para o País no sentido
de desenvolvimento de profissionais e do segmento de marketing esportivo, além
é claro, do inevitável temor das marcas, instituições governamentais e da
organização da Copa, com relação às manifestações prometidas por parte do
público brasileiro no período dos jogos.
Questionado
a respeito desse último item, Grinberg, do McDonald´s, disse que não esperava o
cenário atual de contestações sobre a Copa do Mundo quando o Brasil foi
escolhido como sede, mas que as marcas não sofreram ainda os efeitos dessa
indignação popular.
“Nenhuma
manifestação até agora resvalou nos patrocinadores, mas também traçamos algumas
estratégias e planos de contingência para situações adversas”, revelou.
Experiente
em ativar a marca na competição, essa é a sexta participação consecutiva no
Mundial, a gigante franquia de fast food sabe melhor que ninguém como é
importante criar ações e ativações que vão muito além do patrocínio.
Nesse
cenário, destaque para a campanha Sonho de Craque, que seleciona mais de mil
crianças para entrar de mãos dadas com os jogadores das seleções durante os
jogos.
Mas o
gerente sênior de marketing esportivo do McDonald´s também disse algo que
talvez poucos soubessem. “Somos os primeiros e únicos patrocinadores envolvidos
diretamente com o treinamento de voluntários para a Copa do Mundo”.
E
mesmo com todo o investimento, organização e planejamento para a competição, o
McDonald´s não terá lanchonetes nas arenas durante o Mundial.
Grinberg
respondeu por que: “Nossa operação não casa bem com a dinâmica de uma partida
de futebol, onde há nos intervalos um pico excessivo de concentração de 15
minutos. Seria impossível manter o mesmo padrão de qualidade das nossas lojas
convencionais, o que é ruim para a marca”, explica.
Também
patrocinadora oficial, não apenas da Copa do Mundo 2014, como da FIFA, a
entidade máxima que rege o futebol, a Visa resolveu investir numa comunicação
mais ousada e multiplataforma, dentro de seu pacote de ativações.
Vale
destacar a campanha Todos são bem-vindos, que conta com uma propaganda
inusitada estrelando os carrascos da Seleção Brasileira, Paulo Rossi e Zidane e um trabalho muito forte nas redes sociais,
além de vídeos patrocinados no famoso e popular canal Porta dos Fundos, de
Fábio Porchat e sua turma .
“A
importância da Copa do Mundo é tão grande para a Visa, que em 2012 trouxemos o
brasileiro Ricardo Fort como novo head global de marketing esportivo da
empresa.”
“O
patrocínio da competição é essencial não apenas para o fortalecimento de nossa
marca, como para gerar inúmeros
negócios.”
“Em torno da competição, além do consumidor
final, também vislumbramos parcerias com novos adquirentes, como instituições
financeiras e empresas de outros segmentos”, revelou Mariana Nadruz.
Para
ela, mesmo com todos os rumores sobre um caos generalizado com as
manifestações, a sensação dos patrocinadores é que a competição no Brasil será
um sucesso. “A Copa será demais”, afirma.
Para
finalizar, Ivan Martinho, professor de gestão de arenas da ESPM e diretor
comercial da Traffic Sports, deixou a mensagem de esperança para um mercado
melhor a partir do aprendizado com a Copa do Mundo.
“É um
grande advento e a gente espera positivamente que ela reeduque o mercado. As
empresas no Brasil começaram a ganhar maior consciência da importância do
esporte.”
“Esperamos
que essas marcas sejam picadas pelo bichinho dos eventos esportivos e
culturais, que geram grandes emoções e experiências e consequentemente grandes
oportunidades. O Brasil também pode criar a cultura de um mercado esportivo
cada vez mais forte e milionário, assim como já acontece nos Estados Unidos”,
afirmou.
GLOBO
BUSCA FEEDBACK NOS ARTISTAS DA EMISSORA
A
melhor maneira de identificar erros e acertos é consultar múltiplas visões e
receber feedbacks positivos e negativos.
Parece
que essa é a intenção do diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder, que
anda conversando, trocando experiências e pedindo opiniões a alguns
atores, diretores e autores mais experientes da emissora.
As
informações são da coluna Outro Canal, escritas pela jornalista Keila Jimenez,
para a Folha de S.Paulo.
Regina
Duarte, Ary Fontoura, Elizabeth Savalla e Lima Duarte são alguns dos artistas
que já participaram desses almoços e tiveram a oportunidade de dizerem o que
acham sobre a programação.
Segundo
a própria Globo, esses encontros não começaram agora e também não fazem parte
de uma estratégia para esvaziar qualquer tipo de movimento de atores, que
possam estar insatisfeitos com o rumo das coisas.
O
objetivo de Schroder, de acordo com a emissora, é expor e debater assuntos
relacionados ao processo criativo, de maneira geral. (Adnews)
CARNAVAL
LÍQUIDO
(Marilia Barrichello no Portal da Propaganda Artigo
encaminhado por Bruna Pires e Gabryel Strauch, da XComunicação.
As
cores, os excessos, os sons, as interações do Carnaval são tão intensas que é
fácil se inebriar e ficar apenas na superfície. E, dessa forma, sobram corpos
expostos, visões polarizantes, falsos moralismos e faltam dimensões mais
humanas sobre essa festa secular.
A força do coletiva é tanta que a visão da massa de um todo homogêneo acaba se
sobrepondo e criando uma visão estereotipada. A tônica do Carnaval, no entanto,
é cheia de contrastes: a muita música se mescla com a pouca roupa, com o muito
suor, com o pouco sono, com a muita alegria, com a pouca censura.
Se voltarmos no tempo, vamos descobrir que o Carnaval tem um viés religioso e
libertário, antecedendo os 40 dias da Quaresma.
Época festiva e mais
permissiva, dentro do tolerável, para preparar o corpo e o espírito para a
privação em seguida. Tanto que uma das possibilidades interpretativas para a
etimologia da palavra é carne vale (adeus carne) ou de carne levamen (supressão
da carne).
Retornando ao século XXI e à sociedade pós-moderna, que se delineia frente ao
esmaecimento das organizações reguladoras como o Estado, a Igreja e a família e
mais livre e sinestésica per se, qual o real valor do Carnaval? Na sociedade
que já convive com os excessos dos mais variados possíveis, o que, efetivamente,
sobra para o Carnaval?
Se, no passado, a
festa tinha um viés de escape, de autoafirmação, de novas experiências e
permissividades, hoje ele próprio é que se transforma, a partir das pessoas que
fazem a festa.
E surgem contrapontos instigantes e interessantes.
Vestir e despir. Num mundo altamente sexualizado, os
corpos expostos que antes tinham um teor libertário já não chocam mais.
Até
porque se olharmos mais profundamente, os mais despidos nem sempre são os mais
desnudos. Porque a falta de roupa no corpo exposto não necessariamente implica
numa alma e espírito livres e autênticos.
Fantasia e identidade. A fantasia parece estar em busca de
expressar uma nova parte descoberta de si próprio. Não mais a idealização
longínqua, mas uma aproximação com os próprios sonhos e a libertação de amarras
muito mais internas do que externas. A fantasia, então, vira um meio para
projeção de si próprio e não um fim.
O coletivo individual. Se sentir parte do grupo, mas não se
perder nele, encontrar si mesmo. A busca por expressar um lado novo de si mesmo
e nesse movimento encontrar novos outros.
Esquecer e lembrar. Curtir o Carnaval longe da felicidade
ilusória e perto da coragem, a festa se descortina para a gente passar com
nossas verdades, expectativas, sonhos e fantasias, reais e imaginárias. Não o
Carnaval escapista para esquecer, mas aquele para ser lembrado, nem que por um
instante e também registrado e compartilhado
sem fronteiras entre o
dentro e o fora.
O
clima do Carnaval inspira algo de dentro que contagia algo de fora. No Carnaval
mais é mais, e se descobrir mais, num momento global de contingências e
frustrações, é uma alegria sem fim.
O Carnaval pós-moderno que se modula de forma líquida, então, passa por um
momento de resgate de seu próprio lugar frente a uma sociedade em transição.
Não mais a ostentação, o gigantismo exacerbado, mas abordagens coletivas de
família, amizade, proximidade. Não mais um modelo imposto, que se aceita, mas
um encontro que se procura.
Nestse ano, a Santa Clara, agência que trabalho, vai fazer um Carnaval
diferente. Um Carnaval que nasceu de cada um, escolhido por todos.
E ele
começou a ser pensado no final do ano passado, quando todos foram convidados a
escrever a marchinha que confronta nosso própria identidade: “Quem disse que
sou Santa?”
Dado o
fato de que a agência fica na Vila Madalena, isso também tem uma
particularidade interessante. Grupos foram formados, muita diversão para
escrever letra, melodia e o voto popular escolheu a trilha que vai embalar nosso
samba.
Nesse movimento descobrimos facetas, de nós mesmos e dos outros, desconhecidas
ou até mesmo impensadas. Surgiram letristas, passistas, músicos, seres
cantarolantes. E novos grupos de afinidade, novas amizades, admirações.
E o bloquinho vai sair
de verdade. O Carnaval dentro do Carnaval. Sem vergonha, sem regra, sem
distinção, sem catraca. Aberto a todos aqueles que quiserem,
despretensiosamente, deixar-se levar (de fora para dentro) e se descobrir (de
dentro para fora).
Tudo
misturado: santos endemoniados e demônios santificados. Todos exorcizados.
Porque no Carnaval vale ainda mais a máxima: nem tudo que parece é.
Sobre a Santa Clara
Independente e 100% brasileira, a Santa Clara (www.santaclara.net) tem em sua carteira clientes como Café 3 Corações,
Takeda (Neosaldina e Nebacetin), Grupo Boticário, Eudora, quem disse,
berenice?, The Beauty Box, marcas recém-lançadas pelo Grupo, Dona Benta,
Petybon, Qualicorp Seguros, Diageo, Rolex, Amor aos Pedaços e Hospital
Sírio-Libanês.
A
agência, fundada em maio de 2006, tem 70 funcionários e três sócios: Ulisses
Zamboni (Presidente), Fernando Campos (Sócio e Diretor de Criação) e Jaime
Greene (Conselheiro).
Reconhecida como a agência com melhor visão global de comunicação do mercado
nacional (segundo o Grupo Consultores), a Santa Clara desenvolveu um modelo de
negócios único que prioriza a integração total, seja entre agência e cliente,
entre os fornecedores, entre os departamentos e as disciplinas.
73% DOS FÃS DE TÊNIS ACOMPANHAM OS
JOGOS PELA TELEVISÃO
(Fontes: Priscilla Natale, Nathalia
Barbosa e Rose Guirro | Ketchum Estratégia | Portal da Propaganda)
Os torneios de tênis têm agitado o Brasil neste início de ano. No último sábado,
22 de fevereiro, começou o Brasil Open, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo,
e de acordo com o Sponsorlink, pesquisa do Ibope Repucom, a televisão é o
principal meio para os fãs de tênis acompanharem os jogos (73%).
Entre os pesquisados, 77% afirmam que sempre buscam informações sobre esportes
na TV, seguida por tablets e/ou smartphones com 65%, número bem mais alto do
que a população em geral (43%). Enquanto assistem aos jogos pela televisão, 47%
costumam postar mensagens nas redes sociais.
Segundo o Ibope Repucom, entre os fãs de tênis, o público masculino se destaca
(55%) em relação ao feminino (45%). No geral, os amantes do esporte têm maior
escolaridade que a média da população, sendo que 61% possuem faculdade e/ou
MBA, contra 55% do total.
Quanto aos torneios de maior interesse, os fãs citaram Wimbledon (25%) e
Roland Garros (26%).
Ao falar sobre hábitos de consumo, 63% confiam mais em marcas que patrocinam
esportes.
Tanto que, considerando-se preços
iguais, pelo menos 61% dos fãs de tênis escolheriam uma marca que patrocina
algum esporte, em vez de uma que não o faz. Há também 29% que se dizem muito
fiéis às marcas que patrocinam um atleta/time que gostam.
NOKIA
LANÇA APARELHOS COM ANDROID
Durante
a abertura do Mobile World Congress, em Barcelona, a Nokia apresentou três
novos modelos de smartphones com o sistema operacional Android. São eles as
versões X, X+ e XL, todos com o Android 4.1.2.
Destaque
para a capacidade de armazenamento dos aparelhos. O Nokia X conta com 512 MB de
RAM e 4 GB de armazenamento e o X+ tem 768 MB e, além dos 4 GB internos, também
já sai da fábrica com um cartão de mais 4 GB. Já o diferencial do Nokia XL é o
tamanho da tela, de cinco polegadas (os dois primeiros têm quatro).
O
Nokia X estão à venda na Ásia/Pacífico, Europa, Índia, América Latina, Oriente
Médio e África com o preço sugerido de 89 euros. Já os outros dois modelos
chegam a esses mesmos mercados no segundo semestre do ano. Detalhe: os
aparelhos não vão contar com 4G. (Redação Adnews com
informações da
Reuters)
AMAZON
PODERÁ EXTINGUIR CÓDIGO DE BARRA E QR
Depois dos drones
e da “bola
de cristal“, a Amazon agora quer tornar tão fácil
para os clientes comprarem on-line que sequer precisarão digitar o que
estão procurando.
Graças a uma nova funcionalidade do seu aplicativo
de compras móveis, os usuários podem digitalizar itens usando a câmera do
smartphone, como se fosse uma fotografia, e fazer um pedido imediatamente, sem
necessidade de códigos de barra ou QR codes.
A nova app, lançada nos EUA, chama-se Flow
e por enquanto só está disponível para iPhone. É capaz de rastrear formas,
tamanhos, cores, textos e a aparência geral, identificando potencialmente
qualquer objeto.
Flow facilita digitalizar itens em casa para comprar ou comparar
diferentes produtos em lojas físicas, podendo comprar on-line na hora
ou mais tarde.
De acordo com a Wired, ele leva cerca de dois segundos para
identificar os itens, embora existam alguns que necessitam de até cinco
segundos. Também não é ideal ainda para itens de mercearia, especialmente porque
o aplicativo se esforça para reconhecer o tamanho da porção dos produtos.
O objetivo da empresa é que a app identifique “qualquer coisa
no mundo”, embora por enquanto seja mais uma maneira engenhosa dos clientes
acrescentarem produtos ao seu carrinho de compras on-line antes de
terem a chance de mudar de ideia. (Promoview)
MERCADO
PUBLICITÁRIO CRESCEU 6,81%
O mercado publicitário brasileiro reagiu melhor em
2013 em relação ao ano anterior. O faturamento de R$ 47,9 bilhões significa
elevação de 6,81% sobre 2012.
Desse total, R$ 32,2 bilhões correspondem ao
investimento bruto em mídia. Esses são os dados revelados pelo Projeto
Inter-Meios, relatório de investimento em mídia no País coordenado pelo Grupo
Meio & Mensagem em parceria com a auditoria PricewaterhouseCoopers.
As emissoras de TV aberta, responsáveis por 66,5%
do total investido em mídia no País, faturaram R$ 21,4 bilhões em 2013 –
evolução de 9,8% sobre 2012. Já as TVs por assinatura ficaram com 18% a mais no
caixa, atingindo R$ 1,5 bilhão.
Mídia Exterior foi o meio com a variação positiva
mais elevada: 21,82%, recebendo montante de R$ 1,1 bilhão.
Dentro desse segmento encontram-se empresas
especializadas em outdoor, mobiliário urbano, mídia digital out of home, painel
e móvel. O meio Rádio cresceu 10,45% no período, com faturamento de R$ 1,3
bilhão.
De acordo com o relatório, o meio Jornal apresentou
queda de -3,76% ao faturar R$ 3,26 bilhões. Também foi negativo o desempenho do
meio Revista, que caiu -7,55%, ficando com R$ 1,77 bilhão. Já Guias e Listas
teve desempenho de -26,3% em relação ao ano passado,
com total de R$ 200,3 milhões.
Também apresentaram retração os meios Cinema
(-2,12% e faturamento de R$ 103,4 milhões) e Internet (-5,61% e faturamento de
R$ 1,43 bilhão). (Redação Adnews)
RICTV MANDA
EQUIPE PARA A ANTÁRTICA
Os repórteres
Gislene Bastos e Dionei Santos, da RICTV Record, viajaram hoje para o Chile e
lá vão se preparar para embarcar no navio que vai atravessar o mar gelado até
chegar à Antártica.
Depois de
passarem por Punta Arenas, onde vão conhecer o maior atol de pinguins do
planeta, a equipe segue na companhia de pesquisadores e militares a bordo do
H41, navio quebra-gelo da Marinha do Brasil, até o destino final.
Durante a
expedição, os repórteres vão conhecer as pesquisas e projetos desenvolvidos
pelo Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
O programa
garante a presença da comunidade científica na Antártica há 32 anos. Cerca de
40 pesquisadores, entre eles uma equipe inteira da Universidade Federal do
Paraná (UFPR), estão instalados na Estação Comandante Ferraz.
Eles estudam a
biodiversidade e impactos ambientais na Antártica, fazem o monitoramento
ambiental, do clima e da atmosfera da região e desenvolvem um rigoroso estudo
sobre os aspectos tecnológicos, culturais e socioeconômicos do continente.
A equipe da
RICTV Record também vai acompanhar o projeto de reforma da Estação Comandante
Ferraz, destruída por um incêndio em fevereiro de 2012. A expectativa é que os
repórteres estejam de volta no início da segunda quinzena de março.
A série
Expedição Antártica é produzida pelo jornalista Kelson Henrique e a edição é de
Edilson Romanini. José Nascimento, diretor de Conteúdo do Grupo RIC Paraná, diz
que “o ano de 2014, que promete muitas novidades, começa com boas notícias,
selando todo um trabalho da nossa equipe que, em 2013, teve grandes conquistas
em audiência, credibilidade e premiação. Foram oito prêmios de jornalismo. E
esta expedição vai gerar um material diferenciado para nossa grade”.
O jornalista
Kelson Henrique trabalhou por quase dois anos na produção com intensa negociação
com a Marinha do Brasil e acompanhamento dos estudos mais recentes envolvendo
clima e os seus impactos, principalmente na América do Sul.
Antártica – A Antártica é
a maior reserva de água doce da Terra. Seus 14,2 milhões de quilômetros
quadrados – a 1,6 vezes a extensão territorial do Brasil – são cobertos por uma
capa de gelo de 2 quilômetros de espessura média.
As reservas de
gelo (90%) e água doce (70%) regulam o clima do Hemisfério Sul e distribuem
umidade pelo planeta. Também resfriam a atmosfera e retiram carbono, metano e
outros gases que influenciam diretamente no efeito estufa.
Atualmente, 29
países mantêm bases e desenvolvem pesquisas na Antártica. No verão, essas bases
recebem mais de 4 mil pesquisadores, em cooperação científica estabelecida pelo
Tratado da Antártica.
O tratado de
cooperação estabelece uma moratória até 2048 para a exploração de recursos não
renováveis na região. O Brasil faz parte deste acordo desde 1975 pelo Proantar,
desenvolvido pela Marinha do Brasil.
Sobre o Grupo
RIC Paraná - O
Grupo RIC Paraná é uma empresa de comunicação multiplataforma e faz parte do
segundo maior conglomerado de comunicação regional do país, o Grupo RIC. Com
cerca de 400 funcionários, o Grupo RIC Paraná tem quatro emissoras de TV, cinco
emissoras de rádio, cinco portais de conteúdo e editora de revistas.
O QUE A
VENDA DO WHATS APP ENSINA PRA NÓS
(Texto de Flávio Augusto da Silva, fundador da rede
de escolas de inglês Wise Up)
Não temos bola de cristal e não somos capazes de
prever sequer as nossas próprias reações ou percepções, pois temos a incrível
capacidade de mudarmos de ideia, privilégio de seres inteligentes.
Como não temos o controle de tudo que nos cerca,
fatalmente seremos surpreendidos muitas vezes em nossas vidas. Às vezes,
surpreendidos positivamente. Em outras ocasiões, negativamente.
Vivemos e corremos o risco de
sermos rejeitados, traídos, passados para trás. Como reagir às
surpresas negativas da vida? Certamente, essas reações determinam caminhos que
tomaremos, escolhas que faremos e, por consequência, nossos resultados. Nossas
emoções são constantemente testadas pelas surpresas da vida e seguimos
caminhando, seja evoluindo ou ficando estagnados.
A vida é uma maratona e não uma corrida de 100 metros rasos. Numa
maratona, não é quem sai correndo na frente que vence no final.
Ao longo dos mais de 40 quilômetros da competição,
muita coisa acontece e quem tem mais resistência é quem sobe no lugar mais alto
do pódio. Essa resistência – no caso da vida, uma resistência emocional – vai
determinar se mergulharemos no mar da autopiedade ou se usaremos as
adversidades como motor de popa para navegarmos pelo oceano da vitória.
Este foi o caso do americano Brian Acton, um dos fundadores do
WhatsApp. Em maio de 2009, ele fez este post no Twitter:
Acton, que desejava arrumar um emprego como
programador no Twitter, não foi selecionado, mas por sua mensagem demonstrou
que não ficou abatido. A prova disso é que, em agosto, também participou de um
processo seletivo para trabalhar no Facebook.
O Facebook também o rejeitou, e sua reação também demonstrou
resiliência: “Foi uma grande oportunidade de me conectar com pessoas
fantásticas. Estou na expectativa da próxima aventura”.
Ele estava se referindo primeiramente às pessoas
que conheceu no processo seletivo, mas deixa a pista: “na expectativa da
próxima aventura”. No mesmo ano, em 2009, em parceria com o ucraniano Jam
Koum, Brian Acton fundou o WhatsApp.
Uma ideia simples, mas que em apenas 5 anos
conquistou mais de 450 milhões de usuários ativos em todo o mundo, aplicativo
responsável por um número total de mensagens praticamente igual ao somatório
das mensagens SMS enviadas no planeta.
Os acionistas do WhatsApp embolsaram 19 bilhões de dólares, sendo 4 bilhões em
dinheiro, 12 bilhões em ações do Facebook e mais 3 bilhões em ações restritas nos
próximos 4 anos.
Com isso, o rejeitado Brian Acton volta agora ao
Facebook, dessa vez como acionista e como protagonista da maior aquisição da
história feita pelo Facebook. E, claro, como mais um bilionário do mundo da
tecnologia.
A vida definitivamente não é uma corrida de 100 metros rasos, mas sim uma
maratona.
COCA-COLA
CONTRA VÍCIO DAS REDES SOCIAIS
A Coca-Cola parece ter criado um brinde
inusitado… Ao descobrir que a humanidade consome on-line, em
horas, coletivamente, o equivalente a quatro mil anos a cada mês, sentiu que
havia aí um espaço para uma nova ação de marketing promocional.
A empresa pretende reduzir este número astronômico ao impedir
que as pessoas verifiquem seus telefones quando estão em encontros ou com
amigos. Para isso acontecer, criou o “Guarda de Social Media”,
similar a uma coleira de animais.
A ‘coleira de animais’ para humanos força os usuários a
olharem para cima (mesmo movimento de quando se bebe uma garrafa de Coca-Cola)
e se tornarem mais conscientes do mundo ao seu redor.
Muito embora a mensagem seja um alerta, mais do que uma ação
promocional de verdade, com certeza é uma manobra interessante da
marca para gerar buzz nas redes sociais – e um bocado contraproducente
para o objetivo maior da ação.
De toda a forma, é inegável, eu ri e você também: funcionou.
Resta saber se olharemos menos o smartphone por isso. (Promoview)
GLOBOSAT TROUXE SCOTT BUCK
Scott
Buck esteve no Brasil para dar dicas ao grupo de profissionais brasileiros que
participaram do 2º Programa Globosat de Roteiristas. Showrunner de
"Dexter" e roteirista das séries "Roma" e "Six Feet
Under", Buck integra hoje o dream team dos mais admirados mundialmente,
considerado praticamente tão célebre quanto os personagens cujas tramas ajudou
a alinhavar.
Veja a
seguir os principais trechos de sua palestra.
Dexter vive
Dexter era um
grande personagem para a Showtime e eles não quiseram se livrar de seu maior
personagem. Talvez ele volte, mas mesmo se esse não for o caso, na minha
primeira aula de escrita criativa na universidade o professor nos pediu para
escrever uma história curta e nos disse que algo que não devemos fazer é matar
o personagem no final, porque todo mundo faz isso, é uma maneira fácil e
simples demais de finalizar.
E mesmo que essa
fosse uma alternativa para encerrar a série, eu quis imaginar algo um pouco
diferente para ele, que fosse além disso.
Houve alguma
reclamação sobre o final porque acredito que as pessoas queriam uma “solução
final”, uma conclusão, um “final feliz”, ou um final que respondesse a todas
suas perguntas, que parecesse correto e justo.
Mas em “Dexter”
nem tudo funcionava do jeito que ele pretendia, as pessoas ao seu redor
morriam, e ele sempre sobrevivia. Não queríamos encerrar a série agradando a
100% da audiência porque as coisas para os assassinos em série nem sempre
funcionam do jeito que eles gostariam.
Competição
Acredito que os
autores brasileiros conhecem melhor a audiência brasileira. Mais do que os
escritores de Hollywood. Gostamos que nosso trabalho viaje o mundo, mas em
geral estamos sempre pensando na audiência americana. Pensamos no que nós
gostaríamos de assistir.
No mercado
americano, os segmentos de nicho estão se expandindo. Antes tudo se resumia a
três emissoras, mas agora há cabo, internet, podemos escrever programas para
audiências específicas.
Conflitos
Foi um longo
processo nos Estados Unidos, porque originalmente, quando se pensa no teatro,
os direitos eram dos escritores, e ainda são, depois, o cinema veio e os
diretores e produtores entraram em cena e continuam tendo grande poder na
indústria do cinema.
Quando trabalhei
em Roma, que foi filmado na Itália, eles ainda eram adoradores de diretores, e
ainda que fôssemos autores que produzem e contratam o diretor, que trabalha
para nós, eles eram adorados porque não conheciam outro modelo.
Quando veio a
TV, os escritores perceberam bem cedo que precisavam entrar de maneira bastante
agressiva e esse poder se estabeleceu aos poucos, com muitos conflitos. Isso
foi antes que eu entrasse no negócio, ainda bem, mas o fato é que os escritores
se tornaram produtores.
Os escritores
são showrunners, mas ainda há conflito com os profissionais de produção.
Produção
O que me parece
é que os roteiristas brasileiros precisam sair um pouco da novela e produzir
mais material de séries, focar mais em personagens. É isso o que sempre me
interessa, bons personagens, e por isso fui para a televisão.
Nos Estados
Unidos fizemos várias séries baseadas em produtos internacionais, há coisas
como “The Office”, que tem sua versão americana – de maior apelo para a
audiência local. Isso funciona muito bem. Os brasileiros podem produzir coisas
que sejam replicadas ou adaptadas para os Estados Unidos.
Os americanos
gostam de assistir boa televisão, basicamente.
Novas maneiras
É interessante
ver como as coisas acontecem hoje, o Netflix colocando todos os episódios de
uma temporada no ar de uma vez.
Ainda não sei
como isso irá nos afetar. Um artigo que li num jornal dizia que “House of
Cards” foi o show menos comentado e de maior sucesso.
Porque
normalmente se um show vai ao ar no domingo à noite, as pessoas falam sobre ele
ao mesmo tempo. Mas se for “House of Cards”, as pessoas o assistem em momentos
diferentes, você não sabe se seus amigos assistiram.
Como roteirista
não acredito que isso fará alguma diferença, sinceramente. Muitas pessoas
assistiram Dexter dessa forma, via download. E também assisti a alguns
programas assim, como The Wire, do qual ouvi falar muito tarde e acabei
adquirindo em DVD e assisti a tudo muito rapidamente.
Acho ótimo que
haja mais maneiras de assistir. As pessoas não querem mais esperar. Agora,
sinceramente, assistir a uma série no celular, acho que não é o ideal.
Grandes personagens
Tive muita sorte
de trabalhar em três séries que eu realmente amei. Sinto a pressão de que meus
próximos jobs sejam tão bons, mas ao mesmo tempo não tenho a menor ideia do que
será. Nesse momento estou na Showtime criando para eles.
Bons escritores
Se você tem
talento pode escrever para qualquer meio, precisa apenas aprender a técnica.
Tudo é prática porque quando comecei meus scripts não eram bons. Eu tinha
talento, mas não dominava a técnica.
Tive muitos
roteiros dissecados, destruídos por escritores mais experientes, que me diziam
o que estava errado. Foi preciso ser “casca grossa” para ouvir todas as
críticas sem desanimar e aprender com os erros.
Fazer parte de
um Writers Room é um exercício de, o tempo todo, dar ideias e ver 99% delas
rejeitadas. Até isso incomoda a alguns escritores, especialmente se não estão
acostumados a ouvir “não”. (Propmark)
SUCESSOS EM PÁGINA DE NOVELA
A página da novela Joia Rara no Gshow, portal de entretenimento da Globo,
disponibiliza o áudio completo da radionovela Presídio de Mulheres, sucesso na
trama de Thelma Guedes e Duca Rachid. Na novela, as personagens Dona
Conceição (Cláudia Missura) e Cléo (Luana Martau) adoram passar o tempo
escutando o programa e não perdem um capítulo.
No especial, o público pode acompanhar os cinco capítulos da radionovela
e voltar no tempo direto às décadas de 30 e 40. O Presídio de Mulheres é
feito pela equipe de produção de arte da novela, que é liderada por Ana Maria
Magalhães. Eles são responsáveis pela criação do texto, produção e até a
locução do programa.
WORKSHOP MARCO CIVIL NA INTRERNET
Data:
20 de março de 2014. Local: São Paulo
O Projeto de Lei nº
2.126/11, conhecido como o Marco Civil da Internet, que
regulará as relações decorrentes do uso da web no Brasil, será votado em
fevereiro próximo segundo previsão da presidência da Câmara dos Deputados.
O Marco Civil, em suas principais inovações,
estabelecerá princípios quanto ao livre fluxo de informações na rede e
delimitará a extensão, tanto das responsabilidades de provedores de conexão e
aplicação, quanto do direito à privacidade dos internautas, definindo os meios
para sua tutela.
Esses temas formam o que se convencionou chamar de “tripé da
lei”: (i) neutralidade de rede;
(ii) responsabilidade civil na Internet; e (iii) privacidade.
No tema da neutralidade de rede serão
discutidos, dentre outros aspectos, os impactos da nova lei nos negócios de prestadores
de serviços de telecomunicações e empresas de Internet.
Quanto à responsabilidade civil na Internet, trataremos
do posicionamento das empresas de Internet quanto ao tema, bem
como dos reflexos do Marco Civil nas atividades de gestão de
direitos de propriedade intelectual, dentre outros.
Na abordagem do tema da privacidade, que
ganhou maior relevo a partir das denúncias de espionagem da NSA contra o
Brasil, o Marco Civil será apresentado em seu papel de
verdadeiro novo marco regulatório da privacidade de dados pessoais, que
rivalizará em rigidez com aqueles dos Estados Unidos e Europa.
Nesse contexto, no qual se prevê a criação de novo
órgão regulador, a aplicação de multas significativas e de penalidades
que podem incluir a suspensão das atividades de coleta e processamento de
dados, sugeriremos a adoção pelos setores afetados pela nova lei de procedimentos
de compliance em matéria de privacidade e segurança
da informação.
O Marco Civil criará novos direitos e
obrigações para corporações e Internautas. Dentre os setores mais afetados,
incluem-se o e-commerce e varejistas, bancos,
operadoras de cartões, os mais diversos suppliers
em TI, seguradoras, setor automobilístico, imobiliário, serviços de saúde e
educação, ou virtualmente qualquer negócio que faça uso da rede para
qualquer forma de interação com seus clientes.
O evento é dirigido aos profissionais que diretamente ou
indiretamente trabalhem com a Internet, incluindo executivos de TI,
advogados, peritos, auditores, profissionais de marketing, gestores de produtos
baseados na Internet, advogados, que desejem familiarizar-se com os
novos riscos e oportunidades que surgirão com o novo marco
legal.
A Máxima reuniu especialistas de alto nível nas áreas de
direito e tecnologia para apresentar a seus clientes esta nova realidade.
Principais
aspectos e as exigências de mudanças:
Novos direitos dos internautas brasileiros (privacidade de dados pessoais e nas
comunicações, liberdade de uso, retirada de conteúdo ilegal);
Novas obrigações de compliance
em privacidade e segurança;
Proibição de filtros e
monitoramento das informações trocadas pelos usuários;
Armazenamento de dados no Brasil – oportunidades e custos;
Neutralidade de Rede – delimitação e prazos para adaptação;
Perícia Técnica da Internet; e
Definições das responsabilidades na retirada de conteúdo ilegal.
Palestrantes:
Gustavo
Artese - Líder da Prática de Direito
Digital, Privacidade e PI de Vella, Pugliese, Buosi e Guidoni
Advogados
Maria Cristina Machado Cortez, sócia de Andrioli,
Giacomini, Porto e Cortez Advogados
Giuliano Giova – Perito Judicial e Diretor
do Instituto Brasileiro de Peritos em Comércio Eletrônico e
Telemática – IBP Brasil
Patricia Helena Barbosa – Advogada coordenadora da
prática de Propriedade Intelectual de Vella, Pugliese, Buosi e
Guidoni Advogados